quinta-feira, 21 de abril de 2022

Bolsonaristas se irritam com o voto de Mendonça contra Daniel Silveira no STF


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O voto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça contra o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) irritou bolsonaristas nas redes sociais.

O magistrado foi indicado à corte pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com o predicado de ser "terrivelmente evangélico", como foi classificado pelo próprio mandatário.

O voto de Mendonça contrastou com o de outro nomeado pelo atual chefe do Executivo, Kassio Nunes Marques que defendeu que a corte não deveria condenar Silveira.

"Quem diria que Kassio Nunes acertaria e André Mendonça erraria tanto", disse a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Outro parlamentar a se pronunciar foi Carlos Jordy (PL-RJ). Nas redes sociais ele escreveu: "terrivelmente decepcionante!".

O deputado Marco Feliciano (PL-SP) também seguiu a mesma linha. "Estou terrivelmente Dasapontado".

O STF condenou, por 10 votos a 1, o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, aliado do presidente, por ataques feitos a integrantes do Supremo.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux acompanharam o relator, Alexandre de Moraes, para condenar Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão.

Além da imposição de pena, também votaram para cassar o mandato, suspender os direitos políticos e determinar o pagamento de multa de cerca de R$ 192 mil.

Mendonça também votou para condenar o parlamentar, mas com pena menor: 2 anos e 4 meses, a serem cumpridos em regime inicialmente aberto. Além disso, afirmou que a perda de mandato depende do Congresso e que não poderia ser imposta pelo Supremo.

Fonte: Folha de S.Paulo.

CONSIDERAÇÕES:

Com todas as críticas ásperas e improcedentes ao STF daqueles que não se conformam com as regras democráticas e tentam enxovalhar a nação com atitudes prepotentes e autocráticas, a Suprema Corte cumpriu o seu papel ao julgar com seriedade e imparcialidade as indisciplinas inaceitáveis, mormente, de um membro do Parlamento nacional. Que isso sirva de lição àqueles que constantemente desafiam a autoridade do STF.

 

Da decisão, ficaram surpresos, ou irritados, apenas os componentes da claque governista, que esperavam, por exemplo, que o ministro André Mendonça, indicado por Bolsonaro, absolvesse o troglodita e metido a valentão, Daniel Silveira, como o fez o parcial ministro Kassio Nunes Marques, outro indicado pelo chefe do Executivo, que, representando o único voto discordante, defendeu a absolvição de Silveira, revelando, assim, de forma inequívoca, que não poderia decepcionar os propósitos  de seu indicador ao Supremo, Jair Bolsonaro.

 

Agora, espera-se que a Câmara dos Deputados tenha a honradez disciplinar de proceder imediatamente ao processo de cassação do indecoroso parlamentar. É o que aguarda a sociedade apolítica e pagadora dos salários parlamentares.

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