quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crise na construção civil

Qualquer observador atento, sem experiência na área de mercado imobiliário da construção civil, olha com ressalvas o recrudescimento desproporcional da construção horizontal de prédios em Balneário Camboriú, que vem desfigurando desnecessariamente a cidade em nome de um falso progresso e sob justificativa de que as construções contribuem com o mercado de trabalho e produzem riqueza ao município através de recolhimento de impostos.

Em tese, a construção tem proporcionado trabalho e recursos ao município, mas de forma irresponsável, haja vista a profusão de construção de imóveis a preços caríssimos direcionados a uma suposta clientela bem abonada, a qual não se confirma pelo o excesso de oferta de imóveis existentes e falta de compradores, o que fatalmente levará à falência ou ao fechamento de muitas empresas, que terão de demitir os seus operários, deixando um abacaxi social para o município resolver.

Aqui em Balneário Camboriú não é a crise financeira, devido às dificuldades econômicas do país e do exterior, que retraiu o comprador, mas a artificial supervalorização do imóvel em relação a outras regiões do país.

A economia da praia tem que estar alicerçada em fontes sólidas de recursos decorrentes de um planejamento sério e responsável dos órgãos reguladores das atividades comerciais, aqui incluídas a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores. Pois bem, a política da construção civil, aqui em andamento, visa apenas a atender à lucratividade desmesurada de seus empresários sem se preocupar com a relativa estabilidade de seus operários, os quais estão sujeitos a ser despedidos por qualquer desequilíbrio de mercado, indo formar um contingente marginalizado em nossa periferia com repercussões sociais negativas para os poderes públicos resolverem.

É preciso analisar com mais cuidado os dados comparativos de geração de emprego entre o setor comercial e hotelaria e a construção civil nos últimos 12 meses, segundo os números do Cadastro Geral de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego, em relação à nossa cidade. A vocação de Balneário Camboriú é para o comércio e a hotelaria. A construção civil vertical de luxo, aqui em franca explosão, é uma especulação com prazo certo de estagnação. E a prova está em as construtoras já sentirem dificuldades para vender os seus imóveis.

Balneário Camboriú não precisa de campanha de divulgação de seu município em outras grandes cidades - objetivando favorecer apenas a construção civil e, negativamente, contribuindo com mais adensamento da cidade- como acena Carlos Haacke, presidente do sindicato dos construtores. E a prefeitura municipal não tem de ajudar a pagar a conta dessa divulgação. O dinheiro público é para ser aplicado em Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura, Saneamento Básico etc. e não a fundo perdido para subvencionar atividades privadas.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Calma reizinho, calma!


O reizinho não quer perder a coroa; ainda não acordou de seu sono patológico de presidente da República; está comedo do resultado do mensalão, por que será (?); não sabe o que fazer em casa e deve incomodar muito a sua mulher; demonstra andar muito perdido sem a companhia de um microfone da época sindical; e agora perdeu o senso de vez querendo bagunçar a Suprema Corte. Calma reizinho, calma!

Triste Lula, deveria - para não ser ridicularizado - procurar um curso de madureza e depois tentar fazer um vestibular, quem sabe com os privilégios das cotas ele fosse beneficiado a sentar-se num banco universitário para descolar o seu canudo redentor?

Mas o ex-presidente está impaciente ante a proximidade de julgamento do mensalão no STF. Se ele e seus protegidos políticos não têm culpa em cartório, não deveria imiscuir-se nos trabalhos daquela corte.

Neste momento, os recalcitrantes soldadinhos do PT devem estar perfilados e de prontidão para defender o seu chefe mor, Lula da Silva, depois da publicação da reportagem da revista Veja, abordando o encontro do Lula, ocorrido em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, com a presença do anfitrião e do ministro do STF Gilmar Mendes, em que coisas do arco da velha foram tratadas de forma indecorosa pelo o ex-presidente da República.

Não é a toa que insinuações preliminares foram arquitetadas pelo PT para interferir no julgamento do mensalão. Vejam, até hoje o partido fez de tudo para interferir no julgamento do STF. Indicou o corrupto, deputado João Paulo Cunha (PT/SP), para presidência da CCJ, da Câmera Federal. Indicou o outro corrupto, ex-deputado José Genoino, para o ministério da Defesa, assessorando o ex-político de toga Nelson Jobim. Indicou o ex-advogado do PT, Dias Toffoli, para o STF. Indicou o advogado do PT e do Lula, Márcio Thomaz Bastos, para o Ministério da Justiça, e hoje ele é um agente duplo, ou seja, advoga no público e no privado, com a chave dos segredos da República.

E não é nenhuma surpresa saber que o ex-presidente Lula tenta desesperadamente – como se fosse um todo-poderoso – interferir na seriedade de nossa suprema corte ao ponderar ao ministro Gilmar Mendes a inconveniência de julgar esse processo agora, o que representaria a prescrição de muitos crimes. Vejam a indignação do ministro Mendes: “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”.

Essa falta de ética e de decoro já era conhecida do ex-presidente Lula. Leiam a manifestação do ministro Ayres Brito, presidente do STF, que recebeu um convite do Lula para jantar: “Confesso que, depois que conversei com Gilmar, acendeu uma luz amarela, mas eu mesmo tratei de apagá-la.” E o ministro Celso de Mello, o decano do STF, assim se manifestou: “Se Lula ainda fosse presidente comportamento seria passível de impeachment. Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável e indecoroso. Rompe todos os limites da ética. Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa, em que um chefe do Poder tenta interferir em outro.”

sábado, 26 de maio de 2012

STJ livra Dirceu, Delúbio e Genoino de responderem por improbidade - Opinião e Notícia

STJ livra Dirceu, Delúbio e Genoino de responderem por improbidade - Opinião e Notícia
Só o que faltava, o STJ partidarizado!
A moralidade pública é tratada sem responsabilidade no STJ. Um mau exemplo. Então, só por que alguém ocupa um cargo político pode sair por aí a cometer delito qualquer para ser isentado? Delito é delito em qualquer instância ou recinto. Vai ver que o ministro-juiz é um apologista do PT.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O poderoso Dr. Márcio Thomaz Bastos

Mais uma vez o país assistiu à ineficácia de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que não tem força de obrigar o acusado a prestar depoimento, em face de garantia constitucional. Assim, a primeira investida parlamentar contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi malograda e irritou muitos parlamentares. O referido bicheiro manteve-se calado durante a sessão da CPI, aconselhado pelo seu advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, especializado em impedir que se faça justiça, que, certamente, já conhecia as falcatruas do bicheiro.

Assim, para que serve uma CPI, se ela não tem poder de exigir o depoimento do investigado? Embora a Constituição Federal no Art. 58, parágrafo 3º disponha sobre a instauração de CPI, a verdade é que ela apenas tem poder de investigação próprio da autoridade judicial, mas não pode obrigar o pronunciamento ou a resposta do acusado.
Temos presenciado reiteradamente o acusado invocar o direito constitucional de se manter calado, para não produzir provas que possam incriminá-lo. Por ocasião da CPI do mensalão, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, debochou como quis dos membros da CPI, e se negou peremptoriamente a responder qualquer pergunta. Então, os antecedentes têm demonstrado que é perda de tempo e de dinheiro público gastar-se inutilmente com o aparato policial para trazer indiciados às CPIs.

O Congresso Nacional deveria abandonar esse expediente ineficaz e caro de continuar a convocar indiciados (presos) para depor em CPIs, porque, orientados por seus advogados, eles geralmente não respondem aos questionamentos, irritam os parlamentares e maculam a imagem da CPI.

Por outro lado, chamo atenção à falta de escrúpulo e de ética profissional, do ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ao posicionar-se como defensor do bicheiro corrupto Carlinhos Cachoeira. E eu pergunto: quando o Dr. Márcio Thomaz Bastos era ministro da Justiça, ele não conhecia a vida irregular do bicheiro Cachoeira? Por acaso, ele procurou diligenciar alguma medida para apurar a vida promíscua do bicheiro?

O dinheiro de seus honorários advocatícios pagos pelo bicheiro não deveria comprar a honra, o caráter, a seriedade e o respeito que os cidadãos deveriam ter pelos valores morais da República. Um advogado que já foi ministro da Justiça não poderia defender os interesses de um corrupto envolvido em negócios escusos na área pública. Aliás, causa perplexidade a liberdade com que transita no meio público e privado o renomado advogado Márcio Thomaz Bastos. Vejam o que o jornalista Reinaldo Azevedo escreveu em seu blog: “O problema de Márcio Thomaz Bastos não é sua expertise de criminalista, mas a sua inserção na vida política. Eu duvido que exista em qualquer outra democracia do mundo alguém como ele. É militante partidário; é um dos principais conselheiros e interlocutores de Lula (dentro e fora do poder formal) — o mesmo Lula que tenta, a todo custo, manipular a CPI; foi ministro da Justiça; guarda os arcanos da República e do PT…”

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lei é para ser cumprida

O ex-presidente Lula, que assinou Acordo Internacional com a Fifa, sem consultar o Congresso e a sociedade, atuando de forma autoritária, cometeu ato administrativo ilegal, com repercussão na desobediência à Lei 10.671/03, que proíbe uso de bebida alcoólica em estádios de futebol. Ora, qualquer norma legal brasileira é aplicável a todos, sem exceção, no território nacional. Pela primeira vez, assistimos a uma entidade privada internacional intrometer-se na soberania brasileira e tentar "bagunçar" os nossos critérios jurídicos, com o respaldo, lamentavelmente, do Congresso Nacional, pasmem!

Como ensina o professor Hely Lopes Meirelles – Direito Administrativo Brasileiro –“A Administração Pública, como instituição destinada a realizar o direito e a propiciar o bem-comum, não pode agir fora das normas jurídicas e da moral administrativa, nem relegar os fins sociais a que a sua ação se dirige. Se por erro, culpa, dolo ou interesse escusos de seus agentes, a atividade do Poder Público se desgarrar da lei, se divorciar da moral, ou se desvia do bem-comum, é dever da Administração invalidar, espontaneamente ou mediante provocação, o próprio ato, contrário à sua finalidade, por inoportuno, inconveniente, imoral ou ilegal. Se o não fizer a tempo, poderá o interessado recorrer às vias judiciárias”.

Convalidar um erro e normatizar ou normalizar uma exceção à Lei 10.671/03, aprovando a Lei Geral da Copa, é uma excrescência que só encontra amparo entre políticos descompromissados com os valores éticos e morais de nossa República. Daqui para frente, que autoridades terão os nossos agentes públicos para impedir a recorrência de fato similar por qualquer cidadão ou entidade? Não, senhores políticos, o País deve pautar-se pelo estrito cumprimento de suas normas jurídicas, independente de erros anteriores - praticados por quem quer que seja - ou dos efeitos que a norma vá causar.

Assim, para resguardar a obrigatoriedade do cumprimento das leis, cabe aos partidos políticos ou parlamentares, derrotados na aprovação da Lei da Copa, recorrer ao Supremo Tribunal Federal, como recomenda o jurista e professor Hely Lopes Meirelles. E é o que se espera seja feito.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

As diferenças culturais

Sem partidarismo (político), temos a obrigação de enaltecer os vultos brasileiros que são destacados pelo seu saber e pela sua cultura, pois afinal são esses atributos que enobrecem qualquer nação mundial.

Recentemente, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos indicou o ex-presidente FHC para receber o prêmio John W.Kluge, no valor de US$ 1 milhão, pelo conjunto de sua obra acadêmica, por sua vida pública e pela contribuição social no período em que governou o Brasil.

Enquanto isso, o ex-sapo barbudo, pinguço de marca grande, em recente rega-bofe no RJ foi festejado com cinco títulos de “doutor honoris causa”. E o parlapatão, com sentimento de crocodilo, saiu-se com esta pérola: “vocês não imaginam o que significa para alguém, que nunca teve as oportunidades escolares, tornar-se doutor honoris causa”.

O borracho, vivente impostor, teve todas as oportunidades de estudar, mas a preguiça de sentar as nádegas nos bancos escolares impediu que melhorasse o seu intelecto. Lula preferiu, como cavalo manhoso, só comer a grama boa da vida sindical e política.

O deputado federal petista Vicentinho, ex-metalúrgico, fez o Curso de Madureza e hoje é formado em Direito. Portanto, o bugre velho Lula da Silva, muito distante está, em termos culturais, do ex-presidente FHC, que foi agraciado, nos EUA, por mérito cultural e não por bajulice carioca de oferecimento de títulos honoríficos.

Não se trata de desmerecer ninguém, mas apenas enaltecer o homem culto brasileiro. Afinal, numa nação sem cultura, o único caminho da prosperidade individual é se lançar na vida fácil das lides políticas. Porque política, no Brasil, é a arte de tirar proveito da coisa pública. Ou como bem definiu Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”.

Quando o saber e a cultura são reconhecidos, só restam elogios. Mas quando a ignorância é glorificada, só resta tristeza.



segunda-feira, 14 de maio de 2012

FHC é premiado nos Estados Unidos

Da Agência Brasil
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 80 anos, foi escolhido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para receber o Prêmio John W. Kluge, no valor de US$ 1 milhão. Ele foi escolhido pelo conjunto de sua obra acadêmica, por sua vida pública e pela contribuição social no período em que governou o Brasil. O Prêmio Kluge, como é conhecido, será entregue no dia 10 de julho, em Washington, capital norte-americana.

Para o júri que escolheu Fernando Henrique, suas obras contribuíram na “construção científica das estruturas sociais do governo, nas análises sobre as relações de economia e raça no Brasil”. O prêmio é concedido àqueles que desenvolveram estudos nas áreas de sociologia, ciência política e economia. “Ao longo de sua vida, Cardoso fez perguntas difíceis e muitas vezes desafiou a sabedoria convencional”, diz o texto sobre o ex-presidente.

Na página da biblioteca, ele é apresentado como coautor de mais de 23 livros e 116 artigos acadêmicos, com versões para vários idiomas. Também é apresentado como sociólogo que analisou as relações de “dependência excessiva da indústria e do trabalho em subserviência a governos autoritários”. “Cardoso se tornou conhecido internacionalmente por sua visão inovadora e desenvolvida”, diz o texto.

Intelectual

O ex-presidente é lembrado ainda como o intelectual que viveu no exílio durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Fernando Henrique político também é lembrado no texto de apresentação da biblioteca, ressaltando sua eleição para o Senado, sua participação na fundação do PSDB, no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Fazenda (governo do ex-presidente Itamar Franco) e sua passagem pela presidência da República por dois mandatos.

O prêmio é concedido pelo Centro John W. Kluge da Biblioteca do Congresso. O centro foi criado em 2000 para promover uma integração maior entre o chamado campo das ideias e o mundo – pesquisadores e sociedade. Receberam o prêmio, em anos anteriores, Leszek Kolakowski (em 2003), Jaroslav Pelikan e Paul Ricoeur (em 2004), John Hope Franklin e Yu Ying-shih (em 2006), além de Peter Lamont Brown e Romila Thapar (em 2008).

CONSIDERAÇÕES
O que falta ao "doutor honoris causa" Lula da Silva - saber e formação cultural - sobra demais em FHC. A semente plantada por Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso são as árvores que dão frutos ao governo do PT.

Jogo sujo


A presidente Dilma jogou sujo. Ela tem Caderneta de Poupança, sabia das mudanças, mas não informou antecipadamente aos brasileiros a nova fórmula de cálculo dos rendimentos da Caderneta de Poupança. Há poupadores que saíram da Caderneta de Poupança na véspera e outros que poderiam migrar para a Caderneta. E, diga-se de passagem, estou falando de investidores aposentados que procuram equilibrar as suas rendas de aposentadorias e não de especuladores. Mas é sempre assim. Na véspera de quebrar o Banco Santos, o Sarney retirou o seu investimento. Por que a presidente Dilma não teve a decência de avisar à sociedade, com antecedência, as mudanças de critérios nas regras da Caderneta de Poupança?

A presidente Dilma reclama das altas taxas cobradas pelos bancos, e, segundo o economista Maílson da Nóbrega, ela ao interferir no sistema financeiro, “A presidente mira e acerta um alvo fácil. Atacar sintomas que a população confunde com causas faz subir a popularidade.” Mas as causas que explicam as altas taxas de juros, prossegue Maílson, a presidente não combate: “a tributação das transações financeiras e o volume de recursos que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central, ambos sem paralelo no mundo”.

No Brasil, os instrumentos criados pelos governos não se sustentam. Ninguém tem segurança de seus créditos. O governo faz o jogo político que bem entende, para mexer no dinheiro alheio. Veja a má administração do FGTS do trabalhador, cujo rendimento é o pior possível, quando esse fundo deveria ser atualizado de acordo com os critérios dos fundos privados de previdências, visando a garantir a atualização monetária do dinheiro do trabalhador.

O dinheiro do trabalhador não pode continuar sozinho a financiar os custos das funções sociais – habitação, saneamento etc. -. Cabe ao governo diminuir o tamanho do Estado gastador e destinar recursos próprios (orçamentários) para atender às suas obrigações constitucionais e não lançar mão da poupança do trabalhador, sem remunerá-la adequadamente. No passado recente, desviava-se dinheiro do objetivo da CPMF para merenda escolar, saneamento básico etc., e falaciosamente dizia-se que isso era (indiretamente) aplicação em Saúde Pública. Assim, o governo não pode continuar a enganar a sociedade, prejudicando os seus diversos tipos de poupança.

O governo deveria fazer a sua parte, por exemplo, observar o recomendado há treze anos pelo Departamento de Estudos e Pesquisas do Banco Central, então comandado por Alexandre Tombini, que sugeria corrigir distorções que elevam o custo do dinheiro no país: impostos indiretos sobre a intermediação financeira, que oneram não a instituição financeira, mas sim os clientes, principalmente os tomadores de crédito; os depósitos compulsórios dos bancos no BC (imobilizado sem remuneração). O Cadastro Positivo, outra medida amplamente recomendada, já virou lei, mas ainda não foi regulamentado.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Para reflexão do senador Aécio Neves

Duas sacadas geniais do irreverente Millôr Fernandes, para reflexão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), principalmente agora que o seu nome é citado em gravações do novo escândalo da política brasileira: Carlinhos Cachoeira.

“Acabar com a corrupção é objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder”.

“Os corruptos são encontrados em várias partes do mundo, quase todas no Brasil”.

Com efeito, depois que se chega ao poder as preocupações republicanas vão para o beleléu, os políticos só passam a se interessar por seus negócios particulares ou de grupos que representam, não combatem a corrupção lato sensu, ao contrário, corroboram para continuar o estado viciado de se tirar vantagem da coisa pública. A política pode-se dizer que é a arte de tirar proveito da coisa pública, ou como definiu Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”.

O senador Aécio é um político jovem, mas experiente. Já foi presidente da Câmara Federal. Governou o seu Estado com competência administrativa. E agora está no Senado. Tudo isso é bagagem política para se acreditar na seriedade de um homem público. Mas o senador dá mostras negativas que nos decepcionam, principalmente para quem tem pretensão de chegar à Presidência da República.

Um político que sabe da existência de atividades viciadas na administração pública ou no meio político e não toma iniciativas positivas para combatê-las não pode merecer seriedade e respeito da sociedade.

Vejam o caso do envolvimento de seu nome em gravações relacionadas ao senador Demóstenes Torres/Carlinhos Cachoeira. Se o senador Aécio Neves fosse um político comprometido com a moralização lato sensu da administração pública e política, certamente, diligenciaria para impedir o empreguismo de amigos, parentes, apaniguados, seus ou de outros, nas diversas esferas do poder público, sem a devida habilitação do concurso público.

Quando, conforme noticiado, o Cachoeira, através do senador Demóstenes Torres, pediu emprego para uma prima dele, e o senador Aécio prontamente deu atendimento, indicando-a ao cargo de Diretora da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba, o ilustre senador Aécio Neves apenas ratificou procedimentos não republicanos e condenáveis do famigerado jeitinho brasileiro de atender aos amigos no viciado mundo do empreguismo, sem concurso, na administração pública.

E agora não adianta o senador Aécio bufar o senador Demóstenes, como se ignorasse o pedido do Cahoeira, porque o seu dever moral seria combater essa pouca-vergonha de arrumar emprego por interferência política na administração pública, hoje repleta de paraquedista, sem concurso público, empregados e bem-remunarados. Vejam os gabinetes de parlamentares, por onde desfilam todos os tipos de apaniguados: ex-políticos, amigos, filhos e filhas de amigos, namorados etc. Sou de opinião, como moralização dos serviços públicos, que as assessorias parlamentares fossem somente exercidas por servidores concursados e com conhecimento da área. Isso acabaria com o clientelismo de parentes, amigos, cabide de emprego de ex-políticos etc.

Os noticiários dão conta de que assessores de Aécio Neves estão engordando os seus contracheques graças a cargos em estatais mineiras. Isso não é uma vergonha? Como no Senado não tem ponto, os assessores vivaldinos prestam serviço fora, com o consentimento do senador mineiro. Esse tipo de cabide de emprego público não pode mais prosperar nos gabinetes de parlamentares.

No Senado prospera a imoralidade e inconstitucionalidade de serviços médicos e hospitalares gratuitos, de forma perene, para senadores, ex-senadores e familiares, que não contribuem ou contribuíram com um só centavo. Os demais brasileiros não dispõem desse privilégio. Mas o senador Aécio Neves não demonstra espírito de moralidade republicana, beneficia-se dessa bondade pública sem combatê-la, da mesma forma que também não combate o empreguismo, sem concurso, em órgãos públicos.

Assim, como o povo brasileiro pode ter esperança positiva no político Aécio Neves, pretenso candidato à Presidência da República, se ele não dá prova de comportamento moral com a coisa pública?

terça-feira, 1 de maio de 2012

Caos na Saúde Pública

Sob o título de “Veja quem criou o caos na Saúde Publica de Sergipe”, o blog do deputado federal Almeida Lima (PPS-SE) faz severas críticas aos políticos sergipanos Marcelo Dáda, Rogério Carvalho, Antônio Carlos Valadares e João Alves, apresentando cenas deploráveis.

É desgastante ver essas cenas macabras de seres humanos sendo tratados com menoscabo e com viés político. Lamentavelmente, o triplé - Educação, Saúde e Segurança -, que é uma obrigação constitucional, não é levado muito a serio pela maioria de nossos políticos e governos.

O Brasil padece de homens públicos sérios e honestos. A maioria de nossos políticos abraçam a vida parlamentar ou política, para satisfazer os seus interesses particulares ou de grupos que representam. Eles não estão interessados com a situação precária de seus circunstantes sociais, mas em época de eleições se apresentam como "cordeirinhos" para pedir votos dos incautos eleitores, e depois desaparecem.

Quando a sociedade questiona o gasto com a manutenção de nosso inchado e inoperante Congresso Nacional ou com os legislativos em geral, os senhores políticos não gostam. Agora mesmo a mídia investigativa brasileira denunciou que o legislativo maranhense agraciava cada deputado com 18 salários anuais. Por causa da notícia, eles recuaram para 15 salários, mas jogaram pedras na sociedade.

Assim, o que se gasta em vão com as despesas dos legislativos brasileiros se fosse reduzido à metade, com o enxugamento da quantidade de parlamentares no País, sobraria muito dinheiro para as necessidades sociais, o Brasil tomaria outro rumo social e o triplé, Educação, Saúde e Segurança, seria revitalizado para o bem do Brasil.

É evidente que não somente os gastos com os políticos brasileiros são as causas negativas para abastecimento do referido triplé, mas também a corrupção endêmica dos órgãos públicos, onde o dedo político é a causa da indicação de apaniguados corruptos que vão dilapidar o Erário, desfalcando recursos para socorrer a Educação, a Saúde e a Segurança. Portanto, os gastos exacerbados com os nossos legislativos somados com os rombos das falcatruas políticas formam um grande buraco de desperdício de dinheiro público responsável potencialmente pela pobreza e morte de muitos descamisados brasileiros.

Não vejo um pingo de responsabilidade e de boa vontade da maioria de nossos homens ou mulheres públicas. Não vejo, também, nenhum engajamento deles ou delas com propósitos firmes e moralizadores de combater a falta de uma boa educação escolar pública, de um sistema público de saúde de qualidade - temos um SUS tão claudicante que até o presidente Lula que o considerava "à beira da excelência" não teve coragem de se socorrer dele para tratar de seu câncer–, bem como de um sistema de segurança pública capaz de proteger todos os brasileiros.

Parece omundo cão ver pobres contribuintes brasileiros serem tratados em portas, corredores ou leitos fétidos de hospitais públicos como animais. Esse quadro degradante não é desprivilegio de Sergipe, mas é quase uma realidade na maioria das cidades brasileiras. Recentemente, cenas idênticas foram mostradas em Rondônia.

Então, vejo como pouco produtivo um político ou partido criticar o outro por desleixo de ordem educacional, saúde e segurança. Quando o justo e correto seriam os políticos ou partidos respeitarem a sociedade e trabalharem de forma solidária em prol do bem-estar social.

Quando eu vejo essas cenas deploráveis de pessoas mendigando assistência médica pública porque não têm condição de pagar um plano de saúde, no Senado Federal o dinheiro corre solto. Todo o senador, ex-senador e familiares, de forma perene, dispõem de assistência médica e hospitalar gratuita sem terem contribuído com um só centavo. Aqui está um caso de injustiça social, de desrespeito ao Art.5º constitucional, bem como de infração aos princípios esculpidos no Art. 37, da Constituição Federal. Os senadores usam de um privilégio imoral e ilegal que os demais brasileiros não têm. O deputado Almeida Lima já passou pelo Senado e, certamente, deve desfrutar com a sua família das bonomias médicas e hospitalares daquele órgão, pagas por todos os contribuintes. Para se ver como o dinheiro que falta, por exemplo, para o sistema público de saúde abastece os bem-aventurados do Senado Federal. Curiosamente, sobre o assunto, já questionei, nesta e na última legislatura, todos os 81 senadores, mas nenhum teve a gentileza, a coragem ou a decência de me responder, por que será?