segunda-feira, 16 de março de 2009

Commodities

Essa tal de commodities, que o populacho xucro nem sabe o que significa, mas tem ouvido falar ultimamente pela mídia, pode estar sinalizando o tamanho do abismo que vai engolir o parco poder aquisitivo da camada pobre brasileira.
Mas o que vem a ser, no jargão economês, o neologismo commodities, que poderá representar mais gasto ao bolso do brasileiro para poder suprir as suas necessidades básicas alimentares e de consumo em geral?
Pois bem, commodities são todos aqueles produtos comerciais que são cotados e negociados na bolsa internacional de mercadorias: petróleo, minério, soja, trigo, café etc., os quais poderão influenciar no aumento de preços dessas mercadorias no comércio brasileiro.
A visão política e empresarial brasileira no plano de combate às desigualdades sociais é preocupante. Como pode um País, com espírito megalomaníaco de primeiro mundo, que ainda não resolveu problemas internos de miséria, fome, habitação, saúde etc., onde não há saneamento básico na maioria das regiões interioranas e bairros periféricos pobres, que convivem diariamente com lixos e rios de esgotos a céu aberto, deixar vincular o preço de suas mercadorias à cotação de bolsa estrangeira de negócios, com sensíveis prejuízos à vida de seus concidadãos que não podem pagar preços internacionais, como já se observa pela tendência empresarial nacional?
Vejam, por exemplo, os preços de produtos como o feijão preto (R$ 7,00 o quilo), carne, então, um absurdo à mesa do pobre. Mas alguns vão dizer: carne não é comida de pobre! E agora com a recessão econômica mundial, com as cotações das commodities em queda, esses empresários querem continuar a manter os seus altos índices de lucros, vendendo ao mercado interno mercadorias a preços irreais.
O povo não pode ficar com fome e se sujeitar ao comportamento dessas regras manipuladas de mercado de que "o preço é resultado da oferta e da procura". Deveria haver um limite oficial razoável de margem de lucro nos preços de produtos de natureza vital.
A pátria não é só dos negócios empresariais e políticos, a pátria somos todos nós. É preciso que haja respeito do poder empresarial e político para com o cidadão.
E é inadmissível que o empresariado brasileiro queira se voltar exclusivamente ao mercado externo em busca dos dólares e se esqueça de abastecer primeiro o mercado carente nacional com preços compatíveis com a realidade brasileira.
Há empresários que só pensam no lucro astronômico e incessante. Muitos até não têm capacidade econômico-financeira para produzir e se lançam no mercado de exportação. E quando os países desses mercados externos impõem alguma restrição, vão logo bater à porta do governo para pedir socorro e demitem os empregados.
Essa tendência voltada ao mercado de commodities com sensíveis prejuízos ao bolso do consumidor nacional deveria ser mais bem avaliada pelo nosso governo.
Um país com graves problemas sociais ainda não resolvidos não pode ter o comportamento de nações ricas que costumam virar as costas para as misérias do mundo. Temos que alimentar o nosso povo, suprir as nossas necessidades básicas e exportar somente o excedente e aquilo que não seja de consumo interno. Essa é a razoabilidade responsável que deveria orientar a nossa cúpula política e empresarial.

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