A CPI da Covid não foi instalada como palco de
revanchismo, mas sim como oportunidade para o povo brasileiro, através de seus
representantes, chamar à responsabilidade o governo negacionista e
irresponsável de Jair Bolsonaro, que gastou dinheiro público com compra de
cloroquina e não se mostrou competente para evitar a morte de quase 500 mil
pessoas.
Como não responsabilizar um governo que quis alterar a bula da
cloroquina para que o remédio – sem comprovação científica - fosse também
indicado para o tratamento da Covid? E tudo, senhoras e senhores, devidamente
confirmado pelo diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), Antonio Barra Torres.
O Brasil não pode ser vítima da prepotência “ditatorial” do
presidente Bolsonaro, que, de forma mal-educada e deselegante, destrata os
indivíduos, as instituições, a imprensa, países como a China, não usa máscara,
contraria o distanciamento e acintosamente faz propaganda de cloroquina.
Diferente do ponto de vista dos senadores governistas, o
presidente Bolsonaro é um político parlapatão, sem palavra, sem credibilidade.
Condenava a corrupção, mas logo foi sentar-se no colo do Centrão, grupo de
partidos que o general Augusto Heleno comparou a ladrões: “se gritar pega
Centrão (ladrão) não fica um, meu irmão”, distribuindo cargos da República em
troca de interesses solertes.
E, contrariando a bandeira de combate à corrupção, o presidente
Bolsonaro hoje defende com unhas e dentes o seu filho, senador Flávio Bolsonaro
(Patriota-RJ), envolvido nas malhas da Justiça por suas ações não republicanas
nas “rachadinhas” da Alerj.
O presidente Bolsonaro traiu a confiança de muitos eleitores, como
traiu e apunhalou pelas costas o ex-ministro e juiz Sérgio Moro, que largou a
toga para servir ao governo e foi menosprezado.
Assim, é deplorável a intervenção de parlamentares governistas na
CPI, como os senadores Marcos Valério (DEM-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), com
o objetivo apenas, ao defender o governo, de desestabilizar a comissão com oratórias
vazias e prolixas.
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