segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Acredite se quiser

Alguém está de fato preocupado em combater as grandes mazelas sociais? Se a dor da fome, da ausência de um teto digno para morar e os mais diversos tipos de privação atingisse todos os segmentos sociais, certamente já se teria encontrado uma solução plausível de políticas públicas para o bom combate social. Mas como no Brasil as classes dominantes de políticos e de empresários bem-sucedidos só pensam, respectivamente, nas glórias do poder, nas mordomias, nas benesses públicas e nos altos lucros, carrear recursos para dar dignidade à população carente com investimento em saneamento básico, moradia, emprego, educação etc. tudo isso é uma mera ficção de propósitos, respaldada nas falsas promessas de governos, que vão se sucedendo e não solucionam com ações eficazes as antigas agruras sociais.
Somos um País megalomaníaco para tudo, menos para combater a pobreza dos infortunados. Muitos oportunistas políticos se apresentam, com bandeira em punho, pregando a defesa social, mas depois de eleitos revelam a sua verdadeira face mentirosa e pérfida. Dão migalhas aqui e acolá e passam a vivenciar outra realidade: a da ribalta do poder, da qual provam e gostam, e começam ter comportamento igual ou pior à velha burguesia brasileira.Quando se vê a euforia de autoridades governamentais com a exploração de petróleo em águas profundas, no chamado pré-sal, onde serão investidos milhões de dólares em infra-estrutura, numa operação que pode ou não dar certo, tem-se a exata dimensão do abismo que separa - a vontade e não vontade - da política governamental. De um lado está a vontade megalomaníaca de deixar cunhada na pedra do pré-sal, para a posteridade, o nome do governo, de forma extemporânea principalmente agora quando se está procurando alternativa barata de energia não poluente. E, do outro, temos a não vontade, representada pela velha e conhecida incúria dos políticos e governos, que não querem investir no social sob a falaciosa argumentação de não haver recursos públicos disponíveis. Recursos sempre existiram. Só que são destinados para cobrir o rombo deixado com o desperdício da máquina pública de Brasília, com altos salários dos ministros do STJ e STF, dos deputados e senadores etc.Quando se escuta o governo dizer que o dinheiro oriundo do pré-sal será canalizado para o social, educação etc. parece que o presidente da República pensa que todos somos uns idiotas para continuar acreditando nas encardidas promessas vãs. Ou ele se faz de sonso para nos dar o bote, ou é muito pretensioso em achar que esquecemos o seu comportamento para com a CPMF.

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