Entre os infectados com coronavírus (Sars-CoV-2) que vão ao pronto-socorro e recebem alta, 8,6% retornam ao hospital até sete dias depois por causa do agravamento dos sintomas. Ter mais de 40 anos e apresentar baixa oxigenação do sangue ou febre na primeira visita estão entre os fatores que favorecem essa recaída.
O achado foi feito pela Universidade da
Pensilvânia, nos Estados Unidos, a partir dos dados de 1 400 pacientes
atendidos entre março e maio. Todos compareceram ao pronto-socorro com suspeita
de Covid-19 e foram dispensados após um atendimento emergencial — testes
subsequentes confirmaram a presença da doença.
De acordo com o estudo, 4,7% desses indivíduos
precisaram de hospitalização apenas três dias depois da primeira alta. Outros
3,9% voltaram até uma semana depois. Juntos, os números chegam a 8,6%.
Em comunicado à imprensa,
Austin Kilaru, médico autor da pesquisa, diz que essa frequência de retorno é
duas vezes maior do que a observada em outras enfermidades. Para ele, trata-se
de um sinal de atenção.
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“Isso não indica que os médicos do pronto-socorro
estão tomando decisões erradas. Mas a Covid-19 pode ser imprevisível e se
agravar rapidamente. Daí a necessidade de instruir bem o paciente a monitorar
seus sintomas, especialmente os que sugerem maior risco de agravamento”, afirma.
A própria universidade possui um sistema baseado em
mensagem de textos que realiza checkups diários com as pessoas afetadas pelas
Covid-19. Isso para verificar se há indícios de piora na situação.
Fatores que
predispõem a segunda internação
De acordo com a investigação, indivíduos acima de
60 anos estavam cinco vezes mais propensos a voltarem ao hospital. Entre os 40
e 59, o risco era três vezes maior. Isso tudo em comparação com voluntários de
18 e 39 anos.
A presença de febre na primeira ida ao pronto-socorro
foi ligada a um risco três vezes maior de hospitalização subsequente. Já baixa oxigenação do sangue —
medida por meio do oxímetro —, essa probabilidade foi cerca de
quatro vezes mais elevada. Alterações no raio-x do tórax também sinalizam uma
chance maior de ser readmitido no hospital.
Por fim, quando os cientistas compararam raça e
gênero, não encontraram diferenças nas taxas. Isso é importante porque pessoas
negras estão mais sujeitas a complicações de Covid-19 — mas não em decorrência
de fatores biológicos, aparentemente. “A disparidade é estrutural, relacionada
à maior taxa de infecções e às diferenças no acesso à saúde”, concluiu Kilaru.
Fonte: Veja Saúde
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