terça-feira, 16 de julho de 2013

Negligência municipal

São pequenas coisas que revelam a competência administrativa de um prefeito. Para se conhecer um bom administrador público não basta ver a realização de obras monumentais e megalomaníacas, como a construção dispendiosa de ponte estaiada para ligar dois extremos, munida de duas torres com elevadores e restaurantes, ou a concretização de dispensáveis projetos de Centro de Eventos ou de alargamento da Praia Central, endividando desnecessariamente o município, cuja despesa, em longo prazo, quem irá pagar a conta será o contribuinte.

Mas o que avaliza a gestão de um ente público é o equilíbrio de suas ações frente às necessidades mais prementes da população, como suprir o município com um hospital público de alta qualidade, com um Corpo de Bombeiros aparelhado e em condição de atender plenamente a qualquer chamado, com um serviço de segurança pública capaz de proteger a sociedade, com escolas públicas providas de infraestrutura indispensável às suas atividades etc.

Não podemos negar que a administração do senhor Edson Piriquito demonstrou correção ao sanar o problema de alagamento da Avenida do Estado, bem como corrigiu o escoamento de águas sujas nas areias da praia. Mas isso era uma necessidade que se esperava cumprida pelo novo prefeito. Entretanto, o material empregado nas obras não foi de boa qualidade, pois em pouco tempo de uso os prejuízos mostraram à população passarelas de pedestres sendo restauradas, o asfalta da Avenida Atlântica com buracos e remendos, as calçadas em geral bastante danificadas, enfim, a cidade está com espectro de mal cuidada. Por outro lado, temos um município com um trânsito diariamente congestionado, mercê de alterações realizadas, as quais ainda não surtiram efeitos positivos.

Embora se reconheça mérito na prefeitura, a sua administração peca por endividar demais o munícipio com obras desnecessárias. Enquanto isso, a calçada da Avenida Atlântica, que compõe a vitrine turística da cidade - bem como as demais calçadas - está toda esburacada, configurando o desleixo uma vergonha ao município que tem no turismo a sua principal fonte de renda.

Por outro lado, nada justifica a negligência municipal com a falta de manutenção perene de seus bens públicos, pois o que se arrecada de impostos de proprietários de imóveis, principalmente da maioria que aqui não residem e poucas despesas dão ao município, é mais que suficiente para manter a cidade limpa e restaurada. Seria importante que o prefeito publicasse o montante anual da arrecadação de impostos e apresentasse o total de despesa realizada com serviços necessários à manutenção da cidade, discriminando as rubricas.

Finalmente, abro aqui um parêntese para fazer referência à situação da Estrada da Rainha. Que descalabro causado àquela estrada com a complacência municipal, que permitiu a sua desfiguração para construção de via particular, ocasionando sensível prejuízo à locomoção de veículo, hoje impedido de transitá-la.

O atual espectro da Estrada da Rainha é uma decorrência negativa da irresponsabilidade do poder público municipal que permitiu que o secretário municipal de Planejamento, Auri Pavoni, empresário da construção civil, construísse via particular em área proibida. Tudo isso poderia ser evitado se o senhor prefeito tivesse mais responsabilidade com o município e com a sua população, e não comungasse com os objetivos solertes do senhor secretário Auri Pavoni. O MP deveria obrigar o município a recompor o status quo da Estrada da Rainha!


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