quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Precisamos de "doutores" ou de profissionais técnicos?

 

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, EPTNM – Educação Profissional Técnica de Nível Médio e outros mecanismos da área de ensino técnico vêm provar que o país precisa formar profissionais técnicos para o mercado de trabalho antes de as autoridades se preocuparem com o ensino superior.

Por exemplo, “No Senai, 76% dos estudantes estão empregados em até um ano após concluírem o ensino técnico. Isso mostra que os empresários estão buscando formação técnica. Muitos deles, inclusive, estão pagando mais a estes profissionais do que àqueles que saem do ensino superior", afirma Felipe Morgado, superintendente do Senai. 90% dos empresários defendem o ensino técnico como gerador de empregos, diz CNI – Confederação Nacional de Indústrias.

Quanto custa a exigência de formação superior aos cofres públicos ou ao bolso do cidadão? O Brasil não precisa de mais universidades, mas sim de cursos técnicos de alta qualidade para atender ao mercado de trabalho nacional, que não demanda curso superior e sim especialistas técnicos. A educação superior é importante para o desenvolvimento do país, mas temos de ter presentes as necessidades reais de nosso mercado de trabalho.

Podemos vislumbrar uma profissão por meio de um curso técnico de alta qualidade, no Senai, Senac, etc., sem a necessidade de curso superior. Mesmo porque nem todas as pessoas desejam fazer faculdade.

Quantos são iludidos com a propaganda governamental de Universidade para Todos, como se a universidade fosse o único meio de se chegar ao mercado de trabalho. As camadas pobres, principalmente, antes de pensarem em universidade, deveriam ser incentivadas a fazer curso técnico para logo conseguirem emprego e poderem se sustentar.

A graduação universitária não é sinônimo de garantia de emprego. Vejam, pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) mostra que apenas 14,78% dos recém-formados que pegaram o diploma em 2019 e 2020 conseguiram vagas nas suas áreas de formação após três meses da formatura. Atrás dos balcões de empresas comerciais varejistas encontra-se muita gente de nível universitário trabalhando por falta de oportunidade nas áreas de formação.

Os cursos superiores são importantes, mas deveriam ser disponibilizados para determinadas áreas - exemplo área médica -, observadas as necessidades nacionais. Por que bacharelado em Turismo e Hotelaria, quando um curso técnico especializado supriria a necessidade? Muitos desses cursos superiores, sem qualidade, fazem a festa de arrecadação dos donos de universidades e faculdades particulares.

A formação técnica de alta qualidade no ensino médio dispensaria para muitos a exigência absurda de fazer faculdade. Pois o mercado de trabalho nacional requer nível técnico e não universitário.

Na Alemanha, por exemplo, a formação técnica é primordial para o mercado de trabalho. Enquanto isso, o governo brasileiro engana os jovens, principalmente da periferia e negros, com formação universitária. Muitos vão sair das universidades com canudos nas mãos sem garantia de empregos.

É verdade que a educação é a mola propulsora do desenvolvimento de qualquer nação. Mas a realidade brasileira não recomenda a contínua profusão de cursos superiores pelo país, mas sim de escolas técnicas de alta qualidade.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Zambelli e Salles vão ficando cada vez mais pesados para Valdemar carregar

 Opinião


Leonardo Sakamoto

Colunista do UOL

Carla Zambelli foi a segunda deputada federal mais votada em São Paulo e Ricardo Salles, o quarto. Caso Jair Bolsonaro tivesse ganho a eleição, a consequente radicalização de um novo mandato presidencial manteria os dois como ativos importantes para o seu partido, o PL.

Mas a história foi outra por uma diferença de 2,1 milhões de votos. E, agora, ambos carregam problemas policiais ou judiciais que respingam no partido e precisam ser administrados pelo presidente Valdemar da Costa Neto.

Novos capítulos dessa novela vieram ao ar no início desta semana. Nesta segunda (28), a Justiça Federal no Pará tornou Salles réu, acusado de participar de uma organização criminosa que atuava no envio de madeira retirada ilegalmente na Amazônia aos Estados Unidos.

Em 2021, quando ainda era ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apurou suspeitas de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando de madeira, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Por conta disso, demitiu-se do cargo. Mas o processo veio.

Ricardo Salles foi um dos ministros mais eficientes de Bolsonaro. Sem chamar atenção por comportamentos circenses, agiu para demolir a fiscalização, regras e leis, enquanto dizia ao Brasil e ao mundo que o meio ambiente estava protegido.

A eficácia silenciosa do ministro ficou clara em uma reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando Salles recomendou ao seu chefe aproveitar a atenção da imprensa aos mortos e doentes pela covid-19 para enfraquecer as regras de proteção ambiental. O famoso "passar a boiada".

Ele continua bem cotado entre círculos bolsonaristas, tanto que tem feito sucesso por sua atuação como relator da CPI do MST - criada para fazer barulho para ser consumido pelo agrobolsonarismo. E, por que não, espezinhar a base do governo Lula no Congresso.

Mas o passivo que carrega devido ser visto como pária ambiental global em sua gestão fez com que se tornasse pesado demais para que Valdemar e Bolsonaro apoiassem seu pleito para ser o candidato do PL à Prefeitura de São Paulo em 2024.

A avaliação é de que a candidatura de Salles, visto como extremista em uma capital relativamente progressista, ajudaria Guilherme Boulos (PSOL), deputado mais votado pelo estado e segundo colocado na eleição municipal de 2020. Com isso, Valdemar e Jair vão com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). O que irritou - e muito - o ex-ministro.

Enquanto isso, Zambelli tem problemas com armas e hackers

Nesta terça (29), a Polícia Federal intimou Carla Zambelli a prestar depoimento sobre as declarações de Walter Delgatti Neto à CPMI dos Atos Golpistas.

Ele acusou a deputada de tê-lo aliciado para atacar a credibilidade das urnas eletrônicas. O hacker também afirmou que ela o apresentou a Bolsonaro, que o incluiu em esforços do Ministério da Defesa contra o sistema eletrônico de votação.

Em 2 de agosto, Zambelli havia recebido a visita da Polícia Federal em seu gabinete e em endereço residencial, em Brasília, em meio à investigação sobre a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes por parte de Delgatti.

Ela nega estar envolvida em crimes, diz que o valor pago a ele foi usado em serviços para o seu site e afirmou que vai cooperar com as autoridades.

Paralelamente a isso, o STF já havia tornado Zambelli réu por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo por nove votos a dois no último dia 21. Além de ser multada e perder o porte de arma, ela também pode ser presa e ficar sem o mandato.

O motivo: em 29 de outubro de 2022, dia anterior à votação do segundo turno, perseguiu um homem negro com uma pistola em punho pelas ruas do rico bairro dos Jardins, na capital paulista, causando terror entre os pedestres e motoristas. Vídeos mostraram a deputada entrando em uma lanchonete com a arma apontada para o homem.

Aliados de Bolsonaro avaliam que o episódio prejudicou a reeleição do presidente (lembra dos 2,1 milhões de votos?), tal como o ataque de Roberto Jefferson com fuzis e granadas contra a PF, que resultou em dois agentes feridos.

Depois daquele episódio, a deputada passou a atuar em defesa de um golpe de Estado. Divulgou um vídeo, no dia 29 de novembro, em que incentivava generais a não reconhecerem o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atenderem às demandas dos que acampavam nas portas de quartéis pedindo um golpe militar.

"Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vocês vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira?", afirmou.

Bolsonaro também tem uma sequências de BOs contra ele - de fomentar golpe de Estado, atacar o sistema eleitoral, contribuir com a morte de 700 mil pessoas na pandemia, vender joias dadas ao Brasil pelos árabes e ficar com a grana. Mas tem voto e grande influência, então Valdemar da Costa Neto engole e sorri.

Zambelli e Salles, por outro lado, vão ficando cada vez mais pesados mesmo em um partido de oposição majoritariamente bolsonarista.

 

domingo, 27 de agosto de 2023

Pensão de ex-governadores e viúvas: uma imoralidade política


Nada mais imoral que a concessão de pensão a ex-governadores e viúvas. Em alguns estados esse benefício já foi revogado, embora não se tenha ainda um entendimento definitivo do STF. 

A posição do STF sobre as pensões de ex-governadores e viúvas é que elas são inconstitucionais, pois violam o princípio republicano. Em 2018, o STF anulou leis estaduais que garantiram esse benefício em vários estados, como Paraíba e Paraná. No entanto, em 2021, o STF decidiu pela volta do pagamento de pensões a ex-governadores e seus dependentes que já recebiam o benefício antes da decisão de 2018, com base nos princípios da confiança legítima e da boa-fé. Essa decisão ainda não foi publicada oficialmente.

Agora, segundo notícia do Estadão, três ex-governadores da Paraíba – Ricardo Coutinho (PT), Roberto Paulino (MDB) e Cícero Lucena (PP) – e quatro viúvas de ex-governadores entraram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para voltarem a receber uma pensão de até RS 31,1 mil, cujo benefício foi suspenso em maio de 2020, após a própria Corte entender que o pagamento era inconstitucional. Vejam só, os ex-beneficiários alegam que se encontram em “em estado de vulnerabilidade social”, uma vez que são idosos, e asseguram que dependiam diretamente da pensão para sobrevivência. 

No entanto, segundo o jornal, os três ex-governadores têm patrimônios declarados que variam de R$ 1,709 milhão a R$ 3,278 milhões, além de ainda atuarem na política, o que lhe garantem outras fontes de renda. Na lista de viúvas consta uma desembargadora do Tribunal de Justiça da Paraíba que recebe, em média, R$ 62,5 mil por mês. Após a publicação da reportagem, a desembargadora Fátima Bezerra Maranhão (José Maranhão) desistiu da ação. 

A justificativa reivindicatória é demais hilariante, quixotesca e um desrespeito àqueles brasileiros esquecidos pela classe política, desempregados, sem lares, sem nada e passando fome. Esses vivaldinos sempre viveram à custa das benesses púbicas e não se conformam em perder as injustas regalias. Como se observa, trata-se de país de políticos espertalhões que só querem levar vantagens na maior cara de pau. 

Mandato político, ou de governador, não é profissão, mesmo porque o exercício de um mandato de governador – e existem aqueles que exerceram o cargo por apenas alguns meses – não pode se transformar em prêmio de aposentadoria precoce a ninguém. Ademais, não foram os eleitores que pediram para os espertalhões serem governadores. 

É revoltante. Trata-se de cambada de políticos sacripantas, viciada em sugar o Tesouro. Sem escrúpulos, não respeitam milhões de trabalhadores vivendo com salário mínimo, que precisam trabalhar dezenas de anos para se aposentarem com pensão humilhantes. E ainda assim existe profissional do Direito que se coloca para patrocinar essa casta de ratos que só quer tirar proveito da coisa pública. 

As leis estaduais que aprovaram esses privilégios podem ser consideradas leoninas, pois favoreceram velhacos políticos e prejudicaram o Erário, que poderia estar empregando os recursos no social

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Bolsonaro aposta na certeza da impunidade ao confirmar ataque às urnas




Leonardo Sakamoto

 

Bolsonaro confirmou que pediu ao empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, repassar "ao máximo" mentiras que ele enviou sobre as urnas eletrônicas. "Eu mandei para o Meyer, qual o problema?", disse a Igor Gielow, da Folha de S.Paulo. A resposta tem o mesmo DNA de outras manifestações do ex-presidente que apostam em uma certeza de impunidade.

Antes de mais nada, vale explicar que o "problema" é que golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro estavam lá porque acreditaram em falsas afirmações sobre o TSE e o STF, como as propagadas por empresários bolsonaristas.

Tanto que levantamento de Pablo Ortellado, coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP, apontou que o primeiro a replicar no Facebook o texto com a mentira encaminhada por Bolsonaro a Negri foi um golpista, o major Ailton Barros. A informação foi inicialmente publicada na coluna de Daniela Lima, no G1

Barros foi preso com o tenente-coronel Mauro Cid por envolvimento em fraude dos cartões de vacina. A polícia encontrou mensagens dele apelando a Cid para que intercedesse junto a Bolsonaro por um golpe de Estado. Ele aparece em conversas com outros militares, conspirando contra a democracia.

Dito isso, a declaração do "Mandei mesmo, qual o problema?" é prima-irmã do "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre".

Questionado em 28 de abril de 2020 sobre o Brasil ter ultrapassado a China em número de mortos por covid-19, Bolsonaro deu essa declaração que se tornou símbolo de seu desdém não só pela vida, mas também da certeza de que sairia impune por suas ações e omissões durante a pandemia.

O "qual o problema" e o "e daí?" também são parentes do "foda-se" do então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, dito em fevereiro de 2020. Ele havia conclamado o presidente a não ficar "acuado" pelo Congresso Nacional (que pressionava para ficar com uma parte maior do Orçamento) e "convocar o povo às ruas". A indignação foi captada pelo áudio de uma live.

Sabe aquele esforço para se preocupar com as consequências das próprias ações e palavras e, no mínimo, manter as aparências? Nos últimos anos, ele tirou férias, mandando avisar que não daria as caras tão cedo. Com isso, cada autoridade ou membro da elite deste país falou ou fez o que quis, sem medo da repercussão negativa junto à população.

Como já disse aqui quando teorizei sobre a "Era do Foda-se", alguns a defendem, pois ela traria transparência. Há uma falsa dualidade nessa história, como se fossem possíveis apenas duas opções: pessoas que fazem coisas erradas e são sinceras (como um ex-presidente que espalhava mentiras sobre urnas para fomentar uma tentativa de golpe) e pessoas que fazem coisas erradas e mentem. Existe a alternativa de fazer a coisa certa e ser sincero, mas - pelo visto - essa está no campo da ficção.

A "Era do Foda-se" tem suas consequências, claro. Vendo autoridades darem de ombros para a razão, a população foi copiando. E passaram a descumprir regras do convívio em sociedade porque perceberam que elas não valem muita coisa mesmo.

Durante a pandemia isso significou seguir as orientações do presidente, ignorando quarentenas, saindo de casa mesmo quando não havia necessidade, contaminando e se deixando contaminar, ajudando a matar.

Depois, isso se traduziu em golpistas trancando rodovias e montando acampamentos com a anuência das Forças Armadas. Ou em ônibus e carros incendiados em Brasília no dia 12 de dezembro, em uma bomba plantada em um caminhão de combustível para explodir o aeroporto da capital federal no 24 de dezembro, e na invasão e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF no 8 de janeiro.

E ela se manifesta fora da política também. Enquanto equipes de busca procuravam corpos soterrados e as autoridades locais faziam as contas para saber se haveria água potável para todo mundo após as chuvas, no início deste ano, turistas pegaram a estrada com pranchas de surfe, guarda-sóis e cadeiras para em São Sebastião (SP).

A administração do município litorâneo chegou a usar as redes sociais para pedir empatia e solidariedade, solicitando que fossem apenas em caso de necessidade. Muitos dos que deram de ombros e foram à praia poderiam muito bem repetir as palavras de Jair Bolsonaro que, questionado sobre os mortos pela pandemia de covid-19, usou o agora icônico "Eu não sou coveiro, tá certo?".

Ainda na época do impeachment de Dilma Rousseff, ponderei que a reação em cadeia em curso de uma cassação ilegal inevitavelmente nos levaria para o esgarçamento institucional. E foi o que aconteceu.

Iniciada, a "Era do Foda-se" não pode ser freada do dia para a noite. O fim dela demanda nova pactuação política e social, aliada a muito suor em articulações para a construção de consensos. E de punição a quem causou o mal e confiava que, como Deus, estava acima de todos.

Pela quantidade de provas reunidas pela Polícia Federal em várias frentes, das joias árabes ao fomento do golpe, ele vai precisar de mais do que frases de efeito para se safar.

sábado, 19 de agosto de 2023

Lira defende legislação adequada para dar mais proteção aos ex-presidentes da República

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta quinta-feira, 17, que seja criada uma legislação para, nas palavras dele, dar "qualidade de vida" aos ex-presidentes da República.

A afirmação de Lira foi feita ao comentar a situação de Jair Bolsonaro (PL), alvo de investigações da Polícia Federal e processos judiciais. O deputado federal alagoano lembrou que Michel Temer (MDB), Dilma Rousseff (PT) e o próprio presidente Lula (PT) também tiveram problemas com a Justiça quando deixaram os cargos e disse que é preciso dar "tratamento adequado" à instituição Presidência da República.

"Brasil precisa cuidar melhor de seus ex-presidentes. A instituição presidente da República, não falo da vida pessoal, falo da instituição Presidência da República... Temos mais de 200 milhões de habitantes, só um é presidente da República, seja homem ou mulher. Ao fato que o término do mandato tem que ser tratado como instituição, seja de esquerda, direita ou centro"

Lira não explicou qual seria esse tratamento, mas disse não se tratar de uma anistia para possíveis crimes. "A gente tem que ter uma legislação que não proteja nada de errado, mas dê certa qualidade de vida para qualquer ex-presidente quando ele deixa a Presidência da República. A gente tem que ter, de uma maneira ampla, um cuidado, mas não passar por cima (de possíveis crimes)."

(Com Agência Estado)

Considerações:

Era só o que faltava. Mais proteção do que têm os ex-presidentes, pagas pelos contribuintes! Lira está de porre.

O presidente da República ou ex-presidente é uma pessoa igual a qualquer cidadão, na forma constitucional, logo está sujeito às observações da sociedade e de órgãos policiais ou judiciais, principalmente quando paira sobre ele procedimentos indecorosos considerados ilegais.

Blindar um ex-presidente da República de não poder receber críticas ou ser acusado de práticas ilegais não encontra amparo constitucional, pois todos os indivíduos estão submetidos ao art. 5º da Constituição Federal, que trata da igualdade de direitos e deveres das pessoas e da coletividade.

Lira é a encarnação viva da indecorosidade, com a sua proposta, e o retrato do Brasil ultrapassado, de sempre procurar encontrar um "jeitinho" para aliviar a vida de amigos enredados em apuros, maracutaias.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Quem acredita na seriedade política está bêbado ou lelé da cuca


Política é para exercer-se com seriedade e não como meio para obter vantagem ou trampolim para negociatas e perpetuação no poder.

É lamentável que profissionais de diversas áreas de atuação – médicos, advogados, engenheiros, professores, etc. – se desvinculem de suas profissões para se enveredarem na política e tomarem gosto pelo poder, a ponto de não pretenderem largar mais a vida pública.

O exercício representativo político deveria ser a oportunidade de os cidadãos poderem contribuir de forma cívica com a nação, sem intuito remuneratório, através do emprego de seus conhecimentos e experiências. Política não é profissão como hoje muitos de forma obstinada operam. Política é função temporária. A legislação não contempla política como profissão, não obstante o presidente Lula ter afirmado que “se tem uma profissão honesta, é a do político”.

Infelizmente, somos uma pátria de políticos indecorosos, muquiranas, chupa-sangues, sujismundos e chatos. Vejam, Lula e Alckmin, antigos rivais, agora estão abraçados dirigindo a República.

Somente a podridão de nossa política consegue unir adversários por um projeto de poder. Geraldo Alckmin, em 2017, disse: “Os brasileiros não são tolos e estão vacinados contra o modelo lulapetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas vejam a audácia dessa turma. Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem uma nova oportunidade? Fiquem certos de uma coisa: nós os derrotaremos nas urnas”. Quem acredita na seriedade política está bêbado ou lelé da cuca.

Quando o eleitor demonstra desgosto com o exercício político, ele apenas está reprovando a forma imoral pela qual se conduz grande parcela de nossos políticos. Muitos nada fazem em prol da sociedade, do país e só estão na política por interesse pessoal:  cabide de emprego para si, familiares e amigos e outros negócios ilícitos.

Há políticos que interrompem o mandato para exercer outros cargos, dando uma banana ao eleitor. Há aqueles que nem bem esquentam as cadeiras nas administrações municipais e já se assanham como candidatos aos governos. Assim, não pode ser considerado sério um político que não cumpre integralmente o seu mandato, e os exemplos indecorosos são fartos em nossa política.

No país, com alguma exceção, não temos políticos íntegros e cumpridores de suas obrigações, mas sim oportunistas de plantão, ávidos pelas luzes da ribalta do poder. 

Certa feita o jornal espanhol El País escreveu que ser político no Brasil é um grande negócio, dadas as enormes vantagens auferidas. Por isso, vale a pena largar suas profissões para exercer mandatos políticos, porque as compensações são gratificantes.

É difícil acreditar na seriedade de nossos políticos. A política deveria ser desempenhada em caráter transitório e sem reeleição. Cumprido o mandato, o cidadão deveria voltar às suas origens. A reeleição política e o voto obrigatório são responsáveis pelo sofrível quadro político nacional.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Wassef admite ter comprado Rolex com dinheiro próprio para devolver ao TCU

 

O advogado Frederick Wassef admitiu nesta terça-feira, 15, ter comprado, nos Estados Unidos, o relógio Rolex vendido por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em junho do ano passado. A declaração foi dada em coletiva em São Paulo, após a revelação de que há, inclusive, um recibo da compra. Segundo Wassef, ele usou seus próprios recursos, com o objetivo de devolver a peça ao governo brasileiro, após ordem do Tribunal de Contas da União (TCU).

"Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos em um banco em Miami e eu usei o meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República", afirmou ele.

O advogado ainda ironizou que "o governo do Brasil" lhe "deve R$ 300 mil" e afirmou que a recompra não se deu a pedido de Bolsonaro, mas após a determinação do TCU.

As investigações da Polícia Federal apontam que Wassef foi escalado para recomprar o relógio após o TCU determinar sua devolução. Na decisão que autorizou as diligências de busca e apreensão da sexta-feira, consta que Wassef teria recuperado o relógio no dia 14 de março. O objeto estava em posse da empresa Precision Watches. O advogado teria retornado ao Brasil com o Rolex no dia 29 do mesmo mês.

"No dia 02/04/2023, Mauro Cid e Frederick Wassef se encontraram na cidade de São Paulo, momento em que a posse do relógio passou para Mauro Cid , que retornou para Brasília/DF na mesma data, entregando o bem para Osmar Crivelatti, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro", diz o documento da Polícia Federal que embasou a operação da qual Wassef foi um dos alvos, junto com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; seu pai, general Mauro César Lourena Cid; e o tenente do Exército Osmar Crivelatti, outro auxiliar de Bolsonaro.

Fonte: Diario de Notícias.

Considerações:

 Autêntica trama dos asseclas de Bolsonaro, o cidadão mais honesto do país. Este país só tem gente solidária, como aqueles que contribuíram com a vaquinha para pagar as multas de Bolsonaro. Agora, descaradamente e com toda a bondade do mundo, surge o advogado Wasseff, figuara manjada, para tirar dinheiro de seu bolso e reaver o relógio sinistro, na tentativa de limpar a barra de Bolsonaro e cia. Coisa de filme de chanchada da Atlântida.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Metrópoles diz que Bolsonaro autorizou seu filho 04 a retirar presentes do arquivo da Presidência da República

 



 O portal Metrópoles, sediado em Brasília, noticiou no final de semana que Jair Renan, o fiho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi autorizado por seu pai a retirar presentes do arquivo da Presidência da República.

O fato tem interesse público em Balneário Camboriú porque o prefeito Fabrício Oliveira anunciou em meados de maio que Jair Renan poderia se candidatar a vereador -e os círculos políticos logo o “promoveram” a potencial candidato a vice-prefeito ou até mesmo prefeito.

Fabrício, deslumbrado pelo bolsonarismo foi além, informando ao Jornal Diário do Litoral que iria se reunir com Jair Renan para aprofundar as tratativas sobre o assunto. “Eu acho uma candidatura bem interessante. Primeiro porque ele tem o desejo de ficar na cidade, o desejo de entrar na política, porque não apoiar? Não vejo objeções em um jovem participar da política”, declarou o prefeito. 

Passados três meses do anúncio, o pai do jovem que o prefeito apoia para a política local está enredado em denúncias de desvios de presentes recebidos durante o exercício da presidência.

Jair Renan mora em Balneário Camboriú, nomeado para o escritório do senador Jorge Seif. O Página 3 não conseguiu contato com o “filho 04” de Bolsonaro e nem com a assessoria de comunicação do senador. O espaço fica aberto para manifestações.

Para ler a reportagem do Metrópoles acesse o linkhttps://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/filho-04-jair-renan-retirou-presentes-da-presidencia-com-autorizacao-de-bolsonaro

Fonte: Jornal Página 3.

Considerações:

Trata-se - Jair Renan Bolsonaro - de um fedelho que não sabe nada, inexperiente, sem formação técnica ou formal, mas o prefeito idiota de BC, capacho de Bolsonaro, já vislumbra carreira política no município para o imberbe. E assim são formados os pilantras políticos nacionais.

Prefeitinho de Balneário Camboriú mequetrefe!!! Renan Bolsonaro, essa figura bizarra, parecendo pistoleiro de filme mexicano, aprendeu cedo com o pai a arte de tirar proveito da coisa pública e só quer mamar nas tetas do empreguismo, sem concurso público. Aliás, a filha, irmãos e genro de Michelle Bolsonaro também estão todos no empreguismo público.

A família Bolsonaro é pródiga em tirar proveito da coisa pública. Só vive mamando nas tetas do Tesouro. Os três filhos mais velhos são parlamentares, as ex-esposas já exerceram cargos públicos, inclusive a atual foi contratada pelo PL.

 

Vejam, a filha mais velha de Michelle Bolsonaro, Letícia Marianna Firmo da Silva, foi nomeada com salário de R$ 13 mil para exercer função subalterna na representação do governo de Santa Catarina, em Brasília, cujo governador é o ex-senador Jorginho Mello (PL-SC). 

 

O namorado de Letícia, Igor Matheus Modtkowski, ganhou cargo no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), o qual também emprega Jair Renan Bolsonaro, o 04. 

 

A irmã de Michelle Bolsonaro, Geovanna Kathleen Ferreira Lima, foi nomeada para o gabinete da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), aliada de Bolsonaro. 

 

Diego Torres Dourado, irmão de Michelle Bolsonaro, foi nomeado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL), para o cargo de assessor especial. Diego esteve no acampamento montado por apoiadores de Jair Bolsonaro na porta do Quartel do Exército, em Brasília. 

 

Léo índio, primo dos Bolsonaros, já ocupou cargos de assessor parlamentar do Senador do dinheiro escondido nas nádegas Chico Rodrigues (PSB-RR). Bem como foi assessor parlamentar da Primeira Secretaria da Casa, que era comandada pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC). Foi alvo de operação da Polícia Federal contra atos golpistas no Distrito Federal. 

 

Recentemente, Bolsonaro e esposa foram empregados no PL, recebendo altos salários. E você, desempregado, continua a acreditar nessa corja política que envergonha o Brasil?  

 

 

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Você sabe o que é stalking, startup, establishment, job, coach, budget, sale?


Aproveito o título de um jornal “Stalking cresce 60% em Minas ...”, para fazer algumas considerações.

É lamentável que o uso frequente de palavras estrangeiras venha desprezar o nosso rico vocabulário, com a complacência da imprensa nacional. Não podemos posicionar-nos como simples “papagaios imitadores”.  Temos de abandonar esse eterno sentimento de complexo de vira-lata. 

Imprensa, ou povo, que não preza a sua língua, os seus costumes, as suas tradições e acha que o estrangeirismo na língua portuguesa, principalmente o inglês, é chique, só contribui para a pecha de “complexo de vira-lata”. Por que depreciar a própria cultura? 

Os jornais brasileiros deveriam concorrer para o fortalecimento de nossa identidade cultural. O uso excessivo de palavras em inglês está se tornando um hábito desnecessário, quando a língua portuguesa possui um extenso vocabulário. 

Por que, por exemplo, stalking (perseguição insistente), startup (empresa que traz inovação para o mercado) call (ligação, chamada), deadline (prazo), budget (orçamento), case (projeto), briefing (roteiro), mindset (mentalidade), job (trabalho), delivery (entrega), establishment (grupo de poderosos), 70% off (70 de desconto), sale (venda), home office” (escritório em casa), coach (treinador), etc.? 

Ninguém é obrigado a dominar língua estrangeira, embora ela seja importante na educação de jovens e adultos. Ademais, tem de se pensar no leitor em geral ao publicar uma matéria. Um texto ou propaganda com uso de palavras estrangeiras pode não alcançar o efeito desejado e prejudicar a comunicação. 

Não desconhecemos que existe profusão de palavras estrangeiras aportuguesadas. Mas hoje a falta de bom senso tem levado pessoas e empresas a abusarem de expressões estrangeiras, sem necessidade.


quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Morticínio no Guarujá


A deputada bolsonarista Ione Barbosa (Avante) defendeu a chacina realizada pela Polícia Militar (PM) no Guarujá (SP). “São pessoas que mereceram”, afirmou a parlamentar na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. “Se é necessário matar 10 pessoas para chegar até uma que matou um policial, que seja”, continuou. O número de mortos pela polícia pode chegar a 19 nessa terça-feira (1º). “A polícia, com certeza, não mata à toa. A polícia mata por necessidade para salvar o cidadão de bem ou salvar sua própria vida”, declarou. Fonte: Brasil 247.

Independentemente de ter ou não apoiado o negacionista Bolsonaro, a deputada, corajosamente e sem hipocrisia, falou a verdade. Em rigor, a Polícia só mata em revide proporcional à agressão bélica, geralmente de marginais. Em todas as atividades existem os bons e maus profissionais, na Polícia não é diferente. Agora, tentar condenar o serviço policial não é razoável. Qual a ficha criminal dos mortos no Guarujá? Por acaso, são anjinhos inocentes? Em todo o confronto, todavia, pode um inocente ser atingido por bala perdida.

Se a Polícia é dificultada por marginais para impedir a prisão de um assassino, esta, no cumprimento de suas obrigações em defesa da sociedade, não pode se intimidar por ameaças de nenhum bandido. Assim, é natural que a Polícia aja com força adequada necessária. 

Os fariseus de sempre, defensores dos direitos humanos (de bandidos), gostam de criticar a atuação policial. Se a Polícia não age, ela é omissa. Se atua, é tachada de truculenta. Quando um policial é assassinado por bandidos, os falsos moralistas dos direitos humanos jamais tomam as dores do militar morto, por quê? Agora, estão querendo deturpar o sentido da narrativa da parlamentar. Bravo, deputada!!!