"Nos últimos dias o Brasil conheceu um conceito até então inédito por aqui: a “UTI da fuleragem”. Jair Bolsonaro (PL) fez uma cirurgia de 12 horas no hospital de luxo DF Star, da Rede D’Or, em Brasília, e desde o encerramento do procedimento, há 12 dias, foi colocado numa UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Quem imagina um local hermeticamente fechado, blindado contra infecções, com acesso restritíssimo e protocolos rígidos aparentemente se engana. Pelo menos ao constatar a sucessão de eventos inacreditáveis e descabidos que ocorrem por lá.
O que se viu desde então é um verdadeiro show de horrores. Quase sempre seminu e com inúmeros fios, sensores e sondas grudados pelo corpo, para monitoramento, Bolsonaro grava vídeos várias vezes por dia, recebe dezenas de visitantes esfuziantes e empolgados sem qualquer tipo de equipamento de proteção, faz lives, dá entrevistas, faz anúncio de venda de capacetes, coloca o filho Eduardo para ameaçar ministros do Supremo, grita com profissionais enquanto recebe e constrange (em tom intimidatório) uma oficial de justiça e ainda acolhe seu ex-ministro sanfoneiro. Pois é, parece um festival de forró, uma quermesse ou um baile funk, mas é uma UTI." 

Todas as reações
Júlio César Cardoso Cardoso
Disse tudo e com a pura verdade aos mais céticos bolsonaristas que contestam o ministro Moraes de ter poderes excessivos, quando este apenas exerce a sua função constitucional de julgar e aplicar a lei. Bolsonaro até no leito de UTI aproveita para sensibilizar incautos e fazer a sua propaganda política ao se expor com toda aquela parafernália de fios por todos o corpo, como se fosse um popstar. Com efeito, o hospital tem de ser investigado, pois é impossível que uma UTI sirva de exposição circense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário