sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Polícia Civil mira sete PMs do setor de inteligência que extorquem comerciantes


RIO — A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) prendeu, na manhã desta sexta-feira, cinco policiais militares do setor de inteligência da Polícia Militar pelos crimes de extorsão, concussão, organização criminosa e roubo qualificado. Outros dois estão foragidos. A operação também visa a cumprir 14 mandados de busca e apreensão.
Os sete alvos são os policiais Guttemberg Dantas da Silva, Ivan Marques Cunha, Jefferson Rodrigues Batista, Leslie Cristina Duarte Rocha, Nacle de Souza Oliveira, Roberto Campos Machado e Victor Magnano Mangia. O tenente Mangia e a oficial Leslie, ao contrário do que a PM informou inicialmente, ainda não foram localizados, de acordo com a Polícia Civil.
A operação acontece em vários pontos da cidade, incluindo o Quartel General da PM, no Centro Foram apreendidas duas armas legais e registradas; cerca de R$ 40 mil, a maior parte escondida dentro de um coturno; calças e relógios falsos roubados de comerciantes e três HDs com imagens de circuito interno de lojas. O material era retirado para que os agentes não fossem flagrados nesses locais.
Segundo as investigações, que duraram dois meses, os acusados se faziam passar por agentes da DRCPIM para extorquir dinheiro de comerciantes em diversas partes do estado do Rio de Janeiro.
Operação da Polícia Civil de combate à extorsão Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Fontes da Polícia Civil disseram que várias vítimas prestaram depoimento e auxiliaram na identificação do grupo criminoso, além de terem registrado boletins de ocorrência contra extorsões praticadas pelos supostos policias civis.
De acordo com os agentes, os suspeitos prenderam, este ano, um comerciante chinês após ele não ter atendido a chantagens. O lojista tinha sido coagido a pagar quase R$ 1 milhão. Uma ação foi forjada e produtos piratas foram colocados no depósito da vítima para servir de aviso aos demais. Na delegacia, os PMs que se passavam por policiais civis disseram que haviam prendido o lojista devido à presença da mercadoria falsificada.
No entanto, durante os últimos dois meses, a Polícia Civil descobriu que esse chinês foi preso ilegalmente. Segundo a instituição, a prisão do homem foi para dar um exemplo para os outros comerciantes que se recusavam a pagar propina aos falsos policiais civis.
Operação da Polícia Civil contra extorsão de comerciantes Foto: Divulgação
Os agentes descobriram que dezenas de comerciantes — de vários bairros dos Rio — eram extorquidos por policiais militares da Inteligência da PM, ligada à Secretaria de Polícia Militar. Todo o esquema era arquitetado de dentro da Secretaria de Polícia Militar, na Avenida Evaristo da Veiga, no Centro do Rio. Entre os envolvidos no esquema estão tenentes e até coronéis.
Os PMs identificavam possíveis irregularidades ou até irregularidades em diversos comércios do Rio, iam até o local e chantageavam os comerciantes dizendo que eram da Delegacia de Combate à Pirataria e que os comerciantes seriam presos. Os lojistas então cediam à pressão. Semanalmente, eles iam aos locais para pegar propinas e mercadorias. Fonte: Agência O Glob.
CONSIDERAÇOES:
Simplesmente lamentável! Os criminosos existem em qualquer segmento profissional. Não podemos agora destratar ou desclassificar a entidade policial pelos atos condenáveis praticados por parcela de policiais.
Para casos da espécie, a legislação brasileira deveria ser implacável no campo da punição. Por isso, uma vez devidamente comprovada as ilicitude dos policiais e observado o devido processo legal, tais elementos deveriam ser expulsos dos serviços públicos, condenados à pena máxima correspondente aos crimes praticados, bem como não deveriam ser beneficiados com nenhuma regalia penal, inclusive com indulto de natal.



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