RIO — A Delegacia de Repressão aos
Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) prendeu, na manhã desta
sexta-feira, cinco policiais militares do setor de inteligência da Polícia
Militar pelos crimes de extorsão, concussão, organização criminosa e roubo
qualificado. Outros dois estão foragidos. A operação também visa a cumprir 14
mandados de busca e apreensão.
Os sete alvos são os policiais
Guttemberg Dantas da Silva, Ivan Marques Cunha, Jefferson Rodrigues Batista,
Leslie Cristina Duarte Rocha, Nacle de Souza Oliveira, Roberto Campos Machado e
Victor Magnano Mangia. O tenente Mangia e a oficial Leslie, ao contrário do que
a PM informou inicialmente, ainda não foram localizados, de acordo com a
Polícia Civil.
A operação acontece em vários pontos da
cidade, incluindo o Quartel General da PM, no Centro Foram apreendidas duas
armas legais e registradas; cerca de R$ 40 mil, a maior parte escondida dentro
de um coturno; calças e relógios falsos roubados de comerciantes e três HDs com
imagens de circuito interno de lojas. O material era retirado para que os
agentes não fossem flagrados nesses locais.
Segundo as investigações, que duraram
dois meses, os acusados se faziam passar por agentes da DRCPIM para extorquir
dinheiro de comerciantes em diversas partes do estado do Rio de Janeiro.
Operação da Polícia Civil de combate à
extorsão Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Fontes da Polícia Civil disseram que
várias vítimas prestaram depoimento e auxiliaram na identificação do grupo
criminoso, além de terem registrado boletins de ocorrência contra extorsões
praticadas pelos supostos policias civis.
De acordo com os agentes, os suspeitos
prenderam, este ano, um comerciante chinês após ele não ter atendido a
chantagens. O lojista tinha sido coagido a pagar quase R$ 1 milhão. Uma ação
foi forjada e produtos piratas foram colocados no depósito da vítima para
servir de aviso aos demais. Na delegacia, os PMs que se passavam por policiais
civis disseram que haviam prendido o lojista devido à presença da mercadoria
falsificada.
No entanto, durante os últimos dois
meses, a Polícia Civil descobriu que esse chinês foi preso ilegalmente. Segundo
a instituição, a prisão do homem foi para dar um exemplo para os outros
comerciantes que se recusavam a pagar propina aos falsos policiais civis.
Operação da Polícia Civil contra
extorsão de comerciantes Foto: Divulgação
Os agentes descobriram que dezenas de
comerciantes — de vários bairros dos Rio — eram extorquidos por policiais
militares da Inteligência da PM, ligada à Secretaria de Polícia Militar. Todo o
esquema era arquitetado de dentro da Secretaria de Polícia Militar, na Avenida
Evaristo da Veiga, no Centro do Rio. Entre os envolvidos no esquema estão
tenentes e até coronéis.
Os PMs identificavam possíveis
irregularidades ou até irregularidades em diversos comércios do Rio, iam até o
local e chantageavam os comerciantes dizendo que eram da Delegacia de Combate à
Pirataria e que os comerciantes seriam presos. Os lojistas então cediam à
pressão. Semanalmente, eles iam aos locais para pegar propinas e mercadorias.
Fonte: Agência O Glob.
CONSIDERAÇOES:
Simplesmente lamentável! Os criminosos
existem em qualquer segmento profissional. Não podemos agora destratar ou
desclassificar a entidade policial pelos atos condenáveis praticados por
parcela de policiais.
Para casos da espécie, a legislação
brasileira deveria ser implacável no campo da punição. Por isso, uma vez
devidamente comprovada as ilicitude dos policiais e observado o devido processo
legal, tais elementos deveriam ser expulsos dos serviços públicos, condenados à
pena máxima correspondente aos crimes praticados, bem como não deveriam ser
beneficiados com nenhuma regalia penal, inclusive com indulto de natal.