Política é para exercer-se com seriedade e não como meio para obter vantagem ou trampolim para negociatas
e perpetuação no poder.
É lamentável que
profissionais de diversas áreas de atuação – médicos, advogados, engenheiros,
professores, etc. – se desvinculem de suas profissões para se enveredarem na
política e tomarem gosto pelo poder, a ponto de não pretenderem largar mais a
vida pública.
O exercício representativo
político deveria ser a oportunidade de os cidadãos poderem contribuir de forma
cívica com a nação, sem intuito remuneratório, através do emprego de seus
conhecimentos e experiências. Política não é profissão como hoje muitos de
forma obstinada operam. Política é função temporária. A legislação não
contempla política como profissão, não obstante o presidente Lula ter afirmado que
“se tem uma profissão honesta, é a do político”.
Infelizmente, somos uma
pátria de políticos indecorosos, muquiranas, chupa-sangues, sujismundos e
chatos. Vejam, Lula e Alckmin, antigos rivais, agora estão abraçados dirigindo a
República.
Somente a podridão de
nossa política consegue unir adversários por um projeto de poder. Geraldo
Alckmin, em 2017, disse: “Os brasileiros não são tolos e estão vacinados contra
o modelo lulapetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas
vejam a audácia dessa turma. Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer
voltar ao poder, ou seja, quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem
uma nova oportunidade? Fiquem certos de uma coisa: nós os derrotaremos nas
urnas”. Quem acredita na seriedade política está bêbado ou lelé da cuca.
Quando o eleitor demonstra
desgosto com o exercício político, ele apenas está reprovando a forma imoral
pela qual se conduz grande parcela de nossos políticos. Muitos nada fazem em
prol da sociedade, do país e só estão na política por interesse pessoal: cabide de emprego para si, familiares e amigos
e outros negócios ilícitos.
Há políticos que
interrompem o mandato para exercer outros cargos, dando uma banana ao eleitor.
Há aqueles que nem bem esquentam as cadeiras nas administrações municipais e já
se assanham como candidatos aos governos. Assim, não pode ser considerado
sério um político que não cumpre integralmente o seu mandato, e os exemplos indecorosos são fartos em nossa política.
No país, com alguma exceção,
não temos políticos íntegros e cumpridores de suas obrigações, mas sim
oportunistas de plantão, ávidos pelas luzes da ribalta do poder.
Certa feita o jornal
espanhol El País escreveu que ser político no Brasil é um grande negócio, dadas
as enormes vantagens auferidas. Por isso, vale a pena largar suas profissões para
exercer mandatos políticos, porque as compensações são gratificantes.
É difícil acreditar na
seriedade de nossos políticos. A política deveria ser desempenhada em caráter transitório
e sem reeleição. Cumprido o mandato, o cidadão deveria voltar às suas origens. A
reeleição política e o voto obrigatório são responsáveis pelo sofrível quadro político
nacional.
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