O mercado interno de carne
bovina não pode ficar sujeito às cotações das commodities, como se aplica à
gasolina. Estamos tratando de alimentação humana. Logo,
é necessário haver uma margem razoável de carne para suprir o mercado interno
sem sofrer o aumento abusivo de seu preço.
É óbvio que o empresário busca
obter lucro, mas a alimentação interna do povo brasileiro tem que ser objeto de
outra política de preço.
Por outro lado, nada justifica comprometer o preço interno da
carne por questões internacionais, como o fato de a China ser a protagonista da
maior demanda mundial por proteína animal.
Sem prejudicar os interesses dos exportadores, o governo tem que
impor baliza para que o mercado interno de carne bovina não fique sujeito à
oscilação de preço do mercado internacional.
Por que os produtores de carne e de outros gêneros alimentícios
exportáveis não podem diminuir a sua margem de lucro para atender ao mercado
interno e se compensarem com parte dos produtos vendidos no mercado externo ao
preço de cotações internacionais?
É preciso que haja
razoabilidade no preço dos produtos alimentícios negociados no mercado internos
e que não prevaleça o entendimento mercantilista da busca do lucro obsessivo.
Segundo a ministra da
Agricultura Tereza Cristina, o preço da carne não vai baixar. A falta de
reajuste nos últimos três anos ajudou o aumento, disse a ministra. Vamos falar
a verdade, ministra! Ninguém é bobo para acreditar em sua
tergiversação.
Se continuarem a prevalecer os critérios das cotações das bolsas
internacionais de mercadorias, o país poderá ser autossuficiente em qualquer
tipo de produto, mas nem por isso deixará de cobrar de seu consumidor interno
preço que não seja compatível ao das cotações do mercado externo.
Essa prática de política econômica
perversa deveria ser revista para não sacrificar o bolso do consumidor
interno. Ora, a autossuficiência produtiva deveria refletir em benefício do preço interno pago pelo consumidor e não somente vir
satisfazer o enriquecimento do caixa dos agentes produtores, que desejam
praticar preços internacionais.
O brasileiro tem que começar a
aprender a responder aos abusos de preços de produtos alimentícios, deixando de
consumi-los e optando por outros mais acessíveis. É só boicotar o consumo da
carne bovina que ligeirinho o preço vai se ajustar.
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