domingo, 18 de julho de 2010

Estaleiro em Biguaçu

Considerações acerca da implantação de estaleiro da empresa OSX na cidade de Biguaçu, na Grande Florianópolis. Sob a falaciosa argumentação esperta daqueles que só visam à exploração lucrativa inconsequente, sem se preocuparem com a vida e os aspectos do meio ambiente, grupos privados ou políticos gananciosos deveriam ser mais responsáveis com as condições naturais das cidades litorâneas. Não haverá dinheiro que pague a degradação de uma região costeira com repercussão negativa à sua fauna marinha e à vida saudável de seus habitantes.

Esse pseudo "progresso desenvolvimentista" regional alegado, de abertura de emprego, aumento de arrecadação, incremento comercial, desenvolvimento econômico e tecnológico etc., com impacto irreversível na natureza, nada mais é do que uma falsa bandeira defendida por aqueles que demonstram não ter compromisso com a integridade e respeito da saúde do meio ambiente, cujas consequências negativas são hoje uma realidade.

Há muitas regiões costeiras ainda inóspitas pelo Brasil, afastadas dos centros urbanos, que deveriam ser aproveitadas para essas indústrias navais. Por que logo na costa catarinense, tão bela e própria para a exploração da indústria turística? Não há dinheiro que pague a degradação do meio ambiente de uma região litorânea de características próprias ao turismo. Chega de tanta degradação.

Planejamento sustentável do litoral, como de outras áreas, é uma forma dissimulada de enganar incautos, e já conhecemos as suas consequências nefastas no Brasil. O nosso litoral urbano não pode se transformar mais em áreas de polos industriais degradantes para abrigar o falso progresso e o interesse capcioso de grupos empresariais e políticos.

Não basta a especulação imobiliária irresponsável, gananciosa, degradante de cidades como Balneário Camboriú, uma vergonha, cuja administração pública (Prefeitura e Câmera de Vereadores) é conivente com um aumento populacional incompatível com a sua capacidade de responder com infraestrutura básica à necessidade vital da cidade, a qual tem demolido morros para poder atender à sua frota de carros fixos e de fluxo temporário, quando deveria, para manter a sua qualidade de vida, se preocupar com o seu limite populacional sem degradar o seu meio ambiente. A própria capital catarinense, Florianópolis, é hoje um exemplo negativo do "pseudoprogresso" com seus graves problemas urbanos e sociais.

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