sábado, 21 de fevereiro de 2009

Para quê tantos partidos?

Dispõe o Art. 17 constitucional que é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos. Mas para que tantos partidos políticos no Brasil? Só para preencher a liberalidade legal? Deveria haver mais razoabilidade na instituição desses partidos, não só pelos gastos que comprometem o Tesouro Nacional, mas também pela pouca expressividade que a maioria representa. A democratização representativa através de agremiações políticas pressupõe, no mínimo, defesa de identidade partidária, programática e ideológica, que verificamos inexistir nos partidos. A maioria dos partidos políticos brasileiros nada mais são que produto de dissidência, ou seja, grupo ou grupos políticos que se separaram por divergências internas, formando novos partidos, ou migrando para outros, mas que no fundo conservam as mesmas ideologias e/ou filosofias políticas. Vejam, por exemplo, o PSol, cujos principais membros são originários do PT.A fragilidade dos partidos políticos pode ser sentida pela mobilidade exercida por muitos políticos que ficam trocando de partidos em busca de suas conveniências pessoais, e não por convicções filosóficas ou por objetivos nacionais. Hoje, essa situação está se moralizando graças à intervenção do STF, que pôs freio jurídico nessa movimentação.A fragilidade dos partidos políticos é tão marcante que o maior partido brasileiro, o PMDB, que deveria ter sempre candidato em todas as vertentes eleitorais, padece do mal crônico das divergências internas por interesses inconfessáveis de muitos de seus membros, e há muito tempo não apresenta candidatura própria à presidência da República, transformando-se em capacho de luxo para coadjuvar, por exemplo, o PT em troca evidente da repartição de cargos públicos. Talvez agora, presidindo as duas instâncias legislativas federais, possa vir a apresentar candidatura própria ao governo federal. A divergência interna do PMDB é tamanha, que o prócer, senador Pedro Simon, declarou recentemente, em entrevista ao Jornal do Senado, que "o comando do PMDB (deputado federal Michel Temer) é uma desgraça".Ora, essa licenciosidade constitucional de muitos partidos ou siglas políticas tem que acabar. Só serve para dificultar o entendimento do eleitor e acomodar interesses de grupelhos, visto que a maioria deles não tem cacife para apresentar candidatos genuínos para disputar as principais eleições nacionais, e ficam servindo apenas de eternos acólitos de partidos.Sabemos que "os partidos são os caminhos naturais do processo democrático para representar as diferentes correntes de opinião". Só que essas diferentes correntes de opinião podem perfeitamente ser representadas por menos partidos políticos. O resto é confete e serpentina.

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