Em 11 de setembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal
condenou o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e outros sete réus por
tentativa de golpe de Estado. As penas variam entre 2 a 27 anos de prisão em
regime fechado. A decisão representa um marco na defesa da democracia brasileira.
Embora alguns considerem as penas brandas ou exageradas, o julgamento
serve como exemplo contra práticas antidemocráticas. O debate sobre consequências
adicionais, como perda de patentes ou cargos públicos, ainda está em curso.
Jair Bolsonaro foi condenado pelos crimes de
organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado pela violência e
grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
O destaque do julgamento foi a atuação do ministro Fux, que,
em interminável verborragia jurídica enfadonha de 14 horas protagonizou uma
confusão jurídica desnecessária. E na ânsia de proteger Jair Bolsonaro, Fux
acabou criando uma contradição gritante: absolveu o ex-presidente enquanto
condenava seus subordinados Braga Neto e Mauro Cid, como se os atos deles
tivessem ocorrido por geração espontânea. Essa postura revela não só
incoerência jurídica, mas também uma preocupante falta de compromisso com a
ética e os valores democráticos.
Os prepotentes, os que se consideram acima da lei, os indisciplinados
contumazes de comportamentos incivilizados, que desrespeitam as regras
democráticas, todos eles, naufragarão diante da Justiça. Ela existe para
corrigir os transgressores, sejam eles presidentes da República ou não.
Bolsonaro e todos os seus filhos são pessoas prepotentes,
sarcásticas e debochadas. Durante a pandemia, a postura desumana de Bolsonaro
contribuiu para milhares de mortes evitáveis. Enquanto o país chorava as suas
perdas, Bolsonaro ironizava as vítimas -"não sou coveiro" "é
apenas uma gripezinha" - e promovia medicamento sem eficácia comprovada,
ignorando a ciência e o sofrimento da população. Em vez de liderar com
responsabilidade, refugiou-se em Santa Catarina com a sua patota, para esquiar,
alheio à dor de milhares.
Bolsonaro não é, nem de longe, uma referência de
integridade. Seu passado militar e político é marcado por indisciplina,
desprezo à hierarquia e flertes com o autoritarismo.
A tentativa fracassada de se perpetuar no poder, acompanhada
de atos golpistas e desrespeito às decisões judiciais, escancara o risco que
sua liderança representa às instituições democráticas.
E para quem ainda tem Bolsonaro como símbolo de honestidade,
é preciso lembrar os escândalos que o cercam: rachadinhas, imóveis comprados
com dinheiro vivo, joias não declaradas, salários generosos à família pagos com
recursos públicos e doações milionárias via Pix (18 milhões) - tudo isso
levanta sérias dúvidas sobre a sua integridade política.
Quando se vê uma turba incitada acusando o STF de
perseguição, o que se presencia é a negação deliberada da realidade. Trata-se de
um fanatismo perigoso, que transforma a política em espetáculo e ameaça os
pilares da democracia.
Jair Bolsonaro, com a sua condenação, colhe os frutos de sua
própria trajetória.
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