quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Avaliação de desempenho de servidores públicos

 

Está em estudo na Câmara Federal matéria que trata da Reforma Administrativa, cujo relator da comissão especial que analisa a PEC-32/2020, Arthur Maia, defende a necessidade de regulamentar a questão da avaliação de desempenho dos servidores. 

   

A meritocracia na atividade pública é necessária para termos servidores habilitados a prestar serviço de qualidade à população, porém, os critérios de avaliação de desempenho de um servidor precisam ser debatidos com mais profundidade para que não cometamos injustiças.     

    

Não se pode adotar critério de desempenho igual ao aplicado a muitas empresas da iniciativa privada, em que estas visam quase que exclusivamente ao lucro, e o empregado é submetido a programas de metas a serem alcançados muitas vezes desumanos. No serviço público, o objetivo é a prestação de serviço público de qualidade à sociedade.    

   

Crítica. A avaliação de desempenho do servidor público pode sofrer interferência de viés político para prejudicá-lo, caso o servidor não esteja alinhado com o partido que governa o país. Ademais, o legislador constituinte ao acenar com a avaliação periódica quis ser mais realista que o rei, estabelecendo a execução de uma situação complexa e delicada, tanto que a regulamentação até hoje não pôde ser concretizada.  

   

Por outro lado, os parlamentares também são servidores públicos, portanto, deveriam ser igualmente alcançados por tal proposta, pois as urnas não avaliam o desempenho de um político, senão, o deputado Tiririca, por exemplo, não seria reeleito.     


A ineficiência nos serviços públicos não pode ser debitada à incapacidade ou negligência dos servidores, mas, por exemplo, à falta de infraestrutura administrativa adequada para reciclar e treinar servidores, bem como a ausência de instrumento de pesquisa pública para avaliar o desempenho no serviço público e com isso analisar o desenvolvimento de cada funcionário.
 
 


Jogar nos ombros dos servidores a responsabilidade dos maus serviços prestados pelas instituições públicas é uma forma simplista de ver as causas ou defeitos na estabilidade dos funcionários.  
 
 


A estabilidade, pós-estágio probatório, não é uma garantia absoluta de emprego, porque dependendo do caso o servidor pode ser demitido. Ora, se já existem mecanismos legais capazes de demitir um servidor público, por que, então, a aprovação de mais um instrumento com o mesmo objetivo?  
 
 

    

A Constituição Federal prevê três hipóteses para que o servidor perca o cargo (Art. 41, § 1º):  após sentença judicial transitada em julgado, por processo administrativo e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, que, na prática, é aplicado aos servidores em estágio probatório.  Ademais, as causas de demissão do servidor público civil estão enumeradas o Art. 32 da Lei 8.112/90.  

 

Portanto, por que os legisladores moralistas, que não corrigem os injustos privilégios e mordomias no próprio Legislativo, querem agora instituir mais critérios para castigar os servidores públicos civis?    


Pergunta-se: quem vai avaliar a competência dos avaliadores? É preciso que haja mudança de orientação de trabalho na administração pública antes de qualquer proposta pré-avaliativa dos servidores concursados.  
  


Hoje, o mau servidor só não é demitido por justa causa por falta de coragem dos administradores públicos, que não acionam os mecanismos legais, que comprovem o motivo ensejador da dispensa.   
 


O processo de avaliação de servidor é aparentemente bom, mas esbarra na suspeição da seriedade e imparcialidade daqueles que serão os avaliadores.   
 

    

Não é pedagógico o servidor trabalhar sob a espada de Dâmocles. Mas o estabelecimento de metas razoáveis a cumprir a um grupo de servidores substitui qualquer avaliação individual.     


Atentem: muitas vezes o servidor está alocado em áreas ou em serviços incompatíveis com o seu perfil de bom desempenho. O que denuncia que a falha não é do servidor, mas da administração que não sabe aproveitar a potencialidade de cada funcionário em áreas ou serviços da administração pública.
 
 


É óbvio que a população, pagadora de imposto, exige serviços de qualidade e eficiência dos servidores públicos. Mas o xis da questão não está na ineficiência de (alguns) servidores públicos concursados, mas sim na falta de infraestrutura administrativa adequada e da necessidade de implantação de mudança de orientação de trabalho na administração pública.   
 


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A DIÁSPORA BRASILEIRA

Bolsonaro mente no exterior, em discurso na 13.ª cúpula do Brics, sobre a situação da pandemia no país, bem como descreve um Brasil irreal, que contrasta com a saída de nacionais em busca de novos horizontes no exterior.

 


 

ENTRE O FIM DO SÉCULO XIX e as primeiras três décadas da era seguinte, o Brasil representou um porto de esperança para cerca de 4 milhões de imigrantes, vindos principalmente da Europa. A grande maioria atravessou o Atlântico para recomeçar a vida nos trópicos fugindo das guerras e da fome, atraída por programas governamentais daqui que tinham o objetivo de recrutar mão de obra estrangeira para as lavouras ou incentivar a ocupação de porções ainda vazias do território. Nos últimos trinta anos, esse fluxo se inverteu, adquirindo ainda mais velocidade de 2019 para cá. O êxodo em massa coincide com a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto, quando a quantidade de brasileiros que saiu do país aumentou em quase 20%, totalizando hoje 4,2 milhões de pessoas, um recorde na história. Tal incremento é ainda mais impressionante quando se leva em consideração que, em boa parte dos últimos dois anos, o mundo esteve com as fronteiras fechadas devido à pandemia.

Mais uma vez, o governo federal tem um papel importante como incentivador dessa corrente migratória, só que na direção contrária. A falta de políticas claras e coerentes de desenvolvimento, os crescentes desatinos presidenciais e o descalabro da gestão da crise sanitária, que só agravou as consequências econômicas da Covid-19, fizeram do Brasil um lugar menos atrativo para aqueles que desejam trabalho, oportunidades e paz. Tão saudoso dos tempos da ditadura, que cunhou nos anos de chumbo o slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o”, Bolsonaro provocou uma instabilidade (conflito entre poderes, flertes com um autogolpe e questionamentos sobre a urna eletrônica) que acabou se transformando em um fator relevante para intensificar esse fluxo migratório.

Inédito em nossa história, o volume de expatriados mexeu também com o ranking dos destinos mais procurados. Além de Estados Unidos e Portugal, paradeiros clássicos dos brasileiros, entraram para a lista nações como Irlanda, Uruguai e México. Nesse último caso, o país latino acaba servindo muitas vezes de mera escala para a aventura perigosa de atravessar ilegalmente a fronteira em direção ao território americano, algo capaz de produzir catástrofes humanitárias em série, sendo o exemplo mais recente o da técnica de enfermagem Lenilda dos Santos, de 49 anos, que morreu abandonada no meio do deserto.

A despeito de tragédias protagonizadas por pessoas dispostas a tudo, pois já não têm nada mais a perder por aqui, parte considerável dos brasileiros em rota de escape atualmente tem melhores condições financeiras e profissionais. Conforme mostra o jornalista Leonardo Lellis, elas saem em debandada em busca de estabilidade, segurança e serviços públicos de qualidade, sobretudo na educação e na saúde. O êxodo ainda carrega para longe uma grande leva de profissionais qualificados (a chamada “fuga de cérebros”) e vem sendo engordado cada vez mais por jovens atrás de diplomas e de um futuro melhor fora do Brasil. Assim, aos poucos, o país da esperança para milhões de estrangeiros no passado hoje empurra seus cidadãos para tentar a sorte no exterior. Uma lástima.


Boa leitura,
Mauricio Lima
Diretor de Redação de Veja

 



sábado, 18 de setembro de 2021

Piso salaria dos professores brasileiros é o mais baixo entre 40 países avaliados

 O piso salarial dos professores brasileiros nos anos finais do ensino fundamental é o mais baixo entre 40 países avaliados em um estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta quinta-feira, 16. Os rendimentos dos docentes brasileiros no início da carreira são menores que os de professores em países como México, Colômbia e Chile. Fonte: Estadão conteúdo. 

É uma vergonha o descaso governamental e político com os salários dos nossos professores. Entra governo e sai governo, mas a política salarial do magistério brasileiro continua sendo relegada a segundo ou terceiro plano. Enquanto isso, quanto ganha, por exemplo, o deputado federal Tiririca. 

No entanto, os parlamentares professores também não fazem nada de positivo pela classe. Após eleitos, só querem fazer politicagem, mamar nas tetas da República, usufruir das benesses públicas e se esquecem, lamentavelmente, de lutar pela dignidade salarial do magistério. 

Tais docentes, em exercício de mandatos, comportam-se no Parlamento iguais aos demais parlamentares e políticos. Não envidam nenhum esforço para a correção salarial dos professores. 

Por isso, pela falta de seriedade dos governantes e políticos, que não dão o devido valor à educação, à remuneração digna daqueles que vão formar os futuros profissionais e políticos nacionais, é que o país se situa na rabeira da estatística no concerto das nações. Uma grande vergonha. 

E mais vergonhoso é ainda testemunhar um contingente enorme de educadores em exercício de mandato político não fazendo bulhufas no Parlamento para resgatar a dignidade salarial do magistério, bem como para defender a importância da educação no desenvolvimento do país. 


terça-feira, 14 de setembro de 2021

Bolsonaro deu o primeiro passo. E o STF?

 Bolsonaro é um parlapatão, é do tipo guapeca vira-lata: late, late, mas não morde. Fanfarrão de boteco. Amarelou quando sentiu que poderia ser cassado. 

É, o furacão que virou brisa. Foi tão covarde que foi buscar a ajuda de Michel Temer para apagar o incêndio por ele provocado. 

O STF não tem de demonstrar nada, porque agiu sempre  em conformidade com a ordem constitucional. 

Bolsonaro é irremediável e logo, logo voltará a fustigar a todos. 

Justiça autoriza Suzana Richthofen a cursar faculdade de farmácia em São Paulo

 

Isto é o Brasil com as suas leis benevolentes para criminosos. Enquanto os que são assassinados de forma torpe deixam de viver, os seus carrascos continuam vivendo sob a proteção legal. 

Suzana deveria ficar, no mínimo, em prisão perpétua com atividade laboral, caso tal remédio penal fosse previsto em nossa Constituição. Mas ainda é tempo de o Legislativo mudar a Constituição. 

Se a pena de morte para alguns é considerada abominável, jurássica e medieval — a despeito de que os assassinos frios quando matam de forma hedionda não querem saber se os seus crimes são abomináveis, jurássicos ou medievais —, a instituição da perda da liberdade perene deveria ser, no mínimo, prevista em nosso ordenamento jurídico para indenizar a vida e a liberdade perdida do indivíduo assassinado. 

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Ministro Alexandre de Moraes condena vereadora por rachadinha

 

Por Ana Cláudia Guimarães

13/09/2021 • 14:29

O ministro Alexandre Moraes condenou a vereadora paulista Maria Helena Pereira Fontes (PSLSP), que praticava a rachadinha. Com a decisão, ela está inelegível por oito anos. O argumento do ministro "é que não é um problema de gestão financeira de gabinete, mas de prejuízo ao erário público". 

Se a moda pega....

CONSIDERAÇÕES:

Só falta agora a "FAMÍLIA RACHADINHA" ser enquadrada!!!!

 

domingo, 12 de setembro de 2021

STF ouve de bolsonaristas que presidente teme prisão do filho


Veja.com – Por Laryssa Borges

Nas últimas semanas, diante da escalada dos ataques de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes da Corte ouviram de importantes autoridades bolsonaristas que o principal temor do presidente não é o de ele próprio acabar atrás das grades, mas o de que a Justiça decrete a prisão do vereador Carlos Bolsonaro, alvo recente de uma quebra de sigilo bancário e fiscal por ordem do Tribunal de Justiça do Rio e foco constante de monitoramento do STF nos inquéritos que apuram ataques às instituições e propagação de fake news.

Os informes sobre uma iminente prisão reacenderam no presidente a convicção de que é vítima de uma conspirata judicial e o levaram a subir vários tons nos ataques a integrantes do tribunal e ao ato extremo de assinar de próprio punho um pedido de impeachment contra aquele que, na visão de Bolsonaro, personifica a ameaça contra sua família: o ministro Alexandre de Moraes.

Não é a primeira vez que Bolsonaro se convence de que seus filhos estão na iminência de serem presos por ordem do Supremo. Em outubro do ano passado, quando também insuflava sua base de apoio contra o STF, o ex-capitão ouviu de um ministro de sua confiança que Alexandre de Moraes estaria decidido a mandar prender tanto Carlos quanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro. No final de setembro, um depoimento do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) à Polícia Federal convenceu o presidente de que o risco de prisão era real. Frota forneceu aos investigadores números de IPs de computadores de Brasília e do Rio, ligados a Eduardo, e que teriam participado de ações de disseminação de fake news.

“O mundo paralelo do presidente o ajuda e dá a ele folga para achar culpados e falsas causas”, resumiu a VEJA um ministro do STF após as manifestações pró-governo no dia 7 de setembro, quando Bolsonaro exigiu que o presidente da Corte Luiz Fux enquadrasse Moraes e insuflou a população contra o magistrado responsável pelos inquéritos que apuram o financiamento de uma rede de fake news e a participação de apoiadores do presidente em atos de agressão a instituições.

Assim que terminaram os atos da última terça-feira, ministros do tribunal se reuniram virtualmente para analisar a escalada retórica do presidente, ensaiaram uma resposta institucional conjunta e abandonaram qualquer expectativa de que Bolsonaro possa ser moderado. Apesar de na quinta-feira 9, o presidente e o ministro Alexandre de Moraes terem conversado por telefone, em um ato de aproximação mediado pelo ex-presidente Michel Temer, poucos na Corte acreditam de fato que haja espaços para apaziguamentos.

CONSIDERAÇÕES:

Quem se conduz com integridade e retidão na vida pública e endossa idem o comportamento político de

 seus filhos não deveria se preocupar com acusações de procedimentos indecorosos. “Quem não deve 

não teme”.

Os crimes devem ser investigados.   E os responsáveis, punidos na forma da lei. Ninguém pode estar 

acima da lei.

É delírio puro alguém vir dizer que está sendo vítima de conspirata judicial, querendo prejudicá-lo.

 Vivemos em pleno Estado Democrático de Direito, em que as decisões judiciais obedecem aos ritos 

constitucionais.

sábado, 11 de setembro de 2021

O tufão que virou brisa

Parlapatão, fanfarrão, são adjetivos apropriados para indivíduos poltrões, acovardados. Pois bem, um dia depois de sete de setembro, o país testemunhou o tufão que virou brisa perder musculatura.

Bolsonaro não aguentou um dia sequer de fúria para logo se render às suas bravatas, ameaças. E, diante de iminente pedido de impeachment, humilhou-se ao se socorrer do ex-presidente Michel Temer para que o mesmo redigisse carta aberta a nação de mea-culpa, decepcionando, assim, a sua claque ensandecida, que não gostou e já reagiu chamando Bolsonaro de traidor. 

Como sempre Bolsonaro só pensa depois que fala. Esqueceu-se ele de que não tinha munição para o dia seguinte. Agora, com medo do STF, TSE e Congresso Nacional, recua decepcionando muitos de seus inveterados seguidores.

O tufão Bolsonaro virou brisa, ou, apenas um vira-lata guapeca, que late, late, mas não morde ninguém?

Indubitavelmente, o tufão que virou brisa e pediu arrego através de Michel Temer é um fanfarrão irremediável. Não tem jeito. É de seu caráter deformado a forma pela qual agride a todos. Se as coisas não funcionam à sua maneira, a seu talante, mesmo consciente do desrespeito às regras democráticas e constitucionais, o dito cujo fica furioso, endemoniado. E a trégua entre os poderes, esboçada em carta, não será cumprida, pois, como sói acontecer, logo, logo Bolsonaro voltará aos ataques costumeiros e é só questão de tempo.

 Algumas manifestações de repúdio aos ataques de Bolsonaro:

- O presidente do STF, ministro Luiz Fux, disse que “os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) constituem práticas antidemocráticas e ilícitas. O desrespeito a decisões do STF são crime de responsabilidade e tais atitudes devem ser analisadas pelo Congresso. Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança. Ofender a honra dos ministros, incitar a população a propagar discurso de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis em respeito ao juramento constitucional que todos nós fizemos ao assumirmos uma cadeira nesta Corte. Estejamos atentos a esses falsos profetas. Todos sabem que quem propaga o discurso do ‘nós contra eles’ não propaga a democracia, mas o discurso do caos. Povo brasileiro, não caia nas narrativas falsas e messiânicas. O verdadeiro patriota não fecha os olhos para os problemas reais do país”.

- O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, disse que “democracia não é lugar para quem pretende destruí-la. As eleições brasileiras são totalmente limpas, democráticas e auditáveis. O presidente da República repetiu, incessantemente, que teria havido fraude na eleição na qual ele se elegeu. Disse eu então, à época, que ele tinha o dever moral de apresentar as provas. Não apresentou. Foi o Congresso Nacional e não o TSE que recusou o voto impresso. É uma covardia atacar a Justiça Eleitoral por falta de coragem de atacar o Congresso Nacional, que é quem decide a matéria. Após uma live que deverá figurar em qualquer futura antologia de eventos bizarros, foi intimado pelo TSE para cumprir o dever jurídico de apresentar as provas, se as tivesse. Não apresentou. É tudo retórica vazia. Hoje em dia, salvo os fanáticos (que são cegos pelo radicalismo) e os mercenários (que são cegos pela monetização da mentira), todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”.

Em grupos de apoio ao presidente no aplicativo Telegram, os bolsonaristas se dividiram entre a revolta, a incredulidade e a decepção com a reação do presidente.

"Traidor", disse uma integrante de um grupo com mais de 11 mil participantes.

"Eu vim para Brasília apoiar o presidente e ele faz isso", comentou outro membro.

Em outro grupo, com 2 mil pessoas, um apoiador disse: "O presidente se rendeu, se acovardou. Eu esperava muito mais".

"Também não acreditei!!! Será alguma estratégia?!?", respondeu outra participante.

"Será que o presidente vai renunciar à reeleição? Será que o sistema fez com Bolsonaro o mesmo que fez com Trump?", questionou uma terceira.

Em outro grupo, com 36 mil inscritos, um membro interpretou assim o comunicado: "Nosso capitão recuou".

"Infelizmente", respondeu outro.

"Alguém confirma", questionou um integrante, que ouviu em resposta: "Sim, é verdade. O presidente nos abandonou."

"Ele disse que não ia respeitar o STF e agora tá se desculpando por nota", comentou um apoiador.

Outra participante disse que a atitude de Bolsonaro foi uma "falta de respeito com o povo que ele pediu para ir às ruas".

"Não vivia falando que tá com o povo aonde o povo estiver e agora??? Somos chacota da esquerda."

"Que decepção", escreveu um terceiro, "mas acredito que isso tenha sido só para pacificar as coisas apenas uma estratégia a mando de alguém;"

"Decepção total, o sistema venceu o nosso presidente", afirmou mais um.

"Enquanto a economia desacelera, a inflação sobe e uma potencial crise energética assusta a população brasileira, Bolsonaro opta por não governar e se dedicar a uma campanha eleitoral antecipada", afirma a reportagem de periódico argentino.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Bolsonaro envia áudio a caminhoneiros pedindo para que suspendam bloqueios


 

Que vergonha! Bolsonaro interfere para que os seus parceiros da ilicitude suspendam bloqueios das estradas rodoviárias brasileiras. A que ponto chegamos! Um presidente da República em cumplicidade com caminhoneiros subversivos.

Por Lisandra Paraguassu (Reuters) - Depois que mobilizações de caminhoneiros insuflada por bolsonaristas, o presidente Jair Bolsonaro enviou um áudio pedindo ao grupo que suspenda as paralisações porque podem provocar inflação e prejudicar a economia.

“Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia, isso provoca desabastecimento, inflação. Prejudica todo mundo, especialmente os mais pobres. Então dá um toque aí nos caras, se for possível, para liberar, tá ok, para a gente seguir a normalidade”, disse o presidente em um áudio enviado por mensagem a interlocutores da categoria.

Pouco depois, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, confirmou a autenticidade do áudio de Bolsonaro.

“O áudio é real, é de hoje, e mostra a preocupação do presidente com a paralisação. Essa paralisação ia agravar efeitos na economia de inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis”, disse Tarcísio.

“A gente sabe que há uma preocupação de tentar resolver problemas graves no país, mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. Eu peço a todos que ouçam atentamente a palavra do presidente”, acrescentou.

Na noite desta quarta-feira, o Ministério da Infraestrutura informou que às 22h30 havia pontos de retenção em estradas de 16 Estados, o dobro do registrado no final da tarde. Em 13 desses, havia abordagem a outros caminhões para que aderissem ao movimento. Pontos de bloqueio total, encontrados no Rio Grande do Sul, já teriam sido liberados.

Os protestos dos caminhoneiros, aliados do governo, começaram um dia depois das manifestações do 7 de Setembro. Em Brasília, o ato, patrocinado pelo presidente, foi marcado por presença significativa de caminhões na esplanada dos ministérios, sendo que muitos permaneceram no local ainda na quarta-feira.

Para além das pautas colocadas pelo próprio presidente --impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e defesa do voto impresso-- os caminhoneiros colocaram também as suas, centradas na queda do preço dos combustíveis.

Em redes bolsonaristas, aparecem várias manifestações contra o preço dos combustíveis, mas comprando a versão de Bolsonaro, de que o alto custo seria culpa basicamente do ICMS, imposto cobrado pelos Estados.

No áudio, Bolsonaro diz ainda que cabe a ele negociar com autoridades para resolver o problema da categoria, mas não cita especificamente o preço dos combustíveis.

“Deixa com a gente aqui em Brasília agora. Não é fácil negociar, conversar por aqui com outras autoridades, mas a gente vai fazer a nossa parte, vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita aí e da um abraço em meu nome em todos os caminheiros, tá ok?”, disse o presidente.

Antes de se tornar mais um risco para o governo, o movimento dos caminhoneiros foi usado por bolsonaristas como o cantor Sérgio Reis como uma ameaça de parar o país para que reivindicações do grupo fossem atendidas. Em um vídeo, Reis foi filmado dizendo que os caminheiros iriam parar o país até que o Senado aceitasse o impeachment de Alexandre de Moraes.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Bolsonaro chama de idiota quem questiona os preços de alimentos

  

É deplorável o comportamento do presidente ao chamar de “idiota” quem questiona os preços de alimentos: “Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Sei que custa caro. Tem idiota, ‘ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”. 

É lamentável o despreparo civilizatório do presidente da República. Não respeita a sua condição de chefe de nação. Desacata a todos, sem nenhum escrúpulo. Exercita o seu destempero bélico de ditadorzinho tupiniquim, sem parcimônia. Dar preferência ao fuzil, esnoba quem passa fome e que não tem nem um prato feijão para se alimentar.  

Trata-se de alguém com total desequilíbrio emocional e mental, frio, só olha os seus interesses e de sua família, desprovido de empatia com o ser humano.  Somente mentecaptos ainda podem acreditar em Jair Bolsonaro. 

Bolsonaro é o exemplo mais nocivo de um político diante de jovens que ainda sonham com um país melhor. Se as coisas não são feitas ao seu talante, ao seu arbítrio, ao seu modo deformado de ver a democracia, ele fica endemoninhado, furioso. E assim, tem se comportando ante a Covid-19, ante o Judiciário (ministros do STF/TSE), ante o Legislativo, ante o voto eletrônico etc. 

Bolsonaro é irremediável no campo da ética, do decoro, da moralidade pública, do trato civilizado com as pessoas, com a imprensa e com os demais poderes da República. 

No governo Bolsonaro, Brasil tem 125,6 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar na pandemia, segundo o estudo Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil realizado entre novembro e dezembro do ano passado e divulgado em abril deste ano. O estudo foi coordenado pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com a Universidade de Brasília (UnB) e apontou que 59,4% dos domicílios do país apresentam algum grau de insegurança alimentar. Fonte: Microsoft News. 

Com inflação em alta e o povo não podendo se alimentar, o presidente devia reconhecer a sua incompetência administrativa.