terça-feira, 31 de julho de 2018

Projeto água com açúcar

A Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú aprovou por unanimidade o Projeto 177/2017, do vereador Lucas Gotardo (PSB), que institui o Dia da Caminhada pela Valorização e Inclusão da Pessoa com Deficiência, denominado "Paraday".

Nada contra as pessoas com deficiências, pelo contrário, todas merecem o meu alto respeito e consideração, pois são seres iguais a todos nós.

Agora, a Câmara de Vereadores vir perder tempo e gastar dinheiro do contribuinte para aprovar projeto água com açúcar, é expor que há vereadores em demasia na instituição sem ter o que fazer.

Por isso, ficam inventado projetos descabidos, eleitoreiros e que apenas servem para compor o currículo do edil, que revela não ter capacidade de apresentar matéria de real interesse social e da cidade.

E vejam só o dislate: o projeto, que teve a aprovação da unanimidade dos parlamentares, condiciona que o "Paraday" só poderá ocorrer se houver possibilidade orçamentária e estrutural. Se não houver suporte não haverá festa. Trata-se de projetinho de m...

Por que também não instituem o dia da caminhada pela valorização e inclusão dos garis, das empregadas domésticas, dos vendedores ambulantes, dos pescadores artesanais, das prostitutas etc.?

A Câmara de Vereadores tem de revestir-se do manto da seriedade e terminar com esses projetinhos ordinários inexpressivos, que dizem respeito a homenagens, denominações de ruas e espaços públicos, concessões de títulos honoríficos, acréscimos de datas comemorativas no calendário municipal etc.

Ademais, está na hora de se reduzir a quantidade de vereadores em BC. Um município de pequena extensão territorial não precisa de tantas cabeças representativas. Representativas de para quê?

Ou o interesse pela vereança está na cobiça pelo cabide de emprego para aqueles que não têm competência de exercer alguma profissão aqui fora? Ou, se possuem competência, preferem o salário e mordomias da Câmara - por serem compensadores - a suar a camisa trabalhando no lado de cá?

Deveria ser alterada, no Brasil, a legislação para eleição da Câmara de Vereadores de municípios com menos 200 mil habitantes. O vereador só poderia ser eleito com mais 10 mil votos e o suplente não poderia ter menos de 5 mil votos. Hoje, qualquer punhado de votos leva ao Parlamento municipal oportunistas em busca do cabide de emprego. O vereador, autor do projeto água com açúcar, foi eleito com apenas 1.236 votos.

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