Parlapatão, fanfarrão, são adjetivos apropriados para indivíduos poltrões, acovardados. Pois bem, um dia depois de sete de setembro, o país testemunhou o tufão que virou brisa perder musculatura.
Bolsonaro não aguentou um dia sequer de fúria para logo se render
às suas bravatas, ameaças. E, diante de iminente pedido de impeachment, humilhou-se
ao se socorrer do ex-presidente Michel Temer para que o mesmo redigisse carta
aberta a nação de mea-culpa, decepcionando, assim, a sua claque ensandecida,
que não gostou e já reagiu chamando Bolsonaro de traidor.
Como sempre Bolsonaro só pensa depois que fala. Esqueceu-se ele de
que não tinha munição para o dia seguinte. Agora, com medo do STF, TSE e
Congresso Nacional, recua decepcionando muitos de seus inveterados seguidores.
O tufão Bolsonaro virou brisa, ou, apenas um vira-lata guapeca,
que late, late, mas não morde ninguém?
Indubitavelmente, o tufão que virou brisa e pediu
arrego através de Michel Temer é um fanfarrão irremediável. Não tem jeito. É de
seu caráter deformado a forma pela qual agride a todos. Se as coisas não funcionam à
sua maneira, a seu talante, mesmo consciente do desrespeito às regras
democráticas e constitucionais, o dito cujo fica furioso, endemoniado. E a trégua
entre os poderes, esboçada em carta, não será cumprida, pois, como sói acontecer,
logo, logo Bolsonaro voltará aos ataques costumeiros e é só questão de tempo.
- O presidente
do STF, ministro Luiz Fux, disse que “os ataques feitos pelo presidente Jair
Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) constituem práticas
antidemocráticas e ilícitas. O desrespeito a decisões do STF são crime de
responsabilidade e tais atitudes devem ser analisadas pelo Congresso.
Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança. Ofender
a honra dos ministros, incitar a população a propagar discurso de ódio contra a
instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de
decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis em
respeito ao juramento constitucional que todos nós fizemos ao assumirmos uma
cadeira nesta Corte. Estejamos atentos a esses falsos profetas. Todos sabem que
quem propaga o discurso do ‘nós contra eles’ não propaga a democracia, mas
o discurso do caos. Povo brasileiro, não caia nas narrativas falsas e
messiânicas. O verdadeiro patriota não fecha os olhos para os problemas reais
do país”.
- O presidente
do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, disse que “democracia não é lugar para quem
pretende destruí-la. As eleições brasileiras são totalmente limpas, democráticas
e auditáveis. O presidente da República repetiu, incessantemente, que teria
havido fraude na eleição na qual ele se elegeu. Disse eu então, à época, que
ele tinha o dever moral de apresentar as provas. Não apresentou. Foi o Congresso
Nacional e não o TSE que recusou o voto impresso. É uma covardia atacar a
Justiça Eleitoral por falta de coragem de atacar o Congresso Nacional, que é
quem decide a matéria. Após uma live que deverá figurar em qualquer futura
antologia de eventos bizarros, foi intimado pelo TSE para cumprir o dever jurídico
de apresentar as provas, se as tivesse. Não apresentou. É tudo retórica vazia.
Hoje em dia, salvo os fanáticos (que são cegos pelo radicalismo) e os
mercenários (que são cegos pela monetização da mentira), todas as pessoas de
bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”.
Em grupos de apoio ao
presidente no aplicativo Telegram, os bolsonaristas se dividiram entre a
revolta, a incredulidade e a decepção com a reação do presidente.
"Eu vim para Brasília apoiar o
presidente e ele faz isso", comentou outro membro.
Em outro grupo, com 2 mil pessoas, um
apoiador disse: "O presidente se rendeu, se acovardou. Eu esperava muito
mais".
"Também não acreditei!!! Será alguma
estratégia?!?", respondeu outra participante.
"Será que o presidente vai renunciar
à reeleição? Será que o sistema fez com Bolsonaro o mesmo que fez com
Trump?", questionou uma terceira.
Em outro grupo, com 36 mil inscritos, um
membro interpretou assim o comunicado: "Nosso capitão recuou".
"Infelizmente", respondeu outro.
"Alguém confirma", questionou
um integrante, que ouviu em resposta: "Sim, é verdade. O presidente nos
abandonou."
"Ele disse que não ia respeitar o
STF e agora tá se desculpando por nota", comentou um apoiador.
Outra participante disse que a atitude de
Bolsonaro foi uma "falta de respeito com o povo que ele pediu para ir às
ruas".
"Não vivia falando que tá com o povo
aonde o povo estiver e agora??? Somos chacota da esquerda."
"Que decepção", escreveu um
terceiro, "mas acredito que isso tenha sido só para pacificar as coisas
apenas uma estratégia a mando de alguém;"
"Decepção total, o sistema venceu o
nosso presidente", afirmou mais um.
"Enquanto a economia desacelera, a inflação sobe e uma potencial crise energética assusta a população brasileira, Bolsonaro opta por não governar e se dedicar a uma campanha eleitoral antecipada", afirma a reportagem de periódico argentino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário