O homem que cuspia fogo para todos os
lados, como “eu não sou coveiro”, agora, sem as armas do poder, não tem coragem
de falar a verdade e nega tudo na Polícia Federal.
Segundo
Leonardo Sakamoto, do UOL, “Bolsonaro usa foi mal, tava doidão para salvar a
pele do filho Carlucho, ou seja, “é conhecida a preocupação de Jair com a
possibilidade de decretação de uma prisão preventiva do filho 02, estrategista
de suas redes digitais. Vereador do município do Rio de Janeiro, e figura
sempre presente no Palácio do Planalto, ele não tem foro privilegiado.
Vejam a
reportagem de Josias de Souza, colunista do UOL.
Bolsonaro
mentiu em depoimento sobre o 8/1
26/04/2023 16h18
Em
depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira, Bolsonaro disse ter
compartilhado sem querer e sob efeito de remédios um vídeo no Facebook
com insinuações de que a vitória de Lula foi fraudada. O ex-presidente mentiu.
Foi Carlos Bolsonaro quem realizou a postagem no Facebook do
pai. A peça foi apagada horas depois.
Graças
à propagação do vídeo, 48 horas após os ataques golpistas de 8 de janeiro,
Bolsonaro foi incluído por Alexandre de Moraes como investigado no inquérito
4.921. Nele, apura-se a "instigação e autoria intelectual dos atos
antidemocráticos" que resultaram na invasão e depredação das sedes dos
Três Poderes.
O vídeo
reproduzido por Carluxo no perfil do pai exibia entrevista em que o procurador
bolsonarista de Mato Grosso do Sul Felipe Gimenez difundia mentiras sobre as
eleições de 2022. Gimenez afirmou que Lula foi "escolhido pelo serviço
eleitoral e pelos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior
Eleitoral". Na legenda da post, lia-se: "Lula não foi eleito pelo
povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE".
"Este
vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava
transmitir para o seu arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente",
disse o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, na saída do prédio da Polícia
Federal, em Brasília. "Por acaso, justamente nesse período, ele estava
internado em um hospital em Orlando. Foi feita de forma equivocada. Tanto que
pouco depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente
retirou a postagem."
A
versão não corresponde aos fatos. Conforme já foi noticiado aqui, Carlos Bolsonaro dispõe das
senhas dos perfis mantidos pelo pai nas redes sociais. Um ex-ministro de
Bolsonaro contou na época que o filho compartilhou o vídeo sem o conhecimento
do ex-presidente. Nem precisava. A veiculação de notícias falsas sobre o
sistema eleitoral e as urnas era como arroz de festa nas redes geridas pelo
filho Zero Dois do capitão.
Bolsonaro
foi interrogado no âmbito do inquérito 4.921. Apura os responsáveis pela
"instigação e autoria intelectual dos atos antidemocráticos" que
resultaram na invasão e depredação das sedes do Congresso, do Supremo Tribunal
Federal e do Planalto. A Polícia Federal coleciona dados para fundamentar uma
reinquirição de Bolsonaro.
No
despacho em que deferiu o pedido da Procuradoria-Geral da República para
incluir Bolsonaro no inquérito, Alexandre de Moraes anotou que a difusão de
mentiras no Facebook do capitão "se revelou como mais uma das ocasiões em
que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória
às instituições".
Moraes
enfatizou que Bolsonaro, por reincidente, "incorre nas mesmas
condutas". Mencionou outros inquéritos que tramitam no Supremo. Entre eles
os que investigam a atuação de milícias digitais, a disseminação de notícias
falsas sobre vacinas contra a Covid e o vazamento de investigação de ataque aos
computadores do Tribunal Superior Eleitoral.
Para
Moraes, Bolsonaro pode ter contribuído, "de maneira muito relevante",
para insuflar os atos golpistas que depredaram prédios públicos na versão
brasiliense do Capitólio. Anotou que as "condutas" de Bolsonaro podem
estar relacionadas com "intensas reações por meio das redes virtuais,
pregando discursos de ódio e contrários às instituições, ao Estado de Direito e
à democracia".
Alexandre
de Moraes foi ao ponto: "Efetivamente, a partir de afirmações falsas,
reiteradamente repetidas por meio de mídias sociais e assemelhadas, formula-se
uma narrativa que, a um só tempo, deslegitima as instituições democráticas e
estimula que grupos de apoiadores ataquem pessoalmente pessoas que representam
as instituições, pretendendo sua destituição e substituição por outras
alinhadas ao grupo político do ex-presidente e, de maneira ainda mais grave,
instiga que apoiadores cometam crimes de extrema gravidade contra o Estado
Democrático de Direito, como aqueles ocorridos no dia 8 de janeiro de
2023."