quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ser ou não ser competente

Outro dia, assistia, pela televisão, a dois políticos carreiristas serem entrevistados: Roberto Requião (PR) e Ciro Gomes (CE). E, coincidentemente, ali estavam reunidos duas figuras que representam o que há de mais autoritário no cenário político nacional. A única diferença substantiva, observada entre ambos, está na conceituação do que seja moralidade pública. Enquanto o senhor Ciro Gomes abriu mão da prebenda vitalícia de ex-governador, o impoluto senador Requião continua a desfrutar da imoralidade.

Pois bem, abordando o cenário político nacional, os entrevistados falavam como se tivessem a solução para resolver os grandes problemas brasileiros, só que em suas gestões administrativas estaduais, os resultados não guardaram conformidade com a eloquência de suas exposições. Esses são os políticos oportunistas com os quais nos deparamos há muito tempo no Brasil. Políticos da velha-guarda, com “fórmulas fáceis”, que só estão interessados nas luzes da ribalta do poder.

Roberto Requião, com a sua empáfia de valentão, muito se assemelha ao ex-governador cearense. Só que de útil, até agora, ambos nada legaram de positivo ao país. Na última década, principalmente entre 2003 e 2010, período em que o senador Requião, do PMDB, governou o Paraná, Curitiba experimentou um fracasso em matéria de política de segurança pública. “Sua administração foi uma incompetência brutal em termos administrativos e gerenciais no tema da segurança pública”, diz o sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos Humanos da Universidade Federal do Paraná. Com opinião idêntica manifestou-se o ex-governador paranaense Jaime Lerner, três vezes prefeito de Curitiba e responsável por muitas das obras que tornaram a cidade uma referência em urbanismo: “Houve uma omissão do poder estadual, refletida na falta de investimento na área de segurança e em um governo autoritário e arrogante”.

A cidade que era um modelo de urbanização foi espremida por uma periferia abandonada à própria sorte e se tornou uma das mais violentas do Brasil, segundo a revista Veja. Hoje, Curitiba está classificada, conforme o Instituto Sangari, que realiza esse levantamento desde 1998, na 6ª posição no ranking das capitais com maiores índices de homicídios. Ser ou não ser competente, eis a questão, senhores governantes!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Acadêmico canadense sugere Lula para o Banco Mundial

Agência Estado
O próximo presidente do Banco Mundial deveria ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sugestão é do professor de Ciência Política Gregory Chin, da Universidade York, do Canadá, em artigo publicado na edição de hoje do Financial Times.
"Estão crescendo as demandas para que se rompa a tradição de 65 anos de selecionar automaticamente um americano para ser o próximo chefe do Banco Mundial", escreve o acadêmico. Lembrando a reivindicação dos países em desenvolvimento, de ter maior representação nas instituições internacionais, Chin cita uma declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que "nosso objetivo é que os países emergentes tenham a mesma chance de competir pela liderança dessas organizações multilaterais".
"Mantega não precisa olhar longe. Que tal Lula?", pergunta o autor do artigo. "Sob a liderança de Lula, o Brasil entrou na crise financeira forte e bem governado, e emergiu dela mais rapidamente do que a maioria das economias avançadas. Enquanto isso, seus bancos e multinacionais continuaram a ascender nos rankings globais. Lula foi um dos líderes mais carismáticos do Sul Global ao longo da última década. Seu perfil foi robusto nas cúpulas do G-20, acusando aqueles que administravam mal a economia mundial e demandando reformas para corrigir arranjos de representação ultrapassados no sistema econômico global", prossegue o texto.
Chin acrescenta que as credenciais de Lula "como campeão das economias em desenvolvimento são fortes. Ele viajou pelo mundo, defendendo laços Sul-Sul mais fortes, inclusive com a África e dentro dos Brics, e deu seu apoio a fóruns regionais na América do Sul. Ele demandou mais voz para os países em desenvolvimento nos processos de tomada de decisões globais e de estabelecimento de agendas. Lula é respeitado por formadores de opinião no Norte. O Brasil fez contribuições substanciais para instituições multilaterais, para o sistema das Nações Unidas, dando mais do que a China para a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Banco Mundial para os países mais pobres".
O acadêmico ressalva que "a nomeação do ex-presidente brasileiro não resolveria por si mesma os desafios de legitimidade que o Banco Mundial enfrenta. Embora os problemas de credibilidade do banco não sejam tão severos como os do FMI, não se pode esquecer que foi apenas quatro anos atrás que o banco nomeou seu primeiro economista-chefe do mundo em desenvolvimento - da China".
O artigo diz ainda que "com Lula como presidente, o banco seria liderado por alguém que lutou corajosamente pela democracia, pela igualdade e pela justiça social. Haveria acordo, pelo menos nesse nível, em torno de um bom modelo de governança".
COMENTÁRIOS
Desatinos e delírios não são coisas raras de serem encontradas em políticos ou ministros do PT, mas também em acadêmicos estrangeiros. Por que não sugerir o nome de Lula para reger o Universo? Lembrando o irreverente jornalista Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade (PETISTA) é burra”. Ou “Invejo a burrice (PETISTA), porque é eterna.
O acadêmico (louco) canadense não conhece a intelectualidade burra do Lula e nem a realidade periférica de miseráveis brasileiros. O acadêmico canadense deveria fazer uma viagem através do Brasil para conhecer a realidade social que não é mostrada ao exterior. Se conhecesse a realidade social brasileira, certamente o acadêmico canadense não cometeria tamanha insensatez.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Governo sacrifica saúde

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (15) um corte de 55 bilhões de reais no orçamento para 2012. Mas o dinheiro para o sistema público de saúde não deveria ser afetado.

Como Lula, Dilma, Alexandre Padilha & Cia. têm assegurado assistência médica gratuita, de qualidade, paga pelos contribuintes, fica muito cômodo cortar, no orçamento, a verba que iria mitigar a dor dos assegurados do SUS. Com efeito, esse governo petista continua não sendo sério, pois os gastos com Brasília permanecem desafiando os contribuintes nacionais e não se vê nenhuma atitude governamental moralizadora. No Senado Federal, por exemplo, todos os senadores, ex-senadores e familiares têm assistência médica gratuita sem terem contribuído com algum centavo. Gastos como os do Senado, que não são uma exceção, não se corrigem, mas para cortar verba orçamentária destinada à saúde pública brasileira, o governo mostra-se rápido no gatilho.

Ora, um governo que não se preocupa de verdade com a saúde de seu povo diante da real situação de decadência do sistema público de saúde nacional e ainda manda cortar, no orçamento, dinheiro da saúde, não pode ser considerado sério. Se todos os políticos fossem obrigados a se medicarem no SUS, certamente não haveria corte orçamentário para o sistema público de saúde. E assim, lamentavelmente, vai-se acolhendo com menoscabo o cidadão pobre brasileiro, que não pode se tratar no Hospital Sírio-Libanês, como o nosso ex-presidente Lula que faz tratamento à nossa custa e não deu a divida atenção ao SUS dos descamisados.

O Ministro da Saúde Alexandre Padilha deveria ter coragem de censurar o corte orçamentário de sua pasta se não fosse um capacho do PT, em vez de vir fazer proselitismo demagogo de que a pasta ainda terá o maior orçamento da história, com aumento de 17% em relação ao ano passado, e o maior volume de recursos desde 2000. Só que são 5,473 bilhões de reais que deixarão de atender aos descamisados que morrem nas filas do SUS.

O PSD é um partido sério?

Política é essa coisa abstrata de difícil compreensão, que só serve para enganar o cidadão. Na política, infelizmente, os fins justificam os meios capciosos usados por essa coisa abstrata.

O novel partido político brasileiro, Partido Social Democrático-PSD, criado com a vestal de seguir uma linha de harmonia moralista em defesa dos interesses nacionais, agora começa a mostrar a sua verdadeira face oculta: a de um partido fisiologista, igual aos demais, que pratica também o chamado toma lá, dá cá. Leiam a reportagem da revista Veja (8/02) e tirem as conclusões: “99 anos de ocupação na Cracolândia – O terreno público de 4 400 metros quadrados que o prefeito Gilberto Kassab quer ceder para abrigar o Instituto Lula ficará nas mãos do PT até, pelo menos, 2111. Esse é prazo previsto no projeto de concessão. Mas o prefeito pode receber sua contrapartida muito antes. Com conversas com o PSDB travadas, ele aposta que fechará a aliança com o PT para disputar a eleição paulistana deste ano. Kassab sonha indicar seu secretário de Educação, Alexandre Schneider, como vice na chapa de Fernando Haddad. Ah, a área pública em questão vale 18 milhões de reais.”

Assim, nada mais condenável, na política, que a contínua prática do fisiologismo em busca da troca de favores. O PSD, com a possível aliança com o PT, age como um partido comum da velha-guarda, sem escrúpulo e sem objetivo sério.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A política comanda a educação brasileira

O Brasil precisa urgentemente atacar, com políticas públicas sérias, o seu tripé principal: Educação, Segurança e Saúde. Não se compreende por que o investimento em educação é tratado de forma política e não como uma obrigação constitucional. Temos hoje professores desmotivados, sem salário adequado, e escolas públicas sucateadas pelo país afora. Enfim, não se dá o devido valor à educação brasileira. Recentemente, foi indicado para a pasta da educação o político “profissional”, Aloizio Mercadante, que nada entende da área.

É a indicação política que continua a corromper as nossas instituições. Quantos profissionais da área de educação, competentes e apolíticos, existem, e o governo federal foi lançar mão logo do senhor Aloizio Mercadante, sem conhecimento da área? Esta é a prova incontroversa do menoscabo federal com a educação brasileira.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) fez importante aparte, dia 9, no discurso do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que falava sobre Educação no Brasil, ao criticar o comportamento da presidente Dilma, que vetou a exigência de Ensino Fundamental para o exercício da profissão de cabeleireiro e manicure. Ora, por que o requisito educação formal foi deixado em plano inferior pela presidente da República? Por quê? Para agradar ao seu eleitorado? Ou o compromisso federal com o fortalecimento da educação é apenas um jogo de interesse ou peça de retórica?

Lamentavelmente, a educação brasileira é tratada de forma política e serve de pano de fundo para encobrir a incompetência de nossos governantes. A política de cotas para negros demonstra o alto grau de deficiência do ensino da rede pública brasileira. Em vez de o governo investir substantivamente numa escola pública de alta qualidade, para nivelar todos: pobres, ricos, negros, brancos etc., prefere colher dividendos políticos ao facilitar a entrada de “negro” na universidade pública em detrimento, por exemplo, de um “branco” pobre que tenha alcançado, em vestibular, uma classificação superior ao “negro”, desmerecendo assim os fatores de competência entre cidadãos. Isso é não é política de educação.

Vejam, também, no plano de política representativa. Prega-se hoje, como necessidade indispensável, que todos os cidadãos tenham educação formal completa: primeiro, segundo e terceiro grau. Hoje, para qualquer empreguinho razoável exige-se conclusão do ensino médio. Por que também não se muda a Constituição Brasileira para que todos os representantes políticos, desde vereador, tenham, no mínimo, a conclusão do ensino médio? É inconcebível que parlamentares que votam as leis do país não tenham educação formal adequada para o exercício do mandato. Isso é muito sério! Ah, mas o ex-presidente Lula não tinha educação formal completa! Mas o Brasil tem que se pautar por modelos educacionais de Primeiro Mundo. Não podemos ficar batendo palmas para os Tiriricas da vida.

É um grande retrocesso, para um país que almeja espaço no cenário internacional das nações desenvolvidas, continuar a permitir que o seu Parlamento seja constituído de cidadãos sem formação cultural adequada. O Congresso Nacional deveria envidar esforços para que o nível educacional de nossos parlamentares, a começar dos vereadores, obedecesse aos padrões culturais que estão sendo exigidos dos demais brasileiros.

Aeroporto: Concessão e Privatização

O deputado Vicentinho (PT-SP) escreveu artigo explicando a diferença entre concessão e privatização. Nada mais pueril que tentar explicar por sofisma o verdadeiro sentido das palavras. No passado, a “capitis diminutio” petista usava o mesmo estratagema para criticar as ações de concessões operadas pelos governos anteriores. Veja, por exemplo, no Rio Grande do Sul, o borracho bigodudo Olívio Dutra chamava de privatização as concessões, outorgadas legalmente pelo governador Antônio Britto, para exploração das estradas estaduais através de cobrança de pedágio. Quando se tem telhado de vidro não se deve jogar pedra nos adversários. Portanto, beira o ridículo, o“novel professor da Língua Portuguesa”, deputado Vicentinho, vir tentar ensinar o óbvio da semântica das palavras aos brasileiros que não se alinham à filosofia política petista.

Mais uma falácia: chamar de mídia dominante aquela que publica as falcatruas envolvendo os “companheiros” ou os apaniguados do PT e seus correligionários partidos da base de apoio, é duvidar, audaciosamente, da inteligência dos demais brasileiros. Apedeutas ou beócios não são aqueles que sabem enxergar as artimanhas do PT.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Câmara Federal engaveta propostas

O presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT-RS), tem que ter comportamento de magistrado, e pautar a sua atuação, no comando da Câmara, com neutralidade, isenção, imparcialidade e sem agradar ninguém.

Os projetos ou propostas do Senado Federal, ou de iniciativas da Câmara Federal, de interesses nacionais, não podem ficar sobrestados ou condicionados aos critérios políticos do presidente da Câmara. O presidente da Câmara tem o dever de submeter à votação do Plenário todas as propostas, independente de satisfazer ou não partidos políticos, ou os interesses do Executivo.

À luz da moralidade pública, observados os princípios esculpidos no Art. 37, da Constituição Federal, não é de boa prática administrativa o presidente da Câmara Federal vir fazer juízo de valores a favor do Executivo ao engavetar proposições, como a PEC 300, que trata do piso salarial dos policiais e bombeiros brasileiros, sob frágil argumentação de que a proposta comprometeria os governos federal e os estaduais.

O Presidente da Câmara Federal não pode obstaculizar as propostas sociais, submetidas ao Congresso Nacional, dificultando o seu trâmite regular. No exercício de suas atribuições, não pode agir como um representante partidário. Tem que ter postura de magistrado, e não deveria fazer julgamento tendencioso de valores.

O deputado Marco Maia pode ter o seu ponto de vista pessoal, mas como presidente da Câmara Federal não deveria fazer comentários públicos ao posicionar-se contra a PEC 300. Afinal, o Plenário da Câmara é o foro adequado e soberano para aprovar ou desaprovar qualquer proposta, porque isso é de sua competência. O deputado Marco Maia não tem autoridade para dizer que não há acordo para votação da PEC 300. É seu dever liberar as propostas para apreciação do Plenário da Câmara. Ou o Plenário da Câmara, a seu juízo, é composto de gente irresponsável?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O Brasil precisa pagar bem o seu policial

Lamentavelmente, temos um governo federal que se utiliza de falácia para enganar as categorias salariais. Dinheiro existe para pagar os altos salários dos apaniguados de Brasília (Congresso Nacional, Judiciário, Executivo etc.), mas para as demais categorias, o governo usa o rigor da contenção dos gastos públicos.
A PEC 300, que daria dignidade salarial aos policiais brasileiros não é aprovada pelos insensíveis deputados federais que estão a serviço dos governos federal e estaduais. Enquanto isso, a população baiana sofre as consequências do estado de insegurança por que atualmente passa.
Mas, infelizmente, se os policiais não fizerem greve não conseguem dignidade salarial para as suas categorias. Os políticos e governos precisam se conscientizar de que os serviços prestados pelas polícias são de grande importância para a sociedade e precisam ser respeitados através do oferecimento de remuneração salarial atualizada e digna. Os governos não podem se aproveitar da situação dos servidores que prestam serviços ou atividades em áreas consideradas essenciais, coibidas de movimentação paredista. Tenho certeza de que a greve dos policiais baianos é um ato de desespero por justas reivindicações salariais.
Senhores governantes e políticos nacionais, a política salarial de nossos policiais precisa ser levada a sério. É inconcebível uma segurança pública de qualidade sem remuneração salarial adequada ao servidor policial. O Brasil precisa rever com urgência o seu tripé mais importe: Educação, Segurança e Saúde.
O Art. 42, § 5º constitucional – Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve -, a meu ver, colide com o próprio texto constitucional, cujo Art. 5º prescreve que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. Se as demais categorias salariais podem ser sindicalizadas e fazer greve, por que os militares não podem? Por que os militares não podem ter o seu sindicato para cuidar de seus interesses, por exemplo, de suas reivindicações justas salariais como as demais profissões fazem? Trata-se de um procedimento constitucional retrogrado e jurássico, para um país de regime dito democrático. É evidente que não se aceitaria que os militares fizessem movimento paredista armado, como também qualquer outra categoria profissional. Argumentar que o militar está baseado em dois pilares essenciais: hierarquia e disciplina, para demovê-lo de qualquer ação paredista, é um argumento frágil. Primeiro, trata-se de norma de conduta interna (hierarquia e disciplina). Segundo, é inadmissível, do ponto de vista de direitos trabalhistas, já que o serviço militar é remunerado e por isso tem natureza de relação empregatícia, que eles fiquem alijados dos mesmos direitos que são estendidos aos demais trabalhadores brasileiros.
O cerne da questão é que o país não trata com seriedade as políticas salariais de seus servidores públicos. Algumas categorias ganham mais e outras ganham menos. Por que o policial militar e civil do Distrito Federal ganha mais do que os policiais de outros estados? Por que todos os servidores de serviços ou atividades essenciais não são (bem) remunerados com dignidade? Por que o índice de reajuste salarial de todas as categorias públicas não é igual, conforme prescreve o Art.37-X, visto que os parlamentares federais têm o privilégio de se autorreajustarem em bases superiores às demais categorias? Por que os governos continuam com procedimentos ultrapassados de não manterem um diálogo permanente com os representantes dos trabalhadores para evitar as deflagrações paredistas?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Políticos desleais

A falta de respeito com o voto do eleitor tem se constituído numa vergonha nacional. Vota-se num cidadão e ele se elege. Depois de eleito, dá uma banana ao eleitor ao fugir de suas funções ou obrigações legislativas para assumir cargos nos governos. Aí assume o suplente em desacordo com o voto eleitoral. Trata-se como se observa de uma grande imoralidade política que só contribui para o descrédito da seriedade de nossos parlamentares.

Políticos que agem dessa forma não merecem confiabilidade: são mal-intencionados, desleais e pérfidos porque escondem do eleitor a sua predisposição de vir a descumprir o exercício do mandato político.

Recentemente, assumiu a pasta do ministério das Cidades o neófito deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Trata-se de mais um autêntico oportunista político, pulador de galho em desvio de função legislativa. Mais um estelionatário eleitoral. E mais um enganador do eleitor que foge de seu mandato para exercer cargo no governo.

Infelizmente, o país está repleto de políticos sem caráter e sem escrúpulo, políticos velhacos que só querem levar vantagem. Políticos solertes como tão bem caracterizou Euclides da Cunha, em Contrastes e Confrontos p. 168: “o político tortuoso e solerte que (...) faz da política um meio de existência e supre com esperteza criminosa a superioridade de pensar.” E é o voto obrigatório o responsável por um Parlamento de pulhas, travestidos de representantes do povo.

O Congresso Nacional deveria combater essa prática viciada de desvio de função legislativa. Já é tempo de se propor alteração no Art. 56-I da Constituição Federal, para que o parlamentar se mantenha fiel na função legislativa, ou renuncie ao mandato para exercer cargos nos governos.

Existe tanta gente competente e honesta fora da política, porque as pastas ministeriais continuam sendo preenchidas por políticos em desempenho de mandato? E o pior: ainda levam para os ministérios indivíduos sem conhecimentos da área e acusados de cometimento de irregularidades. Vejam, por exemplo, o deputado Aguinaldo Ribeiro é acusado de improbidade administrativa e responde a processo no TRF, bem como de crime contra a Lei das Licitações no STF.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Carta de um professor

A observação procedente do professo de Física, Maurício Girardi, representa o quadro negativo de como a Educação no Brasil é tratada com menoscabo pelas autoridades políticas, governamentais e educacionais. Quando o Ministério da Educação deveria estar defendendo o professor em sala de aula e em qualquer instância sobre a sua atuação docente e disciplinadora, o MEC se mostra inoperante e ausente, deixando os professores brasileiros à mercê dos leões. Por isso, hoje assistimos aos desmandos de alunos contra professores, porque não temos um órgão federal educacional de qualidade que administre com eficiência e discipline os problemas decorrentes da educação brasileira. E por incrível que pareça, o governo federal recentemente indicou para a pasta da Educação, um cidadão sem nenhum conhecimento da área, o político “profissional” Aloizio Mercadante.
“Publicada em 26 de janeiro de 2012
Correio do leitor: Carta de um professor
Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011

Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)

Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.

Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.

Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.

Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.

Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.

Fica cristalina a visão de que, neste país:
Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES Ø NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM

Alguns exemplos atuais:
• Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...
• Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...
TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE: CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.
Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado? Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....

SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
Ø Educação Física: Futebol;
Ø Música: Sertaneja, Pagode, Axé;
Ø História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento das "Celebridades"
Ø História da Arte: De Carla Perez a Faustão;
Ø Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
Ø Cálculo: Percentual de Comissões e Propinas;
Ø Português e Literatura: ?... Para quê ?...
Ø Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.
Está bom assim? ... eu quero mais!...
ESSE É O NOSSO BRASIL ...

Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;
Ø Bombeiro - R$ 960,00.....................para ........ Salvar vidas;
Ø Professor - R$ 728,00.....................para ........ Preparar para a vida;
Ø Médico - R$ 1.260,00......................para ........ Manter a vida;
E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).

IMPORTANTE:
Faça parte dessa “corrente patriótica” um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e Congresso Nacional e, principalmente, para despertar desse “sono egoísta” as autoridades que governam este nosso maravilhoso país, pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas “fofas” poltronas, de seus luxuosos gabinetes climatizados, nem aí para esse povo brasileiro. Acorda Brasília, acorda Brasil!
Divulgue logo esta carta para todos os seus contatos. Infelizmente é o mínimo que, no momento, podemos fazer, mas já é o bastante para o Brasil conhecer essa "pouca vergonha". As próximas eleições estão chegando!”
Fonte:Institutojoaogoulart.org.br