sábado, 1 de março de 2014

A imoralidade venceu

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) está radiante com a desqualificação do crime de quadrilha do condenado José Dirceu & Cia. A parlamentar que desrespeitou o mandato de senadora e foi para a Casa Civil, e agora voltou para se candidatar ao governo paranaense, "brinca" com a seriedade política.
 
Com todo o respeito ao catarinense Teori Zawaski, com quem convivi por alguns anos quando ele era advogado do Banco Central do Brasil, em Porto Alegre, e a quem rendo os meus respeitos ao seu conhecimento jurídico, lamentavelmente, se ele e o outro novato Luiz Roberto Barroso não fossem peças importantes da engrenagem petista para no STF amenizar as condenações do corrupto José Dirceu e demais cambada condenada, não seriam indicados por Dilma Rousseff para assentarem na Corte neste momento.
 
Aos calouros ministros faltou coragem de manifestarem o seu impedimento por não terem participado desde o início da ação penal 470. E por outro lado, deveriam ter respeitado os votos dados pelos ministros anteriores aposentados, que se posicionaram pela condenação de crime de quadrilha, pois se eles estivessem na ativa com certeza manteriam a sua posição inicial. Ora, ao participarem os novatos do processo, paira inequívoca desconfiança a qualquer cidadão de mediana compreensão de que iriam favorecer os mensaleiros.
 
Pergunta-se à senadora Gleisi: o resultado inicial de 6 votos a 4 foi por acaso uma demonstração de incompetência jurídica dos ministros favoráveis ao crime de quadrilha, foi má-fé, foi uma decisão política contra o PT? O PT tem se comportado de forma desrespeitosa e acintosa contra a decisão da Suprema Corte, coisa que nunca se viu no país, por quê? Agora, que a decisão “não republicana” foi favorável aos mensaleiros, para aquilo que já havia sido decidido, a senadora e o PT pachorrentamente vêm falar que as decisões do STF devem ser acatadas? Que conversa fiada é essa, senadora? É evidente que uma mesma matéria se for julgada mais de uma vez por novos integrantes da Corte o resultado poderá não ser o mesmo. Foi o que aconteceu. Só que aconteceu de forma não republicana, ou seja, não séria.
 
O ministro Joaquim Barbosa teve mérito: não vendeu a sua honra ao PT por sua indicação ao Supremo. Foi íntegro, sério, competente e justo com o que se espera de um magistrado. Não mostrou parcialidade como flagrantemente os ministros petistas Lewandowski e Dias Toffoli se comportaram. Joaquim Barbosa teve o denodo de enfrentar os petistas do Supremo, desejosos de chafurdar esta nação. Gente como Joaquim Barbosa precisa ser comemorada. A quadrilha que pretendia denegrir a imagem do Congresso e das instituições públicas brasileiras recebeu uma lição, cadeia, embora ainda branda.

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