segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ímã trapaceiro

A política é a arte da trapaça. Alguém tem dúvida? Tiradentes e outros heróis nacionais morreram lutando pela independência. Os políticos nacionais lutam e morrem pelas glórias do poder, pelo "jeitinho" para acomodar interesses, pelas benesses públicas, pela sinecura etc etc.Parece até que elementos sensíveis à gravitação da trapaça política já nascem prontos, ou são preparados na escola da chicana. Querem ver? É só esquadrinhar a composição do Parlamento Nacional que vamos encontrar, com raras exceções, políticos astuciosos e engenhosos na arte de encontrar o "jeitinho" facilitador dos negócios escusos e imorais, para tirar proveito para si ou para o grupo que eles representam.Foi assim por ocasião da reforma previdenciária, que políticos vendilhões exercitaram contra os servidores públicos federais aposentados e pensionistas a arte pérfida do confisco de suas aposentadorias e pensões, aprovando pelo subterfúgio de PEC paralela a reforma da Previdência Social, e não esquecendo que os "mensaleiros" estavam lá. E agora, mais uma vez, o País assistiu à esperteza da águia, encarnada na pessoa do senador baiano César Borges (DEM-BA), a aversão de seriedade de um Rui Barbosa, vir, como relator da PEC dos vereadores, defender, ardilosamente, a farra de mais vereadores no País, sob o pífio argumento de que não haveria aumento das despesas. E o que estupefaz: vários senadores elogiaram a sua manobra porque lamentavelmente fazem parte do viciado jogo da trapaça política brasileira. Esses políticos estão mal-acostumados. Parecem que são donos do poder e que não devem satisfação de seus atos à sociedade. Eles sabem muito bem que andam na contramão da opinião pública, mas não estão nem aí com a repercussão negativa de suas imagens porque - graças ao voto obrigatório e à falta de cultura política da maioria - o "povo" continuará a reelegê-los. E assim, políticos oportunistas, fisiologistas, carreiristas e interesseiros, iguais, por exemplo, ao deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS), senador César Borges (DEM-BA) e outros, demonstram não ter o mínimo respeito ao Estado Democrático de Direito ao se insurgirem contra uma decisão judicial e moralista do STF, que havia reduzido a quantidade de vereadores no País.O cidadão comum cumpre uma decisão do Supremo, mas os potentados do Legislativo Federal são pessoas diferenciadas que não podem ver a sua corporação de aproveitadores ser atingida. Assim, resolveram, de forma vergonhosa e ardilosa, contrariar a decisão do STF, através de alteração constitucional (PEC dos vereadores), impregnando a Carta Magna de bondade política. Enquanto a sociedade não reagir, a banda podre da política brasileira continuará a desfilar em trajes de gala; o povo cumprirá ordens, calado; e o País será sempre paraíso dos espertalhões.

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