segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Governo na contramão da moralidade



O Governo Federal, diante de sua situação delicada junto ao TCU, perdeu completamente o senso e está conspurcando a imagem da República ao anunciar o pedido de substituição do relator do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, responsável por julgar as contas federais de 2014.

Desesperado por erros cometidos e tecnicamente detectados pelo tribunal, o governo sem alternativa resolve apelar ao imponderável jeitinho manhoso de subverter as instituições ao peitar o TCU com frágeis argumentações de quem está desequilibrado.

Em nota divulgada, Nardes disse que "não antecipou sua opinião final acerca da dessas contas". O ministro afirmou que apenas disponibilizou, na quinta-feira (1º), "minuta de relatório e do parecer prévio aos demais ministros, uma vez que o Regimento Interno do TCU exige que a distribuição dessas peças aos seus pares se faça até cinco dias antes da data da sessão".

Se o governo costuma zelar pelo cumprimento das normas pertinentes, por que então toda essa celeuma descabida contra o TCU? Com medo de quê? A imparcialidade do tribunal é uma exigência do estado democrático de direito. Se no passado a instituição agia equivocadamente, não se pode censurá-la por se conduzir agora com justeza, pois um erro praticado não justifica o cometimento de outro erro.

Assim, soa imoral e desrespeitoso à imagem da República a tentativa de interferência nas decisões de nossa corte de contas. Chega a ser patética a cena promovida pelos escudeiros do governo federal – ministros da Justiça, Eduardo Cardozo, do Planejamento, Nelson Barbosa e da Advocacia –Geral da União, Luís Inácio Adams – ao cumprirem ordem de nossa fracassada e incompetente mandatária brasileira, visando à desmoralização da seriedade do TCU para salvar a pele do governo.

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