terça-feira, 11 de novembro de 2008

Linha de crédito

O governo inicialmente se manifestou de forma lisonjeira acerca da crise financeira mundial falando em "marolinha", mas agora já mudou o discurso e começou a injetar dinheiro no mercado. Destinou ao setor imobiliário cerca de 3 bilhões de reais e vai permitir que recursos da poupança sejam direcionados às empresas da construção civil, o que poderá significar mais de 10 bilhões de reais às construtoras e incorporadoras para manter o mercado aquecido e socorrer a saúde financeira dessas empresas.Só que ninguém socorre o endividado povo brasileiro, que anda desempregado e com dívidas até o pescoço. O filme é sempre o mesmo. Aos poderosos, todas as facilidades. Ao populacho, só conversa fiada de velhas promessas. Os empresários da construção civil estão rindo à toa e faturando como nunca. Mas em vez de construírem imóveis, com finalidade social, para atender à classe assalariada que paga aluguel, muitos espertalhões estão construindo imóveis de alto padrão com recursos facilitados dos agentes financeiros oficiais.Em Balneário Camboriú (SC), por exemplo, há uma empresa construtora, que domina o mercado local de imóveis, que abuso no luxo, no preço e altura de seus imóveis (de milhão para cima, inclusive desrespeitando o meio ambiente com os seus imponentes arranha-céus), mas, certamente, se utiliza da bonomia de recursos vindos de agentes financeiros oficiais para suas construções.O governo ao injetar dinheiro na construção civil, neste período de turbulência financeira mundial, deveria mostrar responsabilidade para acompanhar a finalidade dos recursos liberados pelos agentes financeiros. Num período de turbulência, a liberação de linha de crédito para a construção civil deveria obedecer a critérios mais rígidos pelos agentes financeiros visando atender especificamente às empresas comprometidas com a construção de imóveis residenciais funcionais que não sejam de luxo.

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