quinta-feira, 30 de abril de 2009

Eles acham que podem tudo

A cultura política brasileira precisa ser mudada. A falta de seriedade da maioria de nossos políticos afronta a racionabilidade, o equilíbrio e o respeito pelas coisas públicas. Um dos maiores ralos por onde escoa o dinheiro público, que deveria ser aplicado no social, chama-se manutenção do inchado e inoperante Parlamento brasileiro, repleto de párias que não fazem nada.Só estão na vida política para gozar as benesses e os cabides de emprego públicos, bem como para participar das falcatruas. Confundem o público com o privado. E acham que podem meter a mão no erário para satisfazer as suas safadezas e sujeiras.Para combater esse quadro deformado da imagem parlamentar brasileira, dever-se-ia dar uma resposta magnânima nas urnas não votando em nenhum candidato até que fosse realizada uma grande reforma política para mudar radicalmente o sistema vigente. Infelizmente, temos um Legislativo distanciado do povo, o qual não tem poder para interferir diretamente nas decisões do Congresso. E se não mudarem as atuais regras políticas, o quadro só tende a se agravar.
Portanto, uma nova visão política é necessária para resgatar os valores éticos e morais da República, pois a pobreza da qualidade moral dos políticos é tão sintomática que fica refletida, por exemplo, no falso entendimento de que as cotas de passagens aéreas, pagas com dinheiro público, eram consideradas como "algo pessoal". E outros ainda ironizam como o deputado Sílvio Costa (PMN-PE) que disse: "Quer dizer que agora eu venho para Brasília e minha mulher fica lá? Assim vocês querem que eu me separe". Eh! a falta de respeito e seriedade de nossos parlamentares é um caso sério.Tudo isso faz parte do tecido podre da política corrupta brasileira. E vejam o procedimento do deputado Eugênio Rabelo (PP-CE): não teve nenhuma parcimônia com o dinheiro público para gastar com passagens aéreas com o seu time de futebol, o Ceará Sporting Club. Pois bem, o deputado cearense se fosse responsável, antes de ceder passagens aos amigos, deveria ter pensado em seus irmãos (da terra) miseráveis, esfomeados e sem teto, que não podem viajar sequer de "pau-de-arara" para lugar nenhum. Mas em época de eleição, certamente, "Sua Excelência" sabe bater à porta desses descamisados para pedir votos, não é mesmo?Infelizmente, não temos um sistema político com princípios de democracia direta e semidireta para dar ao povo poder de limpar o Parlamento brasileiro. A nossa omissão ou silêncio só favorece a trajetória dos políticos. Portanto, vamos exigir deles mais respeito com o País.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Até quando seremos desrespeitados?

A gente pensa que os políticos gaúchos, forjados dentro de uma cultura - que podemos dizer - mais apurada em relação a outras regiões brasileiras, tivessem melhor compreensão do que significa lidar com a coisa pública. Mas nos enganamos ao ver relacionados nomes que se beneficiaram com verbas de cotas de passagens aéreas, inclusive pelo sistema de milhagem.A falta de fiscalização externa do Congresso, em pleno século 21, visando a transparência de sua atuação, deixa desnudado o retrato preto e branco, desbotado, herdado do Brasil imperial, da cultura viciada de privilégios e benesses deixada pelos colonizadores portugueses. Basta remontar rapidamente à questão da cobrança de taxas, foros e laudêmios de terras ditas de marinha, que a Constituição imperialista de 1891 impôs aos cidadãos, e que, absurdamente, ainda neste século, continua a prevalecer com o viciado critério estatal de tirar vantagem sobre o cidadão, para se entender o Brasil.Lamentavelmente, temos uma formação cultural distorcida, que precisa ser urgentemente modificada. E os senhores políticos que fazem as leis deste País, que deveriam dar o exemplo, fraquejam. Confundem o público com o privado, acham que subtrair ou cometer um pequeno deslize não é crime, e não querem ser observados e fiscalizados.Ora, não precisa existir lei ou qualquer normativo para dizer que o dinheiro público tem que ser respeitado. As verbas de passagens aéreas para parlamentares são dinheiro público. Não são para serem empregadas em seus deleites. Não tem sentido os parlamentares destinarem essas verbas para fins que não sejam oficiais, beneficiando parentes, amigos e outros. Assim, soa escabroso dizer que era um velho costume e que as regras não eram claras.Por outro lado, a solução não-salomânica do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Michel Temer (PMDB-SP), de passar uma borracha no que ocorreu sem chamar à responsabilidade ninguém, inclusive ele, de resgatar o erário e sofrer as punições correspondentes no Conselho de Ética, não demonstra seriedade.É preciso que os senhores políticos botem em prática o que dispõe o Art. 37 da Constituição, que dispõe que a administração pública obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade. E concluo com a publicação de um texto, escrito por um estudante de Cachoeira do Sul (RS), publicado na coluna Palavra do Leitor, do jornal Zero Hora, de 22.04.2009, para sintetizar o sentimento de todos os cidadãos com a farra das passagens: "Os políticos deveriam ter vergonha de pedir voto na época das eleições. Até quando vamos viver rodeados de corruptos que fazem o que querem de seus mandatos sem que nada lhes aconteça. A farra das passagens aéreas é mais uma dessas safadezas que temos que engolir".

Compromissos éticos e morais

Este artigo é dirigido a todos aqueles políticos brasileiros que não respeitam o cumprimento de seus mandatos. E cabe a nós, eleitores, o dever de mudar este quadro, cobrando seriedade e não votando em políticos oportunistas que fogem de seus compromissos.No Rio Grande do Sul, as especulações sobre o nome do prefeito José Fogaça como candidato ao Piratini revelam a pouca seriedade de como os mandatos políticos são tratados no País.Quando se fala que a política brasileira é um jogo espúrio de interesses, em que as glórias do poder justificam os meios empregados em detrimento da sociedade, não se está blefando ou cometendo injustiças com ninguém porque é dessa forma que se apresentam a maioria dos políticos para tirar vantagens.Está em jornal: "PMDB preserva Fogaça para evitar desgaste antecipado". Ora, os senhores políticos deveriam ter mais responsabilidade eleitoral e respeitar o instituto do mandato político. A política não pode ser apenas um jogo de interesses. Essa falta de seriedade tem repercutido negativamente na sociedade, que não acredita mais na palavra de político.Não faz muito tempo, o senhor Tarso Genro traiu a nossa confiança renunciando à prefeitura portoalegrense para tentar o Piratini e se deu mal. E isso que jurou de pés juntos que cumpriria o seu mandato. Agora, é o prefeito José Fogaça sendo tentado (e querendo) a ser candidato ao Piratini. Parece que estamos assistindo ao mesmo filme.Até quando os nossos políticos continuarão a trapacear-nos com deslealdades? Já está na hora de se apagar esta pecha de que onde termina a política começa a trapaça. A hipocrisia não deveria fazer parte do jogo político, e o senhor Fogaça deveria ter coragem para sustentar o mandato de prefeito para o qual foi eleito declinando logo da especulação de sucessão ao governo do Estado, em respeito ao voto de confiança de cada eleitor que o guindou à prefeitura.As glórias do poder podem inebriar os indecorosos políticos, mas não aqueles que têm compromissos éticos e morais com a população. E isso se espera encontrar no senhor José Fogaça.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Deitados em berços esplêndidos

A farra dos parlamentares com o dinheiro público chegou ao fundo do poço da imoralidade. Num País sério, todos aqueles políticos indecorosos que malversam os recursos públicos seriam cassados e processados pela Justiça. Mas como estamos no Brasil das falcatruas, dos transgressores de colarinho branco, dos políticos corruptos etc. tudo vale para infortúnio do País. E hoje temos um Congresso Nacional com a imagem enxovalhada por políticos vergonhosos.No Senado, além da orgia de "diretorias supérfluas", o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) teve a pachorra de afirmar que considera normal que o parlamentar possa levar a tiracolo a sua esposa e demais parentes em viagens, pagas com o dinheiro público, porque o presidente da República também o faz.Na Câmara Federal, o deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE), segundo os noticiários, já foi investigado por manter escravidão branca em suas fazendas e perfurado poços, com dinheiro público, em suas propriedades - teve a fleuma de afirmar que ele não vê nada de mais fazer turismo familiar com dinheiro público porque "a família é sagrada”. Só que meter a mão em dinheiro público é crime e imoral. Infelizmente, no Brasil, a coisa pública é tratada com menoscabo por quem deveria dar exemplo de seriedade. E coisa pública não é privada. Se o dinheiro saísse do bolso de cada político talvez o comportamento fosse outro. Mas como a conta é paga pela Nação, tudo vale: pode levar esposo, esposa, filho, filha, neto, neta, sogro, sogra, genro, nora, cunhado, cunhada, namorado, namorada, amigos, amigas etc.Enquanto a população miserável e desempregada padece no inferno das injustiças, os senhores políticos estão deitado em berços esplêndidos e muito despreocupados com o social, gozam e abusam das benesses públicas e ainda encontram justificativas para defender seus privilégios. Este é o quadro degradante e escancarado à Nação de como se comportam os nossos parlamentares.Os nossos parlamentares são produtos do viciado tecido sujo que até hoje protege casta de políticos oportunistas, carreiristas, interesseiros, fisiologistas e que só dão prejuízo à Nação. A culpa é toda nossa que continua a votar em (fajutos) políticos que não respeitam o eleitor e o País. Agente fica indignado como a maioria dos senadores e deputados tratam com descaso a coisa pública.A coisa é tão imoral que as sobras de verbas para gastos com viagens não são devolvidas ao erário publico. Os "smiles" (créditos de viagem concedidos pelas companhias aéreas) decorrentes de passagens aéreas adquiridas com o dinheiro público também não são devolvidos. Os senhores deveriam ficar pálidos de vergonha com tanta safadeza. Está faltando fiscalização externa da sociedade nos gastos do Congresso, bem como maior participação do povo nas decisões do Parlamento.Vejam a relação (e tem muito mais) de políticos indecorosos que metem a mão no dinheiro público:1. Governador do Ceará Cid Gomes presenteou a sogra com viagem paga pelo erário público.2. Senadora maranhense Roseana Sarney - idem parentes idem.
3. Senador do Acre Tião Viana (PT) emprestou celular oficial para a filha passear no México.4. Senador Cearense Tasso Jereissati (PSDB) fretou jatinhos entre 2005 e 2007, no valor de R$ 469 mil, com dinheiro público.5. Senador Adelmir Santana (PFL-DF) tem funcionário lotado em seu gabinete, mas prestando serviço no escritório político do atual vice-governador do DF e ex-senador Paulo Octávio.6. Amélia Pizato está lotada no gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ela é sogra de um assessor do senador. E segundo vizinhos, ela não trabalha fora de casa.7. Deputado licenciado Alberto Fraga (PFL-DF) mantinha esquema em que a empregada doméstica de sua residência, Izolda da Silva Lima, lotada no gabinete de seu suplente, deputado Osório Adriano (DEM-DF), na função fictícia de "secretária particular", recebia da Câmara R$ 480.8. Deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE) fez viagem a passeio ao exterior com a família, com dinheiro público.9. Deputado João Paulo (PT-SP) fez viagem ao exterior com a família, paga com dinheiro público.10. Deputado Fábio Faria (PMN-RN) presenteou com passagens aéreas a Natal, Rio e São Paulo, parentes e artistas, pagas com dinheiro público.
11. Deputados (licenciados) José Múcio (PTB-PE), Reinhold Stephanes (PMDB-PR) e Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) continuam usando cotas de viagem da Câmara mesmo depois de licenciados para ministérios.12. Deputado Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, realizou viagem com família e amigos a Porto Seguro e Europa, com dinheiro público.
13. Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) admite ter patrocinado viagem a parentes e amigos com dinheiro público.
14. A deputada Luciana Genro (PT-RS), pasmem, presenteou com passagem paga com o dinheiro público o delegado Protógenes Queiroz, mas alega que não cometeu irregularidade.
15. Deputado Mário Negromonte (PP-BA) aparece com 23 passagens Nova York e São Paulo para ele, mulher e filhas, pagas com dinheiro público.
16. Deputado Fernando Coruja (PPS-SC) emitiu 19 passagens internacionais, 8 para passear com a família em Paris, pagas com dinheiro público.
17. Deputado Henrique Alves (PMDB-RN), há 13 passagens para Miami, Buenos Aires e Nova York; algumas para a família, pagas com dinheiro público.
18. Deputado José Aníbal (PSDB-SP) foi com a mulher a Paris, e a filha a Nova York, com dinheiro público.
19. Deputado Sarney Filho (PV-MA) esteve com a mulher em Buenos Aires e em Madri, e o filho viajou a Miami, com dinheiro público.
20. Deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) foi a Londres via Paris, com dinheiro público.
21. A farra não tem bandeira partidária, atingindo tanto o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), presidente do PT, quanto o do DEM, Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Não tem sentido os parlamentares usarem verbas de cotas de viagens para fins não oficiais, beneficiando parentes, amigos etc. Assim, soa escabroso dizer que as regras não são claras. Esses políticos deveriam ser submetidos ao Conselho de Ética para serem cassados.

sábado, 18 de abril de 2009

O xerife do Senado

O Senador Heráclito Fortes (PFL-PI) demonstra ter muito jogo (político) de cintura para se exercitar com leveza nesse campo espinhoso onde a bola facetada de denúncias rola com desenvoltura e o senador até marca gols. Eh! o senador é um craque. Temos que tirar o chapéu e aplaudi-lo de pé.

Com a descoberta da farra de diretorias no Senado, o senador não se mostrou embaraçado para elucidar o caso. Ora falava em 181 diretorias, se não estou enganado, ora reduzia a quantidade, em patética vacilação. Mas o senador disse que o fato seria moralizado. E estamos aguardando para ver... Agora são os gastos abusivos de viagens dos gloriosos parlamentares que o senador tenta amenizar.

O senador ao considerar normal que o parlamentar possa levar a tiracolo a sua esposa emviagem oficial porque também o faz o presidente da República, lamentavelmente, demonstra a que nível moral chegou o tratamento dado à coisa pública. E coisa pública não é privada. Se a despesa saísse de seu bolso talvez o senador tivesse outro comportamento. Mas como a conta é paga pela Nação, tudo vale: pode levar esposa, filho, sogra, cunhado, namorada, amigos etc.

Enquanto a população miserável e desempregada padece no inferno das injustiças, os senhores políticos estão deitado em berços esplêndidos muito despreocupados com o social, gozam e abusam das benesses públicas e ainda encontram justificativas para defender seus privilégios. Este é o quadro degradante e escancarado à Nação de como se comportam os nossos parlamentares.

Os nossos parlamentares são produtos do viciado tecido sujo que até hoje protege casta de políticos oportunistas, carreiristas, interesseiros, fisiologistas e que só dão prejuízo à Nação. A culpa é toda nossa que continuamos a votar em (fajutos) políticos que não respeitam o eleitor e o País. A gente fica indignado como a maioria dos senadores e deputados trata com descaso a coisa pública.

A coisa é tão imoral que as sobras de verbas para gastos com viagens não são devolvidas ao erário publico. Os "smiles" (créditos de viagem concedidos pelas companhias aéreas) decorrentes de passagens aéreas adquiridas com o dinheiro público também não são devolvidos. E os senhores parlamentares ainda encontram justificativas para se defender de irregularidades praticadas? Deveriam ficar pálidos de vergonha com tanta safadeza.

Está faltando fiscalização externa da sociedade nos gastos do Congresso e maior participação do povo nas decisões do Parlamento. E tenho certeza de que a minha indignação é a mesma da maioria dos cidadãos brasileiros. Vamos cobrar dos congressistas mais respeito. E o e-mail do senador Heráclito Fortes é heraclito.fortes@senador.gov.br

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Falta fiscalização externa ao Congresso

Não é nenhuma injustiça ou equívoco afirmar que a imagem do Senado é comprometedora não só no plano administrativo como principalmente na questão do lado ético e moral de parcela expressiva de seus membros.

O Senado está transformado numa caixa de ressonância das mazelas do viciado sistema corrupto brasileiro de tirar vantagem, de locupletação etc. Se não forem tomadas medidas corretivas profundas e amparadas numa urgente e ampla reforma política, para resgatar a confiança e a credibilidade, não há razão para continuar existindo o Senado, hoje transformado numa instituição caricata, que pouco produz, e que só trata de questiúnculas de interesses partidários e não sociais; de fisiologismo; de barganha pelos cargos públicos etc. Estão faltando ao Senado fiscalização e controle externos, com extensão à Câmara dos Deputados, para chamar à responsabilidade políticos inescrupulosos que não se comportam dentro de princípios éticos e morais. Mas a preocupação preliminar é com o Senado, pois a maior Casa Legislativa de poderes da República não pode servir de mau exemplo.
No atual sistema político, a sociedade tem pouca força para interferir nesse castelo de grandeza e egocentrismo que é o Senado. Lá fazem de tudo, menos política de qualidade voltada para o bem-estar social. Daí a necessidade, para salvar a imagem do Parlamento, de uma grande reforma política contemplando princípios de democracia direta e semidireta e dando ao povo poder para interferir no Legislativo (moralização) e cassar mandato de parlamentares indecorosos porque no Brasil dificilmente algum político é penalizado.
A maioria dos senadores está mais preocupada com seus interesses particulares, com o compadrio, com a troca de favores nas mais diversas instâncias, com as benesses públicas, com o cabide de emprego, com o prestígio político e com as glórias do poder.
O Senado é hoje uma escola de maus exemplos. De presidentes e auxiliares, com condutas duvidosas, até servidores de carreira, envolvidos em ilegalidades, o Senado está cheio. É uma instituição que há muito carece de comando responsável, pois é inadmissível que a farra de "diretorias inúteis" grassasse vergonhosamente à vista dos senhores senadores, e se não fosse a imprensa livre ter denunciado tal imoralidade, tudo continuaria como dantes no mais velado acobertamento. E assim mesmo, após as denúncias, a resistência interna para combater a farra das diretorias tem se mostrado firme.
Agora, parece que o Senado pretende calar a boca da imprensa para não divulgar o subterrâneo sombrio do estamento - uma espécie de censura prévia. Se for verdade, será um grande retrocesso democrático e inaceitável. É como voltar à Lei de Imprensa, instituída em 1967 para restringir a liberdade de informação. Só faltava isso!
Os senhores parlamentares consideram-se imaculáveis e intocáveis. Não gostam de ser observados, por quê? Porque estão acostumado com o secular e viciado tecido podre da política brasileira de sempre tirar vantagem e vivem num País onde a fronteira entre o lícito e o ilícito quase que inexiste, a ponto de um pequeno delito não ser considerado uma irregularidade.
Por isso, fatos como os abordados abaixo são considerados normais pelos políticos, mas são ilegais, antiéticos e imorais:
1. O bondoso governador do Ceará, Cid Gomes, presenteou a sogra com viagem ao exterior usando avião fretado em missão oficial.
2. A senadora maranhense Roseana Sarney, de coração mavioso, brindou parentes com viagens aéreas custeadas com dinheiro público.
3. O senador do Acre, Tião Viana, mimou a filha emprestando-lhe telefone celular oficial para passear no México, cuja despesa, segundo consta, foi quitada posteriormente pelo senador. E se o caso não fosse de conhecimento público, as despesas teriam sido reembolsadas? Fica a dúvida.
4. O senador cearense Tasso Jereissati é denunciado por usar verba para gastos com transportes, em fretamento de jatinho entre 2005 e 2007, no valor de R$ 469 mil. O senador não gostou e falou que o Senado só lhe dá prejuízo. Se fosse verdade, já teria desistido. Ninguém pediu para ele ser senador. Se o senador se orgulha tanto de fazer o trabalho do Senado mesmo tendo prejuízo, e sendo um empresário bem-sucedido e abonado, por que continua a receber os salários regulamentares do Senado e usa o dinheiro da Nação para viagens? Deveria prestar um grande serviço ao País sem remuneração.
5. Consta que o senador Adelmir Santana (DEM-DF) tem o funcionário Mirocelis Barbosa da Silva, lotado em seu gabinete, mas prestando serviços no escritório político do atual vice-governador do Distrito Federal e ex-senador Paulo Octávio.
6. Amélia Pizato está lotada no gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ela é sogra de um assessor do senador. E segundo vizinhos, ela não trabalha fora de casa.
7. O deputado licenciado Alberto Fraga (DEM-DF) mantinha esquema em que a empregada doméstica de sua residência particular, Izolda da Silva Lima, lotada no gabinete de seu suplente, o deputado Osório Adriano (DEM-DF), recebia um salário de R$ 480 na função fictícia de “secretária particular”, pago pela Câmara.
Vejam, brasileiros de todas as querências, que foram pequenos senões praticados por políticos nacionais, mas à luz do Direito, delitos materializados que denegrecem a imagem do Parlamento.

Sistema político falido

O tecido viciado da política brasileira, de tirar vantagem, já se tornou uma instituição vergonhosa no País. Enquanto a sociedade não tiver instrumento para reagir e limpar do Parlamento políticos indecorosos, tudo continuará como está: com a imagem do Congresso enxovalhada.
Está provado que o nosso sistema político representativo está falido. O atual sistema, através do Poder Legislativo, não cumpre as sua obrigação de votar as leis do País. Só trata de questiúnculas de interesses partidários e não sociais; de fisiologismo; de barganha pelos cargos públicos etc. A maioria das decisões do Congresso não reflete os interesses coletivos. Temos um Legislativo muito distanciado do povo, o qual não pode interferir diretamente em suas decisões. Daí a necessidade, para salvar a imagem do Parlamento, de uma grande reforma política contemplando princípios de democracia direta e semidireta e dando ao povo poder para interferir no Legislativo (moralização) e cassar mandato de parlamentares indecorosos porque no Brasil dificilmente algum político é penalizado. O que equivale a dizer que está faltando fiscalização e controle externos do Congresso Nacional.
A título ilustrativo, nas democracias diretas, em que o cidadão decide sobre questões de governo, o sufrágio significa a aprovação a determinada medida, e é a forma pela qual se manifesta a opinião do indivíduo sobre assuntos que pendem de sua resolução. Nos institutos de democracia semidireta, como o referendum, o veto popular etc., o sufrágio também exprime a opinião do indivíduo sobre questão que lhe é submetida. No regime representativo, em linguagem de democracia clássica, o sufrágio é o meio pelo qual o povo designa as pessoas que devem governar em nome dele, como seu representante.
O regime representativo brasileiro precisa sofrer mudanças substantivas. O povo, como protagonista da democracia, não pode ficar apenas na posição secundária de só servir para eleger o Parlamento e seus governantes sem poder também interferir em suas decisões. Por outro lado, o tempo tem demonstrado que somente o exercício do voto não seleciona o Parlamento. A seleção do Parlamento deveria iniciar na impugnação de candidato ficha-suja pelos partidos políticos e tribunais eleitorais.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Qurem desmoralizar o Brasil?

Os senhores parlamentares querem desmoralizar o Brasil? Imaginar que o ilustre senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é o autor da infeliz proposta de aumentar o número de parlamentares para representar a comunidade brasileira que vive no exterior é como abrir a janela pálido de espanto ao deparar com alguém que parece que perdeu o senso. E o pior, ser acompanhado por outros políticos desmiolados.
Onde está o senso de responsabilidade dessa gente com a contenção dos gastos públicos? Já não basta a vultosa soma para manutenção de um Congresso Nacional inchado e inoperante, com 81 senadores e 513 deputados, cujo dinheiro seria mais bem empregado se fosse aplicado no social? E ainda querem encontrar espaço para mais parlamentares? Trata-se de proposta absurda que não encontra apoio da maioria do povo brasileiro.O Congresso Nacional não pode claudicar na sua responsabilidade com o País. E por não estar se comportando dentro de padrões éticos e morais, a sociedade tem se manifestado pala extinção do Senado, bem como pela redução drástica da quantidade de parlamentares no Brasil, aqui incluídos os vereadores.Como o dinheiro não sai do bolso daqueles que fazem da vida política profissão (mandato é transitoriedade), torna-se muito cômodo propor esdrúxulas medidas que aumentam as despesas públicas. Quantas coisas importantes deixam de ser feitas, mas para inventar medidas absurdas e intempestivas os senhores parlamentares são pródigos e não querem saber da situação do Brasil. Por quê? Porque estão mal acostumados com o viciado tecido político que só sabe gastar o dinheiro público.O fato de esses brasileiros residentes no exterior representarem cerca de 3 milhões de cidadãos e internarem grandes somas de divisas não é motivo para justificar o aumento da representatividade política no Congresso. Os 594 parlamentares federais estão no Parlamento para quê? Para também representar todos os brasileiros, independente de onde eles estiverem. Não temos nada de ficar copiando modelos políticos alienígenas. Se outros países adotam critérios políticos de representação parlamentar para seus cidadãos residentes no exterior, não nos cabe aqui copiá-los. A nossa realidade é de contenção de gastos públicos sem esbanjamento.Ademais, os brasileiros residentes no exterior ingressam divisas no Brasil por mera disposição de vontade. Não são obrigados. Portanto, é descabível a proposta de aumento do número de parlamentares federais para representar os brasileiros residentes no exterior, como forma de incluí-los no contexto nacional, porque já temos parlamentares suficientes no inchado, inoperante e dispendioso Congresso Nacional.Causa perplexidade que essa proposta absurda de emenda constitucional tenha partido de um educador, que deveria também saber administrar os gastos públicos?

O Senado não dá lucro?

O nosso Brasil está dominado por indivíduos inescrupulosos que só querem tirar vantagem e sugar o Tesouro Nacional com a maior cara de pau. A licenciosidade instalada neste País de vícios seculares, onde a ética e a moral são desrespeitadas todos os dias, faz com que a fronteira entre o certo e o errado, o lícito e o ilícito quase se mostre imperceptível a ponto de um pequeno delito não ser considerado por muitos uma irregularidade.Sinceramente, não vejo razão para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticar a onda de denúncias contra o Senado. Ou a sociedade é realmente só formada por apedeutas, que não têm conhecimento de nada e cometem injustiças ao Senado. Ou o Senado está eivado de pecadores que não aceitam ser denunciados.Se o Senado, através de seus membros, atuasse dentro de padrões éticos e morais, certamente não estaria sendo objeto de críticas da sociedade pelo seu comportamento. Por outro lado, se não fosse o grande trabalho da imprensa investigadora brasileira para denunciar o subterrâneo de nossa política, muitas safadezas não seriam de conhecimento público. Mas como a maioria dos senhores parlamentares se consideram intocáveis não aceitam receber qualquer carraspana social.Outro dia, tivemos a notícia de que o bondoso governador do Ceará, Cid Gomes, presenteou a sogra com viagem de passeio ao exterior, usando avião fretado em missão oficial. A senadora do Maranhão, Roseana Sarney, de coração mavioso, brindou parentes com passagens aéreas não custeadas com seu dinheiro. O impoluto senador do Acre, Tião Viana, mimou a filha emprestando-lhe telefone celular oficial para passear no México, cuja despesa, segundo consta, foi quitada pelo senador. E se o caso não fosse de conhecimento público, as despesas teriam sido reembolsadas? Fica a dúvida. Vejam que foram pequenos senões, mas à luz do Direito, delitos materializados. E agora, o senador cearense Jereissati é denunciado por usar verba para gastos com transportes, em fretamento de jatinhos entre 2005 e 2007, no valor de R$ 469 mil.Ora, ora, o Senado só dá prejuízo - assim reagiu o senador Jereissati. Mas o senador foi para o Senado porque quis. Ninguém foi pedir-lhe por amor de Deus para ser senador. Os interesses (velados) que o levaram ao Senado só ele conhece... Ademais, se o Senado não desse lucro o senador já teria desistido. Se o senador Tasso Jereissati se orgulha tanto de fazer o trabalho do Senado mesmo tendo prejuízo, e sendo um empresário bem-sucedido e abonado, por que continua a receber os salários regulamentares do Senado e usa dinheiro da Nação para viagens? Deveria prestar um grande serviço ao País sem remuneração.

Compromissos éticos e morais

Substituição de texto anterior
As especulações sobre o nome do prefeito José Fogaça como candidato ao Piratini revelam a pouca seriedade de como os mandatos políticos são tratados no País.
Quando se fala que a política brasileira é um jogo espúrio de interesses, em que as glórias do poder justificam os meios empregados em detrimento da sociedade, não se está blefando ou cometendo injustiças com ninguém, porque é dessa forma que se apresenta a maioria dos políticos para tirar vantagens.
Está em jornal: "PMDB preserva Fogaça para evitar desgaste antecipado". Ora, os senhores políticos deveriam ter mais responsabilidade eleitoral e respeitar o instituto do mandato político. A política não pode ser apenas um jogo de interesses. Essa falta de seriedade tem repercutido negativamente na sociedade, que não acredita mais na palavra de político.
Não faz muito tempo, o senhor Tarso Genro traiu a nossa confiança renunciando a prefeitura porto-alegrense para tentar o Piratini e se deu mal. E isso que jurou de pés juntos que cumpriria o seu mandato. Agora, é o prefeito Fogaça sendo tentado (e querendo) ser candidato ao Piratini. Parece que estamos assistindo ao mesmo filme.
Até quando os nossos políticos vão querer nos trapacear com deslealdades? Já está na hora de se apagar esta pecha de que onde termina a política começa a trapaça.
A hipocrisia não deveria fazer parte do jogo político, e o senhor Fogaça deveria ter coragem para sustentar o mandato de prefeito para o qual fora eleito declinando logo da especulação de sucessão ao governo do Estado, em respeito ao voto de confiança de cada eleitor que o guindou à prefeitura.
As glórias do poder podem inebriar os indecorosos políticos, mas não aqueles que têm compromissos éticos e morais com a população. E isso se espera encontrar no senhor José Fogaça.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Compromissos éticos e morais

As especulações sobre o nome do prefeito José Fogaça como candidato ao Piratini revelam a pouca seriedade de como os mandatos políticos são tratados no País.
Quando se fala que a política brasileira é um jogo espúrio de interesses, em que as glórias do poder justificam os meios empregados em detrimento da sociedade, não se está blefando ou cometendo injustiças com ninguém, porque é dessa forma que se apresenta a maioria dos políticos para tirar vantagens.
Está em jornal: "PMDB preserva Fogaça para evitar desgaste antecipado". Ora, os senhores políticos deveriam ter mais responsabilidade eleitoral e respeitar o instituto do mandato político. A política não pode ser apenas um jogo de interesses. Essa falta de seriedade tem repercutido negativamente na sociedade, que não acredita mais na palavra de político.
Não faz muito tempo, o senhor Tarso Genro traiu a nossa confiança renunciando a prefeitura-portoalegrense para tentar o Piratini e se deu mal. E isso que jurou de pés juntos que cumpriria o seu mandato. Agora, é o prefeito Fogaça sendo tentado (e querendo) ser candidato ao Piratini. Parece que estamos assistindo ao mesmo filme.
Até quando os nossos políticos vão querer nos trapacear com deslealdades? Já está na hora de se apagar esta pecha de que onde termina a política começa a trapaça.
A hipocrisia não deveria fazer parte do jogo político, e o senhor Fogaça deveria ter coragem para sustentar o mandato de prefeito para o qual fora eleito declinando logo da especulação de sucessão ao governo do Estado, em respeito ao voto de confiança de cada eleitor que o guindou à prefeitura.
As glórias do poder podem inebriar os indecorosos políticos, mas não aqueles que têm compromissos éticos e morais com a população. E isso se espera encontrar no senhor José Fogaça.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

As invasões do MST são legítimas?

Essa pouca vergonha de invasões de terras e prédios públicos já está demais. Estamos num Estado Democrático de Direito ou de anarquia? A ordem democrática tem que prevalecer sobre quaisquer interesses ou manifestações tendenciosas. Sem matiz partidário, o Congresso tem o dever de exigir do governo e demais autoridades a manutenção da ordem. O País não pode continuar sendo sacudido por constantes invasões de órgãos públicos e propriedades privadas sem a devida repressão de nossas autoridades. Esses movimentos são preparados com o objetivo de desestabilizar o País e não podemos tolerar. O Congresso e o Judiciário têm o dever de exigir respeito à ordem democrática. A forma como esses movimentos vêm atuando, através de métodos não convencionais de invasões e depredações para reivindicar os seus objetivos, afronta a legalidade das manifestações pacíficas, bem como desrespeita o Estatuto do Menor ao expor, de maneira apelatória, crianças nesses movimentos. O País não pode perder o controle da ordem democrática, permitindo que aqui se transforme em célula de anarquia. Por que os demais segmentos sociais de pessoas desempregadas e sem-teto, com dívidas até o pescoço, obedecem à ordem democrática e não partem para a violência das invasões, e esses movimentos subversivos e violentos se julgam no "direito" de agredir as propriedades particulares e públicas? Por quê? A coisa está caminhando para o descontrole. Daqui a pouco vão invadir as nossas casas, se não tomarem providências.Tudo está acontecendo, lamentavelmente, à vista de nossos lenientes Judiciário e Congresso Nacional, que não exigem o cumprimento da ordem legal; do Ministério da Justiça, cujo titular tem a pachorra de dizer que se trata de movimentos democráticos regulares; e do governo federal, que alimenta com verba pública essas organizações. Por outro lado, é inequívoca a mão de partidos de esquerda regendo essas invasões como forma de instalar aqui regimes socialistas comunistas ultrapassados.Por que esses movimentos ensandecidos não batem às portas do Planalto? O governo federal não prometeu fazer a reforma agrária? Não prometeu 10 milhões de empregos? Quem promete tem de cumprir. E agora, com uma jogada de marketing, faz a sua propaganda política prometendo construir 1 milhão de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida, sem estipular datas para metas de construção. Ora, o déficit habitacional brasileiro é de conhecimento de todos. Por que só agora, em final de governo, resolveu tomar medidas que eram de sua obrigação?