terça-feira, 5 de janeiro de 2021

China condena ex-chefe financeiro à morte por corrupção

 

Exemplo de moralidade pública que deveria ser aplicado no Brasil. Com certeza, o Brasil teria outro perfil político e de governantes.

Pena ilustra atuação cada vez mais dura do Partido Comunista nesses tipos de crime

Da Bloomberg

05/01/2021 - 11:41 / Atualizado em 05/01/2021 - 14:13

 

PEQUIM — A Justiça chinesa condenou à morte o ex-presidente da China Huarong, uma empresa estatal de gestão de ativos financeiros, após ele ser julgado por prevaricação, o não cumprimento intencional de suas funções. A sentença é uma das mais severas decorrentes da campanha anticorrupção do presidente Xi Jinping.

Lai Xiaomin, que era presidente da Huarong antes de ser investigado em 2018, foi condenado à pena máxima por aceitar subornos. Ele também foi acusado de  bigamia. Lai foi considerado culpado de receber 1,79 bilhão de yuans (R$ 1,48 bilhão) em subornos entre 2008 e 2018, segundo o tribunal da cidade de Tianjin. A decisão judicial ainda afirma que todos os bens pessoais dele serão confiscados.

 A pena de morte é algo incomum em casos de corrupção na China, apesar de um ex-vice-prefeito da província de Shanxi ter recebido a sentença em 2018. No entanto, a medida destaca a posição cada vez mais dura do Partido Comunista em relação à corrupção no governo e entre executivos corporativos. Mais de 1,5 milhão de funcionários do governo já foram punidos com penas mais brandas.

Em 2016, a China já havia aumentado a pena mínima para crimes relacionados à corrupção, de 100 mil yuans (R$ 82 mil) para 3 milhões yuans (R$ 248 milhões). No entanto, a penalidade foi raramente aplicada.

Mo Shaoping, um advogado baseado em Pequim, afirmou ser raro que casos de suborno resultem em pena de morte, com muitos deles sendo punidos com prisão perpétua. Mas, neste caso, “o tamanho da corrupção é particularmente grande, provavelmente o maior dos últimos anos”.

— O caso também gerou indignação pública. No ambiente atual, uma sentença de morte está definitivamente enviando um aviso. E, mais importante, rompendo a crença de que a corrupção não é punível com a morte — disse Mo.

Além de Lai, uma grande quantidade de funcionários já foi apanhada pela rede de Xi, incluindo Yang Jiacai, um ex-vice-presidente do regulador bancário, e Yao Gang, que era vice-presidente da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China. Todos foram condenados a pelo menos 16 anos de prisão.

No ano passado, a China condenou o magnata do setor imobiliário Ren Zhiqiang a 18 anos de prisão sob acusação de corrupção, meses depois de ele ter tido seu nome relacionado a um artigo crítico à atuação do presidente chinês contra o surto do novo coronavírus. Pequim disse que o ex-presidente da Huayuan Property Company acumulou cerca de 132 milhões de yuans (R$ 109 milhões) em subornos e outros benefícios pessoais ilícitos entre 2003 e 2017.

Em um documentário exibido na televisão estatal no início de 2020, Lai confessou que tinha preferência por pagamentos em espécie e detalhou como ele levava carregamentos com dinheiro a um apartamento em Pequim. A polícia disse que descobriu mais de 200 milhões de yuans (R$ 165 milhões) no apartamento. Após sua prisão em 2018, foi descoberto que ele era proprietário de um grande número de imóveis, relógios de luxo, carros, ouro e uma coleção de arte.


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