Os vorazes depredadores dos bolsos de contribuintes estão sempre
de plantão para encontrar soluções mágicas, destinadas a fartar os cofres do
tesouro, cujos recursos são mal administrados, como, por exemplo, os 5,7
bilhões de reais destinados a campanhas políticas de 2019 e, agora, 4,9 bilhões
para 2024.
Questionado sobre a eventual possibilidade de se criar um
imposto sobre as transações realizadas pelo Pix, o diretor de Organização do
Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), Renato Dias de Brito
Gomes, ponderou que “não é assunto do BC, mas seria uma loucura”, afirmou na
live semestral da instituição.
Pois
bem, taxar o uso do Pix, sonhado por algum “iluminado” do governo, seria mesmo
uma loucura, como afirmou o diretor do Banco Central. Porém, não se iludam,
porque é sempre dessa forma que agem à surdina os governantes, ávidos por sugar
os contribuintes.
Agora,
reduzir o monumental gasto público da ilha da fantasia Brasília com um monte de
ministérios, parlamentares federais e seus gabinetes, onde o empreguismo, sem
concurso público, é uma vergonha, aí os governos e seus representantes não são
capazes de apresentar solução.
É difícil acreditar-se num país onde as regras mudam
invariavelmente ao sabor de gestões políticas, expondo a falta de segurança
jurídica dos negócios e abalando a confiança dos cidadãos no Estado e nas
normas.
Vejam, a caderneta de poupança, instrumento mais antigo de poupar
dinheiro no Brasil e principal fonte de financiamento habitacional, sempre foi
o porto seguro do pequeno poupador. Mas, a exemplo da pretensa taxação do Pix,
a “iluminada economista” e ex-presidente, Dilma Rousseff, conseguiu a proeza de
decepcionar e prejudicar os poupadores de menor renda, ao assinar a Media
Provisória 567/2012, que instituiu novas regras para a caderneta de poupança,
sob pífias justificativas de impedir que grandes investidores transformassem a
poupança em instrumento de especulação.
Em 2022, a poupança bateu recorde negativo. R$ 3,73 trilhões foram
sacados da caderneta, enquanto os depósitos totalizaram R$ 3,63 trilhões. Ou
seja, a poupança sofreu uma perda líquida de R$ 103 bilhões durante o ano, um
valor recorde desde o início da série histórica, que começou em 1995. Segundo
dado do Banco Central, a caderneta encerrou 2023 com saldo líquido negativo de
87,8 bilhões de reais.
A
caderneta de poupança é um dos ativos com a menor rentabilidade do país. O
governo, através desse mecanismo, explora o pequeno poupador, responsável pelo
financiamento habitacional, mas é minimamente recompensado. Dessa forma, como conscientizar a população
sobre a importância de utilizar a poupança como forma de investimento, num
cenário de menor rentabilidade? Ora, ninguém é ingênuo e nem salvador da pátria
para colocar os seus trocados sem ser razoavelmente remunerado.
Durante
conversa com jornalistas para comentar os resultados do banco no primeiro
trimestre de 2023, a ex-executiva da Caixa Econômica, Maria Rita Serrano,
afirmou que “Com a taxa de juros altíssima, estamos tendo perdas na poupança.
E, ao perder recursos em poupança, tornamos o investimento em habitação mais
caro, já que temos de ir atrás de outros fundings mais caros para continuar financiando
a habitação”.
Se a caderneta de poupança pode ser considerada a principal fonte
de financiamento imobiliário, e o país precisa de mais moradias, jamais deveria
ter sido alterado, em 2012, o critério de atualização da poupança, considerando
que esse instrumento já era um dos ativos com menor rentabilidade do país.
Assim, por que o governo não rever a decisão da Medida Provisória,
convertida na Lei 12.703/2012, para que a remuneração da caderneta de poupança
volte ao nível anterior de 6% a.a., como foi instituída, para manter a
regularidade do financiamento imobiliário?
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