A reportagem se restringiu a São Paulo, onde
um novo Censo da População de Rua aponta que em dois anos esse contingente
de desabrigados dobrou na maior cidade do País.
São 32 mil pessoas nas ruas da capital paulista
neste início de 2022. A maioria são homens, idade média de 41,7 anos e 70%
deles são pretos ou pardos.
Em cada dez, apenas quatro são naturais da cidade,
dois são de outras cidades do Estado os quatro restantes são de outros Estados.
Ou seja, seis em cada dez moradores das ruas de São
Paulo são pessoas que saíram de suas cidades em busca de vida melhor na capital
paulista.
O Censo da população de rua em São Paulo é feito
periodicamente. O próximo seria em 2023, mas a prefeitura decidiu antecipá-lo
diante de um cenário de urgência: o visível aumento do número de pessoas
vivendo nas ruas da cidade.
Em 2019 eram cerca de 24 mil pessoas, agora são
quase 32 mil pessoas. Em dois anos, essa população cresceu 31%. Isso contando
também quem pernoita em abrigos.
Levando em consideração apenas os que ficam o tempo
todo na rua, o aumento registrado pelo Censo é ainda maior: 54%. O novo Censo
também mostra que 18 em cada 100 pessoas vivem há menos de um ano nas ruas.
O primeiro levantamento foi feito em 2000.
Na época, em cada 10 mil paulistanos, 8 viviam na
rua. Em pouco mais de duas décadas, a proporção saltou para 26 moradores de rua
em cada 10 mil paulistanos.
Os movimentos e agentes sociais que dão assistência
a essa população consideram os números do censo estão aquém da realidade. O
Padre Júlio Lancellotti, por exemplo, diz que muitos moradores de rua não são
sequer localizados.
“Não é só aquele que está na rua ou está no abrigo.
Às vezes ele está em buracos, em lugares inacessíveis. E se você não tem
contato com essas pessoas, você não é capaz de saber que elas existem”, afirma
Júlio Lancellotti.
Perfil do morador de rua de SP — 2021
96,44% das pessoas em situação de rua na cidade são
nascidas no Brasil
39,2% das pessoas são naturais da cidade de São Paulo
19,86% são de outras cidades do estado de SP
40,94% são naturais de outros estados brasileiros
3,56% são estrangeiros
Idade média: 41,7 anos
70,8% deles são pretos ou pardos.
93,5% das pessoas frequentaram escola
92,9% sabem ler e escrever
21,4% têm ensino médio completo
15,3% concluíram o ensino fundamental
4,2% concluíram o ensino superior
Fonte: https://www.jornalja.com.br
CONSIDERAÇÕES
O problema social no país é muito
grave. Mas pouca importância representa para a nossa classe política e
governamental. Quanto se gasta para manter o paquiderme Congresso Nacional,
inchado de políticos gastadores do dinheiro público? Quanto se gasta para
manter também os legislativos e câmaras municipais nacionais? Todas essas
instituições estão repletas de mordomias desnecessárias, cujos recursos fazem
falta para minimizar a situação de pobreza.
Se não for a mídia fazer abordagem do problema, nenhum representante político e
governamental sai de seu comodismo de gabinetes para tratar com seriedade a
situação.
É inconcebível o que se gasta com a manutenção dos Três Poderes, enquanto a
crise social continua desamparada. Veja, por exemplo, como o governo Bolsonaro
não está nem aí para crise social: autorizou que ministros e outros servidores
viajem ao exterior em voo de classe executiva.
Todos os governos federais
também pouco se importaram com a vida dos infortunados brasileiros, senão o
quadro da situação de pobreza brasileira não seria essa vergonha descarada.
Pelos salários e mordomias
desfrutados por toda a classe política, esta deveria envergonhar-se ao se
defrontar diuturnamente com tanta gente humilde vivendo em condições
sub-humanas nas cercanias de nossas cidades.
A despesa política é uma das
causas da falta de recursos para o enfrentamento das necessidades sociais. Assim,
dinheiro público dos contribuintes existe, mas é consumido pela casta política
brasileira, a qual entra para a política e não quer mais largar a boa vida dos
gastos públicos. Não precisamos de tantos políticos, mas de políticos com qualidades.
Certa feita o jornal espanhol El País escreveu que ser político no Brasil é um grande negócio — que não requer conhecimento algum e nem competência — devido às grandes vantagens auferidas. E são tantas as mordomias e salários compensadores que o indivíduo chega a renunciar suas próprias profissões para labutar na "vida espinhosa" da política e depois não quer mais deixar as luzes da ribalta do poder.
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