quarta-feira, 17 de junho de 2020

Cartunistas se unem em defesa de chargista e fazem ação contra Bolsonaro


André Mendonça, ministro da Justiça, também solicitou que o jornalista Ricardo Noblat, que compartilhou nas redes sociais a charge, seja investigado. "O pedido de investigação leva em conta a lei que trata dos crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, em especial seu art. 26", escreveu Mendonça em uma rede social.
O cartunista Carlos Latuff foi um dos participantes do ato. Em novembro do ano passado, ele teve uma de suas obras retirada de exposição no Congresso e rasgada pelo deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP).
"Noblat e Aroeira merecem a minha total solidariedade", diz.
"Primeiro, a organização de policiais de São Paulo atacou a Folha [uma entidade de policiais militares interpelou o jornal e quatro cartunistas por charges críticas à entidade]. Policiais de uma linha bolsonarista. Quatro chargistas da Folha, que tem sido alvo constante do Bolsonaro. Na verdade, os chargistas servem também de bode expiatório de um ataque à imprensa", afirma Latuff.
Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

Senhores e Senhoras, que papelão do ministro da Justiça ao se colocar a serviço exclusivo do presidente da República. Aliás, em sua posse, ele deixou bem claro que seria fiel ao presidente Bolsonaro. E está sendo.
Lamentavelmente, o ministro de forma ingênua argui com base no artigo 26 da lei 7.170/83 suposta ofensa na mensagem do chargista, esquecendo-se ele de que se trata de um direito constitucional garantido a todos de poder manifestar as suas opiniões. E a charge é apenas uma mensagem interpretativa.
Mas curiosamente o ministro não demonstra o mesmo tratamento ao silenciar quanto às manifestações de subversivas, com a complacência do presidente Bolsonaro e de outros ministros, na Esplanada dos Ministérios, que dirigiam ofensas desairosas ao STF e ao Congresso Nacional. Por que, então, dois pesos e duas medidas?
A conduta do ministro da Justiça é um verdadeiro ataque à liberdade de expressão e própria de Estado antidemocrático. Mas a sociedade saberá reagir.
A propósito, mandar invadir hospitais para satisfazer as atitudes despóticas de um presidente, não é crime, senhor ministro?

Nenhum comentário: