quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dom Quixote brasileiro

"Os grandes não sabem parar o vazamento. Acho engraçado, se fosse a Petrobras, na Baía de Guanabara, seria um escândalo o que o mundo desenvolvido faria contra nós", disse o presidente Lula em evento recente no Riocentro. Somente incautos brasileiros podem extasiar-se com as presepadas manifestações do presidente Lula. Ao ridicularizar as ações americanas de combate ao vazamento de petróleo no Golfo do México, dizendo que os grandes não sabem parar o vazamento, o presidente Lula mostra a sua arrogância e deslumbramento com poder, como se fosse ele o onisciente solucionador dos problemas mundiais. O vento que sopra lá poderá soprar aqui, presidente. Não faça média com a plateia. O senhor é muito esperto. Não se divirta com os acidentes alheios. Respeito e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Amanhã, poderemos precisar de apoio do governo americano. Subestimar o imponderável é uma grande irresponsabilidade.

A verdade é que o presidente não aguenta ficar com a língua coçando, e perde a oportunidade de ficar calado. Com efeito, acostumado com a sua língua afiada de sindicalista bravateiro xingando banqueiros (hoje é amigo deles), deveria respeitar o vazamento no Golfo do México porque também, no Brasil, se pratica o mesmo tipo de exploração petrolífera e sujeito a acidentes. E Deus queira que o ambicioso e caro projeto do pré-sal, se for aprovado, não venha trazer muitas dores de cabeça ao País, na hipótese de acidentes semelhantes ao do Golfo do México.

Lula, se "os grandes não sabem parar o vazamento", por que o senhor ainda não foi lá tapar com o dedo o buraco do vazamento? O presidente Lula se comporta como Dom Quixote, dando cabeçada em moinhos e querendo consertar o mundo.

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