É tragicômico o desespero do ex-presidente diante da iminência da nova morada na Papuda.
Trata-se de absurdo que a Justiça não deveria aceitar. Justiça à la carte, só se for no cardápio da ironia.
O Art. 5 ° da Constituição estabelece que “todos são iguais perante a lei”. Ou seja, não existe menu VIP de privilégios — nem para ex-presidentes, nem para chefes de tráfico.
Fernandinho Beira-Mar e Marcola não podem simplesmente abrir a agenda e marcar 16 visitas como se fosse happy hour. Se tentassem, a Justiça diria: “volte duas casas, jogue de novo”.
Da mesma forma a Bolsonaro: se o pedido dele fosse igual, a resposta da Justiça deveria ser igual. Afinal, não há cláusula constitucional chamada “ex-presidente tem fila preferencial”.
Satírica encenação. Imagine a cena: Beira-Mar e Marcola pedindo 16 visitas, como se fosse festa de debutante.
. O juiz, olhando com cara de quem recebeu convite para o churrasco de condomínio: “Não, meus caros, aqui não é buffet livre”.
. Bolsonaro, outrora o “eu não sou coveiro”, agora no papel de cordeirinho desmamado, pedindo arrego. O mesmo que antes zombava, hoje implora.
Moral da sátira: aqui se faz, aqui se paga. A Justiça não é palco de teatro onde uns entram de toga e outros de farda, mas todos querem camarote. Se o sistema não aceita 16 visitas para Beira-Mar e Marcola, também não deve aceitar para Bolsonaro. Porque igualdade não é só palavra bonita na Constituição — é a regra do jogo.
Mas no apagar das luzes deste artigo, eis que a Justiça se levanta, responde à solicitação dando um basta no happy hour do ex-presidente: Jair Bolsonaro foi preso, na manhã deste sábado (22/11), pela Polícia Federal. Agentes da PF chegaram ao Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, por volta das 6h e levaram o ex-presidente para a Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário