quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Não há conspiração contra o governo



O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), afirmou que a base aliada do governo na Casa já tem assinaturas suficientes para apresentar o pedido de ampliação das investigações da CPI da Petrobras para o período de governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O deputado Sibá Machado é uma figura ridícula, caricata e inexpressiva no cenário político nacional. Alguém conhece alguma contribuição positiva de sua atuação no Parlamento brasileiro? Se não fosse no Acre, talvez ele tivesse muita dificuldade de se eleger vereador em outra unidade de expressão de nossa federação.

Diante da participação inequívoca de elementos do PT no petrolão, não adianta agora o deputado Sibá encenar os seus faniquitos, aproveitando as luzes da ribalta da Câmara, como já fizera no Senado por ocasião do processo do mensalão, quando ele, então senador biônico, e a ex-senadora petista Ideli Salvatti pintaram o sete ao tumultuar os trabalhos das comissões de inquéritos.

Figura quixotesca manjada, Sibá deveria reconhecer os erros de seu partido, inicialmente configurado no triste episódio do mensalão e agora, no deplorável quadro do petrolão. Como contra fatos não há argumentos, Siba e camarilha petista, desesperados, partem com ameaças para intimidar a oposição.

Em países desenvolvidos e com cultura de moralidade pública, Lula e Dilma Rousseff, certamente, estariam sentados nos bancos dos réus respondendo por crimes de responsabilidade, bem como pelo desmanche da Petrobras. Não foi a oposição ou os contribuintes que denegriram a imagem da estatal. A Petrobras é vítima da incursão solerte e principalmente do governo petista.

A delação premiada está aí para não mentir. Os delatores foram pessoas da alta confiança do governo e que tinham aval para agir. Como sói acontecer, o governo petista mantém a cantilena de sempre de que não sabia de nada do que se passava na estatal. O deputado Sibá Machado e corriola por acaso conhecem ou já ouviram falar em (1) Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento que recebeu pelos menos 28 milhões de dólares em propina?; (2) Alberto Yousseff, o doleiro que lavava o dinheiro sujo e repassava a propina?; (3) Nestor Cerveró, ex-diretor internacional que recebeu pelos menos 30 milhões de dólares em propina?; (4) Fernando Baiano, um dos artífices da propina da Refinaria de Pasadena?; (5) Renato Duque, ex-diretor de serviços que recebeu pelo menos 40 milhões de dólares em propina?; (6) Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT (esses tesoureiros do PT...) que recebeu 200 milhões de dólares da Petrobras?; (7) Júlio Faerman, lobista da empresa SBM que teria doado 300 mil dólares à campanha do PT em 2010?; (8) Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, que acertou com Vaccari a “doação” de 30 milhões de reais à campanha do PT e aliados em 2014?; (9) Pedro Barusco, ex-gerente de serviços que recebeu pelos menos 98 milhões de dólares em propina?; (10) José Carlos Bumlai, íntimo amigo de Lula, inclusive tinha passe livre no Planalto e pagava as contas de Lula, agora também investigado no escândalo da Petrobras?

Não existe nenhuma trama armada contra o governo. Ao contrário, o governo petista na campanha política soube arquitetar mentiras contra o candidato derrotado e da mesma forma contra Marina Silva, para convencer os incautos eleitores, que hoje estão decepcionados com a atuação governo, como muito bem demonstra a última pesquisa da DATAFOLHA: o índice de eleitores que avaliaram o governo como bom ou ótimo caiu de 42% em dezembro para 23% em fevereiro. Já o índice dos que avaliaram o governo como ruim ou péssimo subiu para 44%. Isso é um inequívoco indicativo de que só agora o povo acordou para sentir a realidade brasileira: tarifaço, inflação corroendo a bolsa da dona de casa e as entranhas da Petrobras expondo a podridão avalizada pelo governo petista.

Assim, não existe nenhuma conspiração contra o governo. O que existe é a indignação da população contra o sofisticado esquema corrupto de arrecadação de recursos ilegais destinados a financiar campanhas eleitorais de candidatos do PT e a comprar fidelidade no Congresso de parlamentares da base de apoio (mensalão e petrolão).

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