segunda-feira, 19 de maio de 2014

O cambalacho das licitações públicas



O Senado tenta votar nesta terça-feira (20) o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). A proposta, cuja relatora é a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), estende esse regime para todas as licitações e contratos da União, estados e municípios.

O Brasil é a terra do cambalacho, comandado por políticos do alto escalão. Aqui só se dá bem quem vive da política ou dos cargos públicos arranjados. Os jovens, mais esclarecidos, não querem ficar no Brasil, tal é o grau de corrupção impregnada no tecido político, na ética, na moral e em nossas instituições. 

Quando se cria um mecanismo fiscal, que deveria ser irretocável, para combater as falcatruas e negócios ilícitos públicos, eis que a Lei de Licitações é atingida em cheio para atender aos descaminhos políticos de grupos que não se conformam com a seriedade das leis. Para eles, a lei dificulta os seus negócios escusos. Já dissera o ex-presidente Lula que o TCU dificulta as obras do governo.

E, nesse sentido, a “iluminada” senadora Gleisi Hoffmann, brilhante defensora do jeitinho brasileiro de encontrar saída para os negócios “cambalachoados”, mostra o seu alto QI para furar as barras da lei.  E é com esse espírito da democracia petista, de desrespeitar as leis, que a senadora arquiteta, com a sua esperteza solerte, uma nova ordem das licitações públicas.

Assim, este é o país de políticos que não se pautam pela moralidade pública. Mal-acostumados, estão sempre a serviço dos interesses partidários, esquecendo-se que foram eleitos para representar os anseios sociais, bem como fiscalizar as ações do Executivo.

Mas se compreende bem por que o governo deseja licitações públicas facilitadas. Ele deve muito ao setor privado por sua eleição. Não obstante, hoje, o governo tenha um discurso de defesa ao financiamento público de campanha, foi o partido que mais arrecadou dinheiro entre os empresários. Nos três primeiros anos de mandato da presidente Dilma Rousseff, os petistas amealharam, em doações privadas, quase cinco vezes mais do que os tucanos e treze vezes mais do que os socialistas. Vejam em milhões de reais: PSB 12,8; PSDB 34,7 e PT 165,4.

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