sábado, 21 de fevereiro de 2009

Justiça universal

Justiça talvez seja a palavra mais universal suplicada neste momento por todos os povos. Aqui e acolá, uma voz moribunda ecoa na escuridão do esquecimento, onde a dor da miséria e da doença não é ouvida de propósito por uma civilização egoística e perdulária.Quando se ouve e se lê na grande mídia notícia mirabolante de que o Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) gastou bilhões de dólares para construir um acelerador de partículas, chamado o Grande Colisor de Hádrons (LHC, pelas iniciais em inglês), para tentar reproduzir a origem do universo, numa corrida cosmogônica perdulária, o conhecimento da ciência deveria ser mais bem empregado na direção do revigoramento da vida em nosso planeta, onde a miséria ainda é uma grande tragédia universal.Tudo isso nos dá a exata dimensão da falta de justiça do "ser humano" com relação a seus circunstantes, em que o egoísmo, o egocentrismo, a aventura, a exploração da ciência pelos agentes propulsores não priorizam resolver problemas vitais internos do mundo, mas preferem investir no imponderável de uma experiência que não se tem a exata noção de seu resultado, se houver algum.A disposição para a prática de um bem é uma virtude que está faltando aos indivíduos para semear uma melhor compreensão das necessidades humanas. A vida é uma passagem. E todos deveriam ter as mesmas oportunidades para desfrutar esse grande momento.Hoje, presenciamos um povo sem religião. Não a religião como modelo imposto, mas como meio de reflexão espiritual profundo que deveria orientar os indivíduos em uma sociedade mais humana, mais compreensiva, menos orgulhosa e menos competitiva.
A falta de caridade entre os seres universais é uma constatação que deveria ser combatida. Não se observa, interna ou externamente, quer nos governos, quer nas comunidades sociais e empresariais bem-sucedidas nenhum movimento consistente visando a busca efetiva do bem-estar de outrém.A sociabilidade, que deveria ser laço de aproximação fraterno entre os povos, não cumpre o seu verdadeiro papel aglutinador social. Ao revés, vemos expostos - como estigma -, em pleno século 21, todos os tipos de preconceitos entre seres, em vigorante ebulição.O desrespeito às leis, à lealdade e à honra, são procedimentos condenáveis daqueles que detêm os poderes sobre os povos. Aqui, no Brasil, por exemplo, assistimos, recentemente, ao descumprimento federal do objetivo legal da CPMF, um verdadeiro crime contra o sistema público de saúde, hoje sucateado e sem atender plenamente a população carente brasileira. Isso bem sintetiza a ausência de fidelidade Estatal com os seus compromissos, bem como a falta de dignidade com a população.

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