segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Políticos desleais

A falta de respeito com o voto do eleitor tem se constituído numa vergonha nacional. Vota-se num cidadão e ele se elege. Depois de eleito, dá uma banana ao eleitor ao fugir de suas funções ou obrigações legislativas para assumir cargos nos governos. Aí assume o suplente em desacordo com o voto eleitoral. Trata-se como se observa de uma grande imoralidade política que só contribui para o descrédito da seriedade de nossos parlamentares.

Políticos que agem dessa forma não merecem confiabilidade: são mal-intencionados, desleais e pérfidos porque escondem do eleitor a sua predisposição de vir a descumprir o exercício do mandato político.

Recentemente, assumiu a pasta do ministério das Cidades o neófito deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Trata-se de mais um autêntico oportunista político, pulador de galho em desvio de função legislativa. Mais um estelionatário eleitoral. E mais um enganador do eleitor que foge de seu mandato para exercer cargo no governo.

Infelizmente, o país está repleto de políticos sem caráter e sem escrúpulo, políticos velhacos que só querem levar vantagem. Políticos solertes como tão bem caracterizou Euclides da Cunha, em Contrastes e Confrontos p. 168: “o político tortuoso e solerte que (...) faz da política um meio de existência e supre com esperteza criminosa a superioridade de pensar.” E é o voto obrigatório o responsável por um Parlamento de pulhas, travestidos de representantes do povo.

O Congresso Nacional deveria combater essa prática viciada de desvio de função legislativa. Já é tempo de se propor alteração no Art. 56-I da Constituição Federal, para que o parlamentar se mantenha fiel na função legislativa, ou renuncie ao mandato para exercer cargos nos governos.

Existe tanta gente competente e honesta fora da política, porque as pastas ministeriais continuam sendo preenchidas por políticos em desempenho de mandato? E o pior: ainda levam para os ministérios indivíduos sem conhecimentos da área e acusados de cometimento de irregularidades. Vejam, por exemplo, o deputado Aguinaldo Ribeiro é acusado de improbidade administrativa e responde a processo no TRF, bem como de crime contra a Lei das Licitações no STF.

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