quarta-feira, 17 de junho de 2020

Presidente recria o Ministério das Comunicações e falseia a verdade



Tomou posse no dia de hoje (18) como ministro das Comunicações o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN). Trata-se de recriação de ministério cujas atividades estavam a cargo do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

A recriação do ministério com a indicação de um membro do Centrão – que o general de pijama Augusto Heleno cantarolou de ladrão - para conduzir a pasta é mais uma jogada presidencial em busca de apoio político para barrar eventual processo de impeachment, bem como representa um gasto desnecessário à nação em tempos de dificuldades financeiras.

O velho Centrão é um bloco de partidos que reúne políticos sem identificação ideológica e está sempre servindo a todos os governos mediante a prática deletéria do fisiologismo do toma lá, dá cá, que o presidente prometeu combater.

O presidente ao aderir ao balcão de negócios para distribuir cargos a partidos trai o povo brasileiro pelo compromisso assumido de combater a velha política.

Quando o presidente acenou com uma nova política, ela apenas estava blefando para atrair  incautos seguidores e conquistar votos. Mas a política a ser praticada seria a mesma de todos os dias: vistas grossas ao combate da corrupção senão não teria se indisposto com o ex-juiz Sérgio Moro; proteção aos seus filhos mimados de não serem investigados (feke news e “rachadinha” na Alerj); balcão de negócios para distribuição de cargos a partidos e a novidade: interferência na Polícia Federal e Ministério da Justiça a favor de interesses do governo, familiares e de amigos.

Quanto à nova atividade do deputado Fábio Faria, impende registrar que  - embora seja legal, mas imoral – a interrupção de mandato para o exercício de cargos fora do Parlamento configura-se numa grande excrescência que deveria ser proibida,  revogando-se o Art.  56-I da CF. Ademais, trata-se de  traição  e  estelionato eleitoral praticados por políticos inescrupulosos.

O político que foge de suas obrigações parlamentares para trabalhar em governos deveria renunciar ao mandato, assim recomenda a boa ética e moralidade.

Somente políticos sacripantas, biltres e sem compromissos eleitorais deixam  de cumprir a integralidade de mandatos. Mas em épocas de eleições, os candidatos se apresentam como pobres cordeirinhos desmamados   para mendigar votos nas casas dos eleitores.

Portanto, como se pode acreditar na seriedade de nossos políticos se depois de eleitos se comportam como verdadeiros moleques diante dos eleitores? Respeitamos obviamente algumas exceções.
                                     
No Brasil, já estamos calejados de ver políticos desonrarem os seus compromissos e nada lhes acontecer. E o pior: respaldado pelo imoral instituto do voto obrigatório que elege e reelege qualquer mequetrefe, incautos e irresponsáveis eleitores continuam a votar nesses pulhas que enganam o eleitor e a nação.

Nas eleições de 2018, Bolsonaro disse que se fosse eleito a escolha de ministro seguiria critérios técnicos. Assim, que  embasamento técnico tem o deputado Fábio Faria para comandar a área das comunicações? O presidente novamente  falseia  a verdade.

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