BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que não veio se aborrecer na visita que faz ao Guarujá ao ser questionado por uma jornalista que havia lhe pedido um comentário acerca das 600 mil mortes por Covid-19 no país, marca atingida na sexta-feira passada.
"Qual país não morreu gente? Qual país não morreu gente? Qual país não morreu gente? Responda, deixa de... olha, não vim me aborrecer aqui, por favor", disse ele, na praia, rodeado por simpatizantes, após ter participado de uma motociata.
O Brasil é o país que
registrou o segundo maior número de mortes em termos absolutos por Covid-19 no
mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, o
presidente disse para não ser chamado de negacionista porque em dezembro, por
meio de uma medida provisória, assinou um "checão" de 20 bilhões de
reais para a compra de vacinas contra a doença.
ABSORVENTES
Bolsonaro afirmou
nesta segunda que é um "escravo das leis" para justificar sua decisão
de vetar projeto de lei aprovado pelo Congresso que prevê a distribuição
gratuita de absorventes para mulheres carentes.
"Eu sou escravo
das leis, não posso sancionar uma coisa se não tiver uma fonte de recurso,
estaria incurso no crime de responsabilidade, estaria respondendo a um
impeachment agora", disse.
O veto de Bolsonaro
tem causado forte reação e há articulações no Congresso para que seja
derrubado.
Apesar da
justificativa de falta de fonte de receita, um dos trechos vetados por
Bolsonaro cita que as dotações orçamentárias para a aquisição e distribuição
dos absorventes seriam disponibilizadas pela União ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
CONSIDERAÇÕES:
Bolsonaro é um fanfarrão. Demonstra
nenhuma empatia com o segmento humilde que não dispõe de recurso nem para
comprar absorvente higiênico.
Dinheiro
o país continua tendo para gastar com a ilha da fantasia Brasília em suas
mordomias, mas para atender às necessidades sociais, o governo brada que não
tem, ou como se manifestou vergonhosamente a ministra Damares ao relativizar
que a necessidade do Brasil é combater a pandemia do coronavírus ou comprar
absorvente feminino?
Bolsonaro joga de forma hipócrita para sua plateia bolsonarista ao se considerar mais responsável do que o rei, quando chama implicitamente o Congresso de irresponsável ao aprovar despesas sem apontar as fontes de recursos.
"Eu sou escravo das leis, não posso sancionar uma coisa se não tiver uma fonte de recurso, estaria incurso no crime de responsabilidade, estaria respondendo a um impeachment agora", disse.
Ora, no caso, Bolsonaro não estaria cometendo crime de responsabilidade, ao aprovar a lei, pois foi o próprio Legislativo Federal que deu aval à aprovação.
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