segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O preço do combustível inviabiliza a vida de brasileiros

 

Governo descarta fundo para baixar preços de combustíveis e Guedes quer desonerar só diesel

 

Uma vergonha! Quando o país não produzia petróleo, justificavam-se os aumentos pelo valor da cotação internacional. Agora, temos petróleo e pagamos preços internacionais. Não está certo. 

  

A política da Petrobras tem de ser mudada para respeitar o consumidor nacional e a fonte de nosso produto. Então, produzimos petróleo e não podemos consumir diante da escalada do preço internacional? 

  

A Petrobras tem de ser lucrativa para seus acionistas sem comprometer a capacidade de o consumidor nacional poder consumir o combustível para seu dia a dia de trabalho. 

  

Nessa toada de aumento de preço do combustível, que satisfaz a empresa e seus acionistas, a inflação só se fortalece causando prejuízo ao bolso da sociedade e inviabilizando a saúde de muitos empresários. 

  

A lógica do mercado internacional ao qual a Petrobras se alinha é perversa à economia nacional, empobrece cidadãos e empresários. A política da Petrobras precisa ser revista. Não se trata de intervenção na empresa, mas de revisão dos critérios de políticas de preços incompatíveis com um país produtor, o qual devia oferecer ao consumidor nacional um combustível a preço mais razoável 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

São Paulo: seis de cada dez moradores de rua chegaram à cidade em busca de vida melhor

 

 Uma reportagem do Fantástico neste domingo abordou um problema que está nas ruas de todas as grandes cidades do país, mas que as autoridades e a mídia de modo geral parecem não enxergar: os moradores de rua, ou as “pessoas em situação de rua”, como quer o jargão sociológico.

A reportagem se restringiu a São Paulo, onde um novo Censo da População de Rua aponta que em dois anos esse contingente de desabrigados dobrou na maior cidade do País.

São 32 mil pessoas nas ruas da capital paulista neste início de 2022. A maioria são homens, idade média de 41,7 anos e 70% deles são pretos ou pardos.

Em cada dez, apenas quatro são naturais da cidade, dois são de outras cidades do Estado os quatro restantes são de outros Estados.

Ou seja, seis em cada dez moradores das ruas de São Paulo são pessoas que saíram de suas cidades em busca de vida melhor na capital paulista.

O Censo da população de rua em São Paulo é feito periodicamente. O próximo seria em 2023, mas a prefeitura decidiu antecipá-lo diante de um cenário de urgência: o visível aumento do número de pessoas vivendo nas ruas da cidade.

Em 2019 eram cerca de 24 mil pessoas, agora são quase 32 mil pessoas. Em dois anos, essa população cresceu 31%. Isso contando também quem pernoita em abrigos.

Levando em consideração apenas os que ficam o tempo todo na rua, o aumento registrado pelo Censo é ainda maior: 54%. O novo Censo também mostra que 18 em cada 100 pessoas vivem há menos de um ano nas ruas.

O primeiro levantamento foi feito em 2000.

Na época, em cada 10 mil paulistanos, 8 viviam na rua. Em pouco mais de duas décadas, a proporção saltou para 26 moradores de rua em cada 10 mil paulistanos.

Os movimentos e agentes sociais que dão assistência a essa população consideram os números do censo estão aquém da realidade. O Padre Júlio Lancellotti, por exemplo, diz que muitos moradores de rua não são sequer localizados.

“Não é só aquele que está na rua ou está no abrigo. Às vezes ele está em buracos, em lugares inacessíveis. E se você não tem contato com essas pessoas, você não é capaz de saber que elas existem”, afirma Júlio Lancellotti.

Perfil do morador de rua de SP — 2021

96,44% das pessoas em situação de rua na cidade são nascidas no Brasil
39,2% das pessoas são naturais da cidade de São Paulo
19,86% são de outras cidades do estado de SP
40,94% são naturais de outros estados brasileiros
3,56% são estrangeiros
Idade média: 41,7 anos
70,8% deles são pretos ou pardos.
93,5% das pessoas frequentaram escola
92,9% sabem ler e escrever
21,4% têm ensino médio completo
15,3% concluíram o ensino fundamental
4,2% concluíram o ensino superior
Fonte: https://www.jornalja.com.br

CONSIDERAÇÕES

O problema social no país é muito grave. Mas pouca importância representa para a nossa classe política e governamental. Quanto se gasta para manter o paquiderme Congresso Nacional, inchado de políticos gastadores do dinheiro público? Quanto se gasta para manter também os legislativos e câmaras municipais nacionais? Todas essas instituições estão repletas de mordomias desnecessárias, cujos recursos fazem falta para minimizar a situação de pobreza.
Se não for a mídia fazer abordagem do problema, nenhum representante político e governamental sai de seu comodismo de gabinetes para tratar com seriedade a situação.
É inconcebível o que se gasta com a manutenção dos Três Poderes, enquanto a crise social continua desamparada. Veja, por exemplo, como o governo Bolsonaro não está nem aí para crise social: autorizou que ministros e outros servidores viajem ao exterior em voo de classe executiva.

Todos os governos federais também pouco se importaram com a vida dos infortunados brasileiros, senão o quadro da situação de pobreza brasileira não seria essa vergonha descarada.

Pelos salários e mordomias desfrutados por toda a classe política, esta deveria envergonhar-se ao se defrontar diuturnamente com tanta gente humilde vivendo em condições sub-humanas nas cercanias de nossas cidades.

A despesa política é uma das causas da falta de recursos para o enfrentamento das necessidades sociais. Assim, dinheiro público dos contribuintes existe, mas é consumido pela casta política brasileira, a qual entra para a política e não quer mais largar a boa vida dos gastos públicos. Não precisamos de tantos políticos, mas de políticos com qualidades.

Certa feita o jornal  espanhol El País escreveu que ser político no Brasil é um grande negócio — que não requer conhecimento algum e nem competência — devido às grandes vantagens auferidas. E são tantas as mordomias e salários compensadores que o indivíduo chega a renunciar suas próprias profissões para labutar na "vida  espinhosa" da política e depois não quer mais deixar as luzes da ribalta do poder.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A reorganização do Partido dos Trabalhadores


A reorganização do PT representa a falência da restauração política nacional. É o regresso ao estado decadente da corrupção política de nossas instituições. É o retorno do desrespeito das manifestações comandadas por lideranças sindicais, campesinas e do MST contra a ordem política social. É o retrato de um país involuído, carente de políticos sérios, honrados e compromissados com o desenvolvimento do país. É a constatação inequívoca de que parece vivermos em estado de anomia, com ausência de normas e Judiciário, em que temos o ex-presidente Lula condenado por corrupção de forma regular em três instâncias sendo beneficiado pela mesma Justiça que manda prender e depois desautoriza a prisão por razões políticas e de entendimento intempestivo de competência de foro. 

É muito lamentável que o país ainda gaste dinheiro público com a candidatura de alguém já condenado e que está em liberdade de forma discutível. Não se esqueçam de que o PT passou mais de 13 anos do poder e foi incapaz de reduzir drasticamente a miséria social, a qual até hoje castiga os desassistidos brasileiros. 

Lula é um político que deveria ser desacreditado por seu comportamento corrupto. Está em liberdade, reitero, graças aos claudicantes membros de nosso sofrível STF, o qual endossa entendimentos e condenações e depois manda desfazê-los. 

Lula deveria explicar como um político, só vivendo de política, pode ostentar situação patrimonial confortável. Isso explica que vale a pena ser político no país, pois o enriquecimento ilícito não dá cadeia. 

Lula finge desconhecer que o PT deixou o país quase na bancarrota: mais de 13 milhões de trabalhadores desempregados até hoje, empresas falidas, inflação alta, descrédito na comunidade financeira internacional, Petrobras saqueada e sem esquecer que a plebe, por sugestão do PT, foi às compras, viajou de avião etc. e depois ficou com a dívida espetada no SPC por não poder pagar. 

Lula — ressuscitado pelo fracasso do incompetente, negacionista e autocrático governo Jair Bolsonaro, que foi aleito acidentalmente como alternativa de momento apenas para derrotar o PT, mesmo sabendo-se que se tratava de um político sem brio na vida parlamentar e indisciplinado na caserna, tanto que foi reformado do Exército — é uma figura quixotesca que nada de positivo tem a acrescentar ao país.  

O Brasil merece nova cabeça política, sem as artimanhas dos velhos políticos.  E Sérgio Moro é um nome a se comemorar, pois não lhe faltam atributo moral, coragem para combater a corrupção política sistêmica e competência para minimizar a ausência de segurança pública brasileira, lembrando que bilhões de reais foram repatriados pela atuação de Moro na Lava Jato. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Temos que nos policiar ao falar para não sermos considerados racistas


Expressões consideradas racistas devem ser excluídas de nosso vocabulário. Assim se manifestou, por exemplo, o professor Paulo Sérgio Gonçalves, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Estácio/RS, em artigo do Jornal do Comércio, Porto Alegre, publicado em 13.11.2021. 

Diz o professor que é preciso combater essas expressões através da disseminação de informação. "Mulata", por exemplo, faz parte dos sete termos separados por ele. A palavra, que faz referência ao animal mula, deveria ser substituída apenas por mulher negra. "Denegrir" também entra na lista. Usada como sinônimo de difamar, ela relaciona a negritude com algo negativo. 

Paulo cita ainda a expressão "fazer nas coxas", que vem da técnica utilizada pelos escravizados para fazer telhas e é utilizada para caracterizar trabalhos mal feitos. Muito usada até hoje, "doméstica" também carrega traços racistas. A palavra, que se refere às mulheres negras que trabalhavam dentro da casa das famílias brancas, remete a pessoas selvagens que foram domesticadas. 

 Mais um termo herdado do período escravocrata é "meia tigela". Naquela época, os negros que não conseguiam cumprir as metas de trabalho recebiam apenas metade da porção de comida. Hoje, é aplicado para descrever algo sem valor. "A dar com pau", ainda nessa linha, faz alusão à alimentação dosada em colheres de pau nos navios negreiros e significa algo que não é digno de consideração. 

 Por fim, o professor menciona "Inhaca". Usada para falar de algo com cheiro forte e desagradável, a palavra significa o nome de uma Ilha de Moçambique, na África Oriental. A expressão reforça preconceitos ao associar o lugar, onde a população é majoritariamente negra, a algo nojento. 

Com todo o respeito ao professor, a sua proposta é uma tolice. O combate ao racismo deve ocorrer de forma positiva através de educação no seio familiar e escolar. A exclusão vocabular de palavras ditas preconceituosas não elide o problema. O preconceito está arraigado no caráter dos indivíduos, inclusive de negros, portanto, é matéria de complexa solução. Em países considerados de Primeiro Mundo o preconceito existe. 

Logo, a forma preconceituosa de agir é uma característica do caráter de muitos indivíduos e ela estará sempre presente em qualquer tempo e em qualquer lugar. 

O sentido deformado ou preconceituoso das palavras está na maneira como o indivíduo se refere ao seu semelhante com o objetivo de ofendê-lo. Muitas vezes em divergências as pessoas procuram atingir os seus oponentes com palavras duras. O falecido compositor gaúcho, Luís Wagner, compôs “Nega veia” e era negro.

Vejam o absurdo: obra infantil do escritor Monteiro Lobato “Caçadas de Pedrinho” é censurada pela ditadura do politicamente correto por ser considerada de conteúdo racista.

Agora, pretender-se rotular de preconceito o que já está consagrado na linguagem popular, letras musicais, livros, dicionários oficiais etc. é perder tempo com tamanha bobagem. 

Instalou-se no país uma doentia corrente minoritária do “politicamente correto”. Doravante, temos que nos policiar ao falar para não sermos tachados de racistas, misóginos, homofóbicos etc.