É lamentável que o senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) tenha o
desplante de tentar peitar o ex-ministro da Saúde Dr. Nelson Teich, na CPI da
Covid, ao apresentar material de idoneidade duvidosa para justificar a
eficiência de cloroquina.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) recomendou a vacina
‘antirrábica’ ao senador governista gaúcho e agrônomo, que estava bastante
excitado ao defender de forma enfática o uso de cloroquina.
Mesmo no ambiente da medicina existem profissionais charlatões
que abandonam os princípios científicos para praticar a medicina dos
curandeiros. E esses médicos charlatões existem em profusão.
Diz a bula da cloroquina que ela é indicada para tratamento de
malária e amebíase hepática. Logo, usá-la como procedimento precoce no tratamento
do coronavírus é um grande risco e irresponsabilidade.
O médico charlatão, deputado Osmar Terra (MDB-RS), defensor
homérico de cloroquina, mesmo tomando as doses do veneno, como tratamento
precoce, a droga não foi capaz de evitar a sua contaminação por coronavírus. E,
neste caso, o que o senador Heinze tem a dizer?
Cabe registrar que foi
dramática a atuação na CPI do ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que, fiel às
orientações de seu chefe Jair Bolsonaro, respondia de forma reticente e
tergiversante, evitando dizer se concordava com Bolsonaro sobre o uso de
cloroquina.
Se o país seguisse as recomendações charlatânicas do presidente
Bolsonaro para tomar cloroquina, como tratamento precoce, provavelmente hoje o
número de mortos seria superior a 500 mil.
O presidente Bolsonaro ridicularizou a pandemia de gripezinha e
se juntou ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para desrespeitar as
recomendações da OMS e deu no que deu.
Brigou com governadores e prefeitos. Continua a apresentar-se em
público sem máscara e debocha do distanciamento. Ofendeu e persiste em ofender
a China, não foi previdente e responsável para logo manifestar interesse em
comprar vacinas. Desprestigiou o ministério da Saúde, trocando sucessivamente
ministros e colocou na pasta um general de coturno, estrategista militar e
incompetente, para conduzir o ministério e que agora responde por seus atos na
Justiça e na própria CPI da Covid.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse na CPI que o
Planalto queria que a Anvisa alterasse a bula de cloroquina para recomendar a
sua indicação para tratamento da Covid-19. Trata-se de uma irresponsabilidade do
presidente Bolsonaro, cujo fato foi criticado e confirmado pelo diretor-presidente
da Avisa, Barra Torres.
A responsabilidade do
governo com as consequências nefastas da pandemia no país deve ser apurada à
exaustão. O presidente Bolsonaro priorizou a saúde da economia como estratégia
de sua reeleição, e pouca importância deu com medidas positivas para frear a
disseminação da doença.
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