sexta-feira, 29 de junho de 2012

A esperteza do político brasileiro



A Proposta de Emenda à Constituição 5/2011, que iguala o salário de parlamentares e ministros do STF, teve o seu texto original alterado com a intervenção esperta do relator da matéria, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), para contemplar a legalidade do acúmulo de rendimentos que extrapola o teto do funcionalismo, hoje fixado em R$26.723,13.

Esses parlamentares brasileiros têm o DNA da corrupção, o jeitinho de encontrar fórmulas especiosas de tirar vantagem e surrupiar o Erário, bancado por nossas contribuições tributárias. Quando se espera seriedade com a coisa pública, principalmente em época de crise financeira mundial, eis que os abutres contra o Tesouro Nacional arreganham suas garras para locupletar-se com o dinheiro público.

Ora, se hoje o limite salarial, na esfera pública, é o que ganha um ministro do STF (26.700 reais), não podemos aceitar truques, tramoias ou ardis de espertalhões visando a perceber cumulativamente valores superiores ao teto aprovado. Quem quiser enriquecer-se que vá para iniciativa privada mostrar competência profissional e não se apoiar nos ombros da nação, a qual sempre alega não ter caixa para arcar com as obrigações constitucionais: Educação, Saúde, Segurança, Habitação, Saneamento Básico etc.

Enquanto milhões de brasileiros descamisados não têm atendimento médico-hospitalar na rede pública de saúde - de qualidade e de decência humana porque os governos sempre alegam falta de verbas -, os nossos parlamentares federais solertes, para ajeitar os seus interesses e de amigos corruptos, não medem esforços para encontrar brechas deletérias que contornem as regras republicanas capazes de satisfazer a avidez daqueles que só enxergam o caminho de obter vantagem da coisa pública.

A proposta que viabiliza a ruptura do limite salarial do servidor público – 26.700 reais – é uma excrescência inominável e não admissível pela sociedade. É preciso que os nossos parlamentares tenham respeito para com a coisa pública. O Art. 37 da Constituição Federal, que trata dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, deveria ser seguido à risca pelo Congresso Nacional. A nossa Constituição não pode se transformar em mero indicativo de regras passíveis de constantes alterações para contemplar os interesses políticos.

Por outro lado, um servidor aposentado ou em atividade que venha a exercer mandato eleitoral ou cargo nos governos não poderia receber montante superior ao teto do STF, em qualquer hipótese. Essa medida deveria ser observada como forma moralizadora dos gastos públicos.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Mundo + 50 - Cristovam Buarque



A “Rio+20” começa sob o risco de ser apenas um evento comemorativo da Eco-92, e com a chance de ser um marco para o “Mundo+50”.

Para o Rio de Janeiro ser uma cidade marcante, um divisor de águas na história mundial, como Bretton Woods, será necessário que a “Rio+20” seja, não apenas um evento comemorativo do passado, mas uma reunião que traga propostas alternativas capazes de reorientar os destinos da humanidade e construir um futuro diferente da continuação do passado.

Será preciso que os Chefes de Estado e de Governo afirmem que a civilização está doente, mostrem os riscos que enfrentamos e proponham caminhos para os próximos 50 anos, com a reorientação do atual modelo de desenvolvimento.

Devem deixar claro que a sinergia histórica entre a Democracia Política, o Crescimento Econômico, a Inovação Técnica e o Bem-Estar Social foi quebrada.
O progresso baseado no crescimento econômico está esgotado devido ao surgimento de alguns novos fatores na realidade sócio-político-econômica: os limites ecológicos, apresentando custos e riscos ao aumento da produção; a independência como o sistema financeiro funciona sem vínculos com o setor produtivo e sem controle de fronteiras; a mega-concentração de renda e de patrimônio em mãos de poucas pessoas do mundo; a revolução científica e tecnológica que começa a fazer desnecessário o emprego; o esgotamento da capacidade de financiamento público para o sistema de bem-estar social; o endividamento dos governos, mesmo em países desenvolvidos.
Soma-se a isso a legítima, mas impossível, exigência de grandes contingentes populacionais à voracidade do consumo.

Na definição de novos rumos para o mundo global em marcha, Chefes de Estado e de Governo devem levar em conta esses fatores que limitam o crescimento e oferecer alternativas socio-político-econômicas diferentes do progresso.

CONSIDERAÇÕES
Senador Cristovam Buarque é um eterno sonhador com um mundo melhor para todos. Lamentavelmente, a sua voz - no Senado, na política e no Brasil - é pouca aproveitada.
A sua cultura já foi desmerecida, injustamente, por um pobre visionário maluco que, enganando a todos, um dia galgou a presidência da República, e o pior, teve a pachorra de defenestrar do ministério da Educação, sem escrúpulo, sem respeito e grotescamente, o ilustre intelectual brasileiro Cristovam Buarque.
Se o mundo pensasse como Cristovam não haveria necessidade de Rio+ 20, porque, na realidade, desse evento não surgirão perspectivas positivas ao nosso planeta.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Fim do voto secreto



Segundo levantamento do Congresso em Foco, 68 senadores são favoráveis ao voto aberto no Congresso, seis ao voto secreto e os seis restantes não opinaram. A transparência do voto em qualquer circunstância no Parlamento brasileiro é uma exigência de nossa sociedade.

A nossa Constituição comete equívocos de tratamentos que diferenciam cidadãos. Ora, à luz da equidade todos os entes da federação, sejam civis ou não, deveriam merecer a mesma consideração. Assim, verifica-se que o mal do legislador constituinte foi estabelecer exceção nas regras constitucionais, razão por que a nossa Constituição está repleta de concessões ou de privilégios políticos, os quais colidem com os seus próprios dispositivos. E o voto secreto faz parte dessas aberrações antidemocráticas que não se aceita.

No preâmbulo das alíneas do Art. 5º constitucional está expresso que “Todos são iguais perante a lei, (...)”. Ledo engano! Os parlamentares, os membros do STF, o presidente da República etc., têm tratamentos constitucionais diferenciados, que não são dispensados aos demais cidadãos brasileiros: têm foros privilegiados. Os deputados e senadores não podem ser processados criminalmente, sem prévia licença do Legislativo. O presidente da República para ser processado criminalmente, nos crimes comuns, terá que ter aprovação de dois terços da Câmara dos Deputados para ser julgado pelo STF, mas o brasileiro comum é julgado de forma diferenciada, por quê? Não são todos iguais perante a lei? Que paradoxo constitucional é esse? Por isso, a elite política e plutocrata são beneficiadas com a leniência legal.

O voto secreto é uma imoralidade constitucional que privilegia um resultado obtido de forma mascarada, em que o parlamentar esconde o seu voto do conhecimento do eleitor, que tem todo o direito de saber as ações de seu parlamentar. O parlamentar que não assume as suas responsabilidades transparentes diante do país e demonstra medo ao não declinar o seu voto deveria deixar o Parlamento. O Parlamento não é lugar de poltrão.

O voto secreto, que tem maculado o Congresso Nacional com resultados indecorosos, não pode sob qualquer pretexto ter continuidade. Os parlamentares não têm que se esconder ou ficar preservado de críticas em votação no Congresso. Assim, respeita-se a posição daqueles que são favoráveis ao voto secreto, mas o Congresso Nacional tem que trabalhar às claras, bem como tem o dever de dar satisfação de seus atos à sociedade eleitoral brasileira.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Política com seriedade


Hoje (14), na tribuna do Senado, o senador Wellington Dias (PT-PI) fez considerações sobre as riquezas minerais de seu Estado e do Maranhão como fontes não exploradas para melhorar o perfil da renda per capita desses estados, mas necessitando do apoio federal para aplicação de recursos públicos.

É elogiável a sua preocupação. Mas vamos por etapas. Até hoje as regiões Sul e Sudeste, com a força de seu trabalho, têm contribuído juntas com mais de 80% do total de impostos arrecadados anualmente no País, que se concentram em Brasília para ser distribuído entre os entes federativos.

Proporcionalmente pelo que essas regiões contribuem com o bolo tributário nacional, as regiões Norte/Nordeste recebem mais dinheiro federal do que as demais regiões brasileiras produtivas. E é por isso que se tem de discutir o novo pacto federativo brasileiro, para fazer justiça àqueles que produzem mais.

O problema do Maranhão e do Piauí está adstrito à malversação do dinheiro público pelos senhores políticos, que só querem levar vantagem em detrimento dos problemas sociais que não são combatidos com a extensão devida em seus estados. Faltam caráter e respeito à maioria dos políticos nacionais, principalmente nas regiões Norte/Nordeste.

Muitos políticos do Norte e Nordeste não estão preocupados com o quadro de miséria e pobreza de seus estados, mas sim em resolver o status de boa vida deles, de suas famílias e da corriola de amigos. Quando são governadores ou no exercício parlamentar fazem muito pouco e só se preocupam com as suas reeleições, essa é a mais pura verdade.

Por exemplo, a família Sarney até hoje domina a política maranhense. Porém o Maranhão é um Estado considerado miserável que não vai pra frente, não tem infraestrutura reconhecida nas áreas de Educação, Saúde, Segurança, Habitação, Saneamento Básico etc., mas o clã Sarney e seus amigos políticos: família Edison Lobão e outros vivem maravilhosamente bem. Igualmente não é diferente no Piauí, como segundo índice de pobreza, cujo Estado tem municípios onde as notícias de irregularidades são muitas.

Assim, senhor senador Wellington Dias, não basta o dinheiro federal para alavancar o Piauí e o Maranhão, é preciso que os políticos locais tenham mais responsabilidade com a coisa pública e não façam da política instrumento apenas para satisfazer os seus interesses pessoais e de amigos.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Projeto do novo Código Penal



Comissão de juristas está próxima de concluir o projeto do novo Código Penal. Será que o novo Código Penal tipificará o enriquecimento ilícito de políticos, cujas riquezas ostentadas não são compatíveis com os salários percebidos? Como pode ser considerado razoável o patrimônio de certos políticos, que vivem exclusivamente da vida pública?

Por outro lado, o novo Código Penal introduzirá conceito de indenização patrimonial às vítimas que tiveram o seu patrimônio lesado ou ofendido? Até hoje o Código Penal prescreve como penas principais: reclusão, detenção e multa.

Os crimes praticados contra o patrimônio público (subtração de bens públicos ou estragos causados aos bens públicos), bem como os praticados contra o patrimônio privado (subtração de bens privados - pessoais ou de empresas -, ou estragos causados aos bens privados), além de estarem sujeitos às cominações legais previstas, o novo Código Penal deveria incluir, entre as penas principais, a pena de “indenização”. Assim, as penas principais deveriam ser: reclusão, detenção, multa e indenização.

É preciso que as vítimas sejam indenizadas pelos prejuízos materiais sofridos. Por exemplo, o ladrão que rouba ou furta qualquer objeto deveria devolver o que subtraiu, ou indenizar monetariamente o valor subtraído. Um motorista que danifica um bem público ou privado, por imprudência, negligência ou imperícia na direção de um veículo, após comprovada a sua culpabilidade, deveria indenizar monetariamente os prejuízos causados. O pichador que suja um bem público ou privado deveria indenizar os prejudicados. E assim por diante. Isso é uma forma pedagógica de se corrigir um malfeito praticado pela sociedade. O infrator deveria sempre indenizar monetariamente a pessoa ou entidade que teve um bem lesado.

Neste domingo (14), o programa Fantástico da Rede Globo apresentou uma reportagem em que presos sentavam-se diante de um juiz e da vítima para acertar as contas. O que ficou evidenciado foi a necessidade de o infrator reconhecer o erro e indenizar monetariamente (ou por serviços prestados) o Estado ou a pessoa lesada, pedindo perdão pelo malfeito praticado. Isso é pedagógico e eficiente. O próprio Código Civil, artigos 186 (definição de ilícito) e 927 (obrigação de indenizar) já prevê o caso de indenização. Por que, então, a indenização não consta da prescrição das penas principais do Código Penal?

Obsolescência programada


Baterias que 'morrem' após 18 meses de ser estreadas, impressoras que bloqueiam ao chegar a um número determinado de impressões, lâmpadas que se fundem às mil horas... Porque, apesar dos avanços tecnológicos, os produtos de consumo duram cada vez menos?

O canal 2 da Televisão Espanhola e RTVE.es transmitem "Comprar, deitar fora, comprar" um documentário que nos revela o segredo: obsolescência programada, o motor da economia moderna.

Rodado em Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos e Gana, "Comprar, deitar fora, comprar" percorre a história de uma prática empresarial que consiste na redução deliberada da vida de um produto para incrementar o seu consumo porque, como já publicava em 1928 uma influente revista de publicidade norte-americana, "um artigo que não se desgasta é uma tragédia para os negócios".

O documentário, realizado por Cosima Dannoritzer e co-produzido pela Televisão Espanhola, é o resultado de três anos de investigação, faz uso de imagens de arquivo pouco conhecidas; junta provas documentais e mostra as desastrosas consequências para o meio ambiente que derivam desta prática. Também apresenta diversos exemplos do espírito de resistência que está a crescer entre os consumidores e recolhe a análise e a opinião de economistas, desenhadores e intelectuais que propõem vias alternativas para salvar economia e meio ambiente.

UMA LÂMPADA NA ORIGEM DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

Edison pôs à venda a sua primeira lâmpada em 1881. Durava 1500 horas. Em 1911 um anúncio na imprensa espanhola destacava as mais-valias duma marca de lâmpadas com uma duração certificada de 2500 horas. Porém, como se revela no documentário, em 1924 um cartel que agrupava os principais fabricantes da Europa e Estados Unidos pactuou limitar a vida útil das lâmpadas eléctricas a 1000 horas. Este cartel chamou-se Phoebus e oficialmente nunca existiu porém em "Comprar, deitar fora, comprar" é-nos mostrado o documento que supõe que seja o ponto de partida da obsolescência programada, que se aplica hoje a produtos electrónicos de última geração como impressoras ou iPods e que se aplicou também na indústria têxtil com a conseguinte desaparição das meias de vidro à prova de rasgões.

CONSUMIDORES REBELDES NA ERA DA INTERNET

Através da história da caducidade programada, o documentário pinta também um fresco da história da Economia dos últimos cem anos e aponta um dado interessante: a mudança de atitude nos consumidores graças ao uso das redes sociais e Internet. O caso dos irmãos Neistat, o do programador informático Vitaly Kiselev ou o catalão Marcos López, dão boa conta disto.

ÁFRICA, VAZADOURO ELECTRÓNICO DO PRIMEIRO MUNDO

Este "usar e deitar fora" constante tem graves consequências ambientais. Como vemos neste trabalho de investigação, países como o Gana estão a converter-se na lixeira electrónica do primeiro mundo. Ali chegam periodicamente centenas de contentores carregados de resíduos a coberto duma etiqueta que diz 'material em segunda mão' e duma suposta contribuição para reduzir o fosso digital mas que acabam por ocupar o espaço dos rios ou os campos de jogos das crianças.

Mas para além da denuncia, o documentário trata de dar visibilidade a empreendedores que põem em prática novos modelos de negócio e escuta as alternativas propostas por intelectuais como Serge Latouche, que diz empreender a revolução do 'decrescimento', da redução do consumo e a produção para liberar tempo e desenvolver outras formas de riqueza, como a amizade ou o conhecimento, que não se esgotam ao usá-las.

(Tradução livre do texto de)

SUSANA RODRÍGUEZ 04.01.2011

Vai pra casa, padilha!


É triste ver um cidadão não saber o que fazer depois que deixou a presidência da República. Poderia prestar serviços em asilos, em manicômios para divertir os abobados, ou em outras entidades assistenciais filantrópicas. Poderia também se dedicar à coleção de figurinhas, de selos, de caixas de fósforos, de garrafas de cerveja, poderia se dedicar também à leitura de Gibi para melhorar o seu intelecto, a aprender a costurar e a cozinhar para ajudar sua patroa, enfim, há muita coisa útil em que o ex-presidente poderia empregar o seu ócio, em vez de ficar enchendo o saco dos brasileiros com investidas políticas ou se comportando ridiculamente no desatino quixotesco de peitar a suprema corte para interferir no julgamento do mensalão. Vai pra casa,“Padilha”!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Socialismo e capitalismo

Seria ótimo se aqui tivesse um regime de vida sem nenhuma tendência de corrente política: social ou capitalista. Que cada um pudesse conduzir as suas vidas e gozasse das mesmas oportunidades. Mas isso é apenas exercício de mera conjectura.

Tenho muita dificuldade de entender os socialistas. Vejo muitos socialistas de fachada, que mandam fazer aquilo que eles na vida real não fazem. Eu não tenho notícia da proeza de nenhum socialista abonado, de berço venturoso, que tenha saído por aí repartindo a sua riqueza ou o lucro de seu patrimônio com a plebe descamisada. Ao contrário, a sociedade tem testemunhado muitos políticos socialistas de bolso recheado e que pregam a divisão da propriedade ou defendem os movimentos sociais pertinentes fazendo politicagem em defesa de seus inconfessáveis interesses. Um exemplo: o atual governador gaúcho petista, Tarso Genro, não é favorável à extinção da prebenda imoral da pensão vitalícia de ex-governador. Veja a sua filha, Luciana Genro, sua adversária política, tanto que foi para o Psol, formada nas hostes do socialismo petista, e que sempre defendeu o socialismo contra o capitalismo, e agora, sem o cabide de emprego político porque não conseguiu se reeleger, enroscou-se para explicar direitinho como fundou uma quase ONG, escolinha pré-vestibular criada por ela, em Porto Alegre, com dinheiro do capitalismo, segundo a revista Veja. Como esses socialistas são escorregadios!

Não entendo nada de socialismo e nem de capitalismo. Mas vivo numa sociedade de dimensão globalizada em que o capitalismo dá oportunidade para todos. O capitalismo abriu a porta dos países comunistas para o mundo. Veja o que representa hoje a antiga China socialista. Depois de capitalizada com investimento estrangeiro, transformou-se em potencial supridora comercial e industrial do mundo.

Eu sempre ouvi os defensores socialistas, no Brasil, repugnarem os banqueiros. Então, pensei que, quando eles assumissem o governo, a agiotagem bancária consentida acabaria, os cidadãos seriam devidamente remunerados em suas contas correntes e poupanças, os serviços bancário teriam preços sociais e os banqueiros lucrariam dentro da razoabilidade. Mas o governo socialista petista assumiu o comando do governo e “esqueceu-se” de por em prática toda a sua pregação. E os bancos brasileiros jamais lucraram tanto como no governo socialista petista. Ser ou não ser socialista (?), eis a questão. Na realidade, esses socialistas escorregam na mesma maionese. E cabe aqui uma pertinente frase de Winston Churchill: “A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição da miséria”.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Não somos nefelibatas

Como um dos brasileiros prejudicados pelo malogrado plano econômico de governo Fernando Collor, liderado pela ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, continuo perplexo com a ingenuidade do eleitorado alagoano que novamente o guindou ao cenário político.

Mas a benevolência do incauto eleitor de Alagoas não é só para com Collor. O controvertido político peemedebista, senador Renan Calheiros, da trupe de José Sarney, Romero Jucá etc., é outro que ainda encontra simpatia do sofrido e ingênuo povo alagoano. Sabe-se que o presidente cassado não gosta de ser observado. Mas, como brasileiro contribuinte de alta carga tributária sem retorno em serviço público de qualidade e que paga os salários dos senhores senadores e deputados, tenho o direito democrático de fazer observações.

Recentemente, o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB-RS), em entrevista à revista Veja, fez considerações políticas que desagradaram Collor. Embora não tenha credencial para defender o senador Simon, trata-se de um homem público de respeitável honorabilidade na vida política brasileira. O termo nefelibata dirigido por Collor ao senador Pedro Simon, até se compreende pelo seu temperamento explosivo, cabe perfeitamente ao ex-presidente por sugerir esquecimento dos fatos nebulosos que se passaram durante o seu governo.

Sobre o atestado de idoneidade de Collor buscado na Justiça brasileira, de um STF de indicação política não se pode esperar muita coisa, haja vista que políticos indecorosos como José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho e muitos outros, continuam a gozar do respeito daquela Corte.

As pessoas de bem deste País, isto é, aquelas que continuam sendo enganadas por políticos solertes e contribuem com o Erário para sustentar as mordomias do Congresso Nacional, não têm culpa da imagem negativa que Collor deixou plantada no Brasil. Por isso, muitas considerações não lhe são favoráveis. Vejam o título de uma matéria de um jornal catarinense: “Gavião para cuidar galinheiro”. Ao comentar que “CPI do Cachoeira é criada com Collor, Jucá e ficha suja. Ao menos 17 dos 32 integrantes da comissão têm pendências com a Justiça; (...). A CPI criada para apurar a relação de políticos com o empresário Carlos Cachoeira terá entre seus integrantes o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), afastado por corrupção e hoje senador, e ao menos outros 16 congressistas com pendências na Justiça”.

Assim, senador Collor de Mello, o termo nefelibata não é curial aos brasileiros que ainda têm memória de seu passado político. Nós, contribuintes, não andamos nas nuvens ou no mundo da lua. Ao contrário, sabemos muito bem o que se passou no seu governo.

O público e o privado



O Brasil está loteado pela corrupção política. E corrupção na mais alta escala. Dificilmente há político que não se utilize recursos ou de benefícios espúrios durante o mandato. Não precisa fazer parte do mensalão ou das amizades do bicheiro Carlinhos Cachoeira para ser considerado corrupto. A corrupção política está disseminada pelas facilidades que o poder público, sem fiscalização, proporciona àqueles servidores inescrupulosos, com mandato ou não, que fazem da vida pública meios de seus enriquecimentos ou transações ilícitas.

E não é difícil checar a legitimidade do patrimônio desses larápios. Basta avaliar a incompatibilidade patrimonial deles com a as suas rendas salariais. E a gente fica perplexa com a leniência do fisco nacional, que só demonstra competência para azucrinar a vida dos bagrinhos. Parece até um fisco nefelibata, parodiando Collor de Mello, ou seja, que vive nas nuvens e não sabe de nada.

Qual partido ou político que não tenha envolvimento suspeito com atos irregulares? Há exceções, mas são poucas. Como são operadas financeiramente as campanhas políticas no Brasil? E o caixa dois dos partidos? Há petistas que gostam de jogar pedras nos tucanos como se eles fossem a vestal da moralidade, mas o seu passado e presente continuam sendo estampados negativamente na mídia brasileira.

Deveria haver no Brasil um tribunal de inquisição para julgar o patrimônio de todos os políticos e familiares, com o objetivo de resgatar o dinheiro público surrupiado, que muita falta faz para Educação, Saúde e Segurança.

Vejam como veladamente se assalta o Erário. Enquanto a sociedade carente não tem dinheiro para pagar plano de saúde privado, é tratada com menoscabo pela classe política, morre em filas de hospitais públicos ou é jogada como animal em corredores fétidos dessas instituições, porque não há médico nem leito disponíveis – pasmem, os nossos senadores da República, os ex-senadores e familiares, de forma perene, têm assistência médica e hospitalar gratuita no Senado Federal, sem nunca terem contribuído com um só centavo. Mas eles se acham impolutos e se consideram honestos, mesmo desrespeitando flagrantemente os artigos 5º e 37, da Constituição Federal.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Depoimento de Demóstenes Torres

Quem assistiu ao depoimento no Conselho de Ética,29.05, viu um senador, tentando enrolar o seu relator, negar envolvimento com jogos ilegais e dizer que não sabia das relações promíscuas do bicheiro Cachoeira. Responder fazendo pergunta é uma estratégia conhecida para fugir da verdade. O senador folheava demais os seus alfarrábios de defesa com objetivo de cansar e desviar o foco das acusações.

Ao levantar dúvida das autenticidades dos vídeos que mostram as suas estreitas relações promíscuas com o bicheiro Cachoeira, o senador passou a imagem de querer também duvidar da inteligência dos demais brasileiros com se eles não soubessem separar o joio do trigo. Não pense o senador que esteja sendo crucificado injustamente, porque o único injustiçado e crucificado que se tem notícia foi Jesus Cristo.

A decepção aqui fora com a sua conduta não republicana com bicheiro Cachoeira é muita grande. Todos nós somos seres fracos e caímos em tentação. Lamentavelmente, a proximidade com o poder, se não tivermos equilíbrio, nos leva a esses dissabores. No plano político, muito bem sentenciou Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”. E Abraham Lincoln em sua célebre frase, assim expôs: "Alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo".

Sobre o questionamento do senador Collor. O indecoroso Collor de Mello não tem moral para fazer observações a respeito da conduta do procurador Gurgel, o qual já deu as explicações cabíveis e plausíveis, pois o senador Collor quis apenas vitrine e tumultuar a CPI do Cachoeira por interesses subjacentes.

Quanto a tachar a conduta do procurador Gurgel de prevaricação. O senador Demóstenes Torres sabia das atividades ilícitas do bicheiro Cachoeira. O senador da República exerce uma atividade relacionada ao serviço público (o Senado é uma entidade do setor público). Na forma do disposto no Art. 327 do Código Penal, o senador desempenha uma função pública, logo o senador Demóstenes, sendo conhecedor das atividades promíscuas do bicheiro, deixou de tomar providências para que fosse impedido o livre trânsito de Cahoeira no campo das irregularidades penais, prevaricando assim esse senador.

Ademais, é muito difícil que a sociedade aceite a sua inocência. Lembrando o adágio popular, mas sábio, que diz: “Diz-me com quem andas que te direi quem és”. Um senador que é amigo de um corrupto e continuou amigo, e não denunciou como era o seu dever, com todo o respeito e com toda a franqueza, também corrupto é. Da mesma forma pelo “princípio da obrigatoriedade”, o senador Demóstenes não tinha o condão de não denunciar as atividades irregulares do bicheiro Cachoeira.

Lamentavelmente, só agora, nessas horas de aflições, o senador descobriu Deus. Mas já é um bom sinal para uma ovelha desgarrada que estava abraçada com a opulência de Cachoeira. Reze muito, senador, peça perdão a Deus por seus “malfeitos”, e não se afaste mais do bom rebanho.