Em plena pandemia com a economia em frangalhos, empresas
passando dificuldades, muitas encerrando atividades e o desemprego
deixando brasileiros na rua da amargura, os 25 vereadores
de Bento Gonçalves podem encerrar o mandato com acréscimo de 3,14% sobre os
salários.
Vejam a indecência: a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores
protocolou, no dia 30 de novembro, projeto que "concede revisão geral de
vencimentos aos vereadores da Câmara Municipal", dizendo que o objetivo é
recompor a inflação do período de outubro/2019 a setembro/2020. O percentual de
3,14%, se aprovado, passa a vigorar a partir de 1° de dezembro de 2020.
Muito vergonhoso! Estão mais preocupados em receber os
seus "salários" atualizados do que trabalhar pelo município. Aliás,
deveria ser reduzida ao máximo a quantidade de vereadores (oportunistas) no
país.
Em plena pandemia, com muita gente desempregada, esses
vereadores sacripantas só pensam em levar vantagem.
Vereador deveria ser uma função simbólica com tempo determinado
de prestação de serviço à nação sem remuneração. Deveriam receber apenas uma
ajuda de custo para cobrir as despesas necessárias à sua atuação.
Produzem e trabalham muito pouco e ainda são bem remunerado, um
absurdo! Ganham tão bem que muitos deixam as suas profissões de origem –
médicos, advogados, economistas etc. – para desfrutar das benesses
públicas. E outros, sem especificação acadêmica ou profissional, têm na
vereança como atividade de emprego. Mandato político não é profissão, mas
função transitória de prestação de serviço à nação.
O quadro de vereadores no Brasil é um autêntico cabide de
emprego público ou meio de alguns para facilitar os seus negócios particulares,
que deveria sofrer alteração constitucional. Trata-se de um gasto mal empregado
e que melhor seria destinado às despesas sociais.
Que vergonha: enquanto o mundo se concentra em vacinações contra
o coronavírus, os vereadores de Bento Gonçalves estão mais preocupados com os
seus salários atualizados. Mas com os salários das demais categorias de
trabalhadores, esses vereadores muquiranas não estão nem aí, como também não
estão preocupados com o quadro de desemprego, com empresas fechando ou fechadas
sem produzir arrecadação ao município para bancar as mordomas dos vereadores.
No dia em que o exercício político não for remunerado, o
interesse pela vida parlamentar reduzirá. E apenas aqueles que desejam
contribuir com a nação empregando o seu saber e experiência profissional sem
fins lucrativos serão os componentes de um Parlamento mais operoso.
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