25 de setembro de
2025
Ainda sob o
impacto das manifestações populares que tomaram as principais capitais do país
no domingo, o Senado Federal enterrou
de vez a chamada PEC da Blindagem. O texto, aprovado com folga na
Câmara dos Deputados há uma semana, foi rejeitado
por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Ainda havia a expectativa de que a proposta fosse ao plenário para votação, mas
o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), descartou essa
possibilidade, afirmando que o regimento da Casa não permitia tal situação e
poderia abrir precedentes perigosos. Com isso, Alcolumbre simplesmente arquivou
o projeto e frustrou, ao menos por enquanto, o desejo dos muitos parlamentares
que apoiaram a PEC em ter a prerrogativa de permitir ou não que o STF investigue
deputados e senadores acusados de ações criminosas. “Cumprimos o que manda o
regimento, sem atropelos, sem disse me disse, sem invenções”, disse o
presidente do Senado. Ao final, a proposta, para lá de polêmica, morreu
no colo da Câmara e, em especial, do presidente da Casa, Hugo Motta
(Republicanos-PB), e de seu padrinho no cargo, Arthur Lira (PP-AL). (g1)
Com a derrota praticamente
decretada de véspera, senadores do PL ainda tentaram encontrar um jeitinho
para salvar algum ponto da PEC. Sérgio Moro (PL-PR) apresentou uma
proposta de substituição do texto original, mas foi derrotado. Quem diria
que o ex-juiz tivesse simpatia pela PEC, pois é o mal que a política tem feito
ao ex defensor da moralidade.
Ao final, todos
os senadores do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro deram o braço a torcer
e votaram para que a PEC fosse rejeitada pela Comissão de Constituição e
Justiça do Senado, derrubando assim a proposta apoiada pelos 83 deputados do
partido na Câmara que haviam aprovado o texto. (UOL)
Na Câmara, conta
Vera Magalhães, há um clima de revolta, com Alcolumbre sendo acusado
de traição. Segundo deputados, o senador participou das costurar para
aprovar PEC vinculada à transformação da anistia aos golpistas condenados pelo
STF em redução das penas. Agora, dizem, deixa o ônus das medidas impopulares
com a Câmara, que promete “dar o troco” em projetos que chegarem do Senado.
(Globo)
O governador de
São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esperou a chamada PEC da
Blindagem estar morta para criticar
a proposta, que teve como um dos principais artífices na Câmara deputados
de seu próprio partido. Tarcísio afirmou que a PEC era uma “distorção” e que as
manifestações de domingo eram reflexo da desconexão do Congresso com a
população. O governador, no entanto, evitou apontar o projeto de lei que prevê
a anistia do ex-presidente Bolsonaro como fonte de insatisfação popular.
“Sempre acreditei que o projeto de lei (da anistia) pode representar aquilo que
a gente espera: uma paz dialogada”, disse ele. (Valor)
Tarcísio segue trabalhando para ser o candidato da oposição nas eleições
de 2026 e espera ser ungido como o sucessor de Bolsonaro, mesmo diante dos
conflitos internos no clã. De acordo com interlocutores do ex-presidente e do
governador, líderes do PP e do União Brasil teriam fechado um acordo para
que Bolsonaro
declare apoio a Tarcísio na corrida presidencial. A tarefa, porém, não
é simples. Nesta terça-feira, Eduardo Bolsonaro se declarou candidato à
Presidência caso seu pai não possa concorrer no ano que vem. Eduardo
Bolsonaro tem de ser preso por sua traição e não candidato ao Planalto. Horas
depois, a esposa do ex-presidente, Michelle, concedeu uma entrevista ao jornal
inglês The Telegraph, dizendo que, “se for a vontade
de Deus”, ela pode ser a candidata conservadora contra o presidente Lula em
2026. (Metrópoles e The Telegraph). Michelle Bolsonaro delira em ser
candidata à presidência da República, despreparada, intelectual e
politicamente, invoca a Deus, veja só a que chegou a política brasileira.
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