sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A força da pressão popular

Vereadores de Itajaí(SC) recuam e sob pressão popular autorizam abertura da CPI da Codetran, que apura fatos investigados na Operação Parada Obrigatória.

Os vereadores ainda não aprenderam que o respeito às manifestações populares é um dever de cada parlamentar eleito. Os seus mandatos não lhes pertencem e nem aos partidos, mas sim ao povo que os elegeram.

Quando o povo se dirigir ao Legislativo para fazer reclamação ou exigir comportamento de conduta ética e moral ou de respeito com a coisa pública, não caiam, vereadores, na sandice de desdenhar o poder do povo.

Os vereadores, em princípio, ignoraram a força que tem a sociedade organizada de Itajaí. Foi um grande erro, pois tiveram de se render às exigências populares.

A Casa do Povo não é lugar para o vereador defender os seus inconfessáveis interesses e nem para servir de cabide de emprego. A Casa do Povo é lugar para o vereador trabalhar em prol do município e da sociedade, a qual é a responsável pelo pagamento de seus salários.

Assim, nota dez à manifestação da população de Itajaí, que mostrou que um povo unido e organizado enfrenta qualquer barreira que possa impedir a sua caminhada. E nota zero aos vereadores que tentaram impedir que o povo exigisse respeito ao princípio da moralidade pública, e que se borraram de medo ao ter que aceitar as imposições sociais.

A propósito, cabe registrar que cresce no país um movimento nacional, através das redes sociais, para enxugamento dos gastos públicos: redução de salário de vereadores, prefeito, e vice-prefeito, menos assessores, cargos comissionados e vereadores, a exemplo do que aconteceu na cidade paranaense de Santo Antônio da Platina. Em Jacarezinho (PR), a população exigiu, e os salários dos vereadores foram reduzidos a R$788,00.

As Câmaras de Vereadores têm se tornado reduto de cabide de emprego, configurando uma tônica no Legislativo nacional. A maioria delas, com pouco serviço, conta com um número excessivo de parlamentares para municípios de modestas dimensões territoriais e de relativa complexidade urbana e social, como, por exemplo, é o caso de Balneário Camboriú, de apenas 46,244 Km², que possui 13 vereadores e, em 2017, passará para 19, para fazer não se sebe o quê. Não é porque a lei permite que venham com a evasiva da necessidade de aumentar a representatividade. Pelo momento de crise por que passa o país, a contenção de despesas públicas se faz necessária.

Balneário Camboriú, de território exíguo, paga demais aos seus vereadores e assessores, para pouco fiscalizar. O salário deveria se situar na faixa de R$ 970,00. E a cidade seria bem servida com apenas 9 vereadores, pois precisamos de qualidade e não de quantidade, visto que, mesmos com os 13 edis existentes, eles não foram capazes de impedir que o prefeito enterrasse dinheiro do contribuinte na construção de uma ponte extravagante, inacabada, e que hoje está sobrestada pela Justiça por indício de irregularidade.

Como disse o colunista Alexandre Garcia, da Globo: “Enquanto isto temos professores ganhando salário mínimo para educar crianças que serão o futuro do Brasil”

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