sexta-feira, 1 de junho de 2012

Depoimento de Demóstenes Torres

Quem assistiu ao depoimento no Conselho de Ética,29.05, viu um senador, tentando enrolar o seu relator, negar envolvimento com jogos ilegais e dizer que não sabia das relações promíscuas do bicheiro Cachoeira. Responder fazendo pergunta é uma estratégia conhecida para fugir da verdade. O senador folheava demais os seus alfarrábios de defesa com objetivo de cansar e desviar o foco das acusações.

Ao levantar dúvida das autenticidades dos vídeos que mostram as suas estreitas relações promíscuas com o bicheiro Cachoeira, o senador passou a imagem de querer também duvidar da inteligência dos demais brasileiros com se eles não soubessem separar o joio do trigo. Não pense o senador que esteja sendo crucificado injustamente, porque o único injustiçado e crucificado que se tem notícia foi Jesus Cristo.

A decepção aqui fora com a sua conduta não republicana com bicheiro Cachoeira é muita grande. Todos nós somos seres fracos e caímos em tentação. Lamentavelmente, a proximidade com o poder, se não tivermos equilíbrio, nos leva a esses dissabores. No plano político, muito bem sentenciou Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”. E Abraham Lincoln em sua célebre frase, assim expôs: "Alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo".

Sobre o questionamento do senador Collor. O indecoroso Collor de Mello não tem moral para fazer observações a respeito da conduta do procurador Gurgel, o qual já deu as explicações cabíveis e plausíveis, pois o senador Collor quis apenas vitrine e tumultuar a CPI do Cachoeira por interesses subjacentes.

Quanto a tachar a conduta do procurador Gurgel de prevaricação. O senador Demóstenes Torres sabia das atividades ilícitas do bicheiro Cachoeira. O senador da República exerce uma atividade relacionada ao serviço público (o Senado é uma entidade do setor público). Na forma do disposto no Art. 327 do Código Penal, o senador desempenha uma função pública, logo o senador Demóstenes, sendo conhecedor das atividades promíscuas do bicheiro, deixou de tomar providências para que fosse impedido o livre trânsito de Cahoeira no campo das irregularidades penais, prevaricando assim esse senador.

Ademais, é muito difícil que a sociedade aceite a sua inocência. Lembrando o adágio popular, mas sábio, que diz: “Diz-me com quem andas que te direi quem és”. Um senador que é amigo de um corrupto e continuou amigo, e não denunciou como era o seu dever, com todo o respeito e com toda a franqueza, também corrupto é. Da mesma forma pelo “princípio da obrigatoriedade”, o senador Demóstenes não tinha o condão de não denunciar as atividades irregulares do bicheiro Cachoeira.

Lamentavelmente, só agora, nessas horas de aflições, o senador descobriu Deus. Mas já é um bom sinal para uma ovelha desgarrada que estava abraçada com a opulência de Cachoeira. Reze muito, senador, peça perdão a Deus por seus “malfeitos”, e não se afaste mais do bom rebanho.

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