quarta-feira, 17 de junho de 2015

Mandaram a patuleia gastar, e agora?


O dinheiro que comprava um quilo de feijão, agora, corroído pela inflação, só compra meio quilo. Mentira? Pergunte à dona de casa. Mas a presidente Dilma durante a candidatura à reeleição divulgava um país saudável, com gente sustentada com dinheiro do Bolsa Família apta a votar e a gastar, crédito à vontade, com propaganda do governo mandando o povão se esbaldar em compras: “Comprem seu carro! Modernize sua casa com móveis e utensílios novos, geladeira, fogão máquinas de lavar roupa, TV plana, porque as elites brancas não querem que vocês tenham nada.” Só que o governo se esqueceu de informar à patuleia que ele não garantia o futuro do país. E foi o que aconteceu. O povão está endividado, e a presidente Dilma se escondeu do panelaço no dia primeiro de maio, quando poderia ter pedido desculpa por sua incompetência. E agora os súditos endividados deveriam bater na porta do governo para ele pagar as contas.

A presidente é incorrigível. Fora do país, ela pinta um quadro de nação pujante, só que a nossa realidade desmente a mandatária. Aqui não se sabe mais quem governa o país, se o Lula, se o Michel Temer, se o Renan Calheiros ou o Eduardo Cunha. O quadro político está igual à nossa economia: em desordem. Tudo sobe menos os salários. Os preços seguem em alta, mas o arrocho reduz a renda das famílias, que se adaptam à nova realidade. O povo está pagando uma dívida que ele não deu causa, e até quando?

A inflação estimada pelo IBGE foi de 8,2% nos últimos doze meses. Mas a comparação entre os preços anunciados por supermercados e lojas há um ano e hoje revela aumentos bem maiores. Por exemplo: Fiat Palio Attractive-Maio/2014: 36.520 reais e Maio/2015: 42.360 reais; lavadora 11kg-Maio/2014: 1.169 reais e Maio/2015:1.599 reais; fraldas (40 unidades)-Maio/2014: 28,90 reais e Maio/2015: 39,48 reais; ovos vermelhos caipiras (10 unidades)-Maio/2014: 8,59 reais e Maio/2015: 10,58 reais; refrigerador-Maio/2014: 2.519 reais e Maio/2015: 2.979 reais; etc.

O governo do PT sempre criticou as privatizações do governo do PSDB, mas agora se abebera na mesma água. O plano de concessões do governo, estimado em R$ 198,4 bilhões (ferrovias, rodovias, aeroportos e portos) é visto como uma espécie de reciclagem de um plano anterior, lançado em 2012 e que previa investimento de R$ 200 bilhões. O mercado avalia que o plano de 2012 só funcionou plenamente em relação às concessões de aeroportos, como o de Cumbica (em São Paulo), Confins (Belo Horizonte) e o de Brasília.

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