Eis o resultado de país que não tem
comando presidencial competente, responsável e capaz de liderar tomada de
decisão obedecendo às recomendações científicas. A retomada precoce das
atividades praticamente em todo o Brasil conduz o país à nova onda em formação da
pandemia. Por exemplo, Portugal tomou as medidas sensatas necessárias e hoje a
população volta à sua vida quase normal. E aqui, no entanto, o governo continua
a fazer propaganda de cloroquina e dando o mau exemplo ao participar de
aglomeração e sem usar máscara. Recentemente, o presidente Bolsonaro passou
vexame no Equador, onde com cara de "paisagem" não usava máscara.
Leiam o artigo abaixo.
Estadão - Roberta Jansen
A retomada precoce das atividades em praticamente todo o Brasil é a principal causa da nova onda de covid-19 em formação. A avaliação é do novo Boletim InfoGripe divulgado nesta sexta-feira, 28, pela Fiocruz.
Com a normalização da mobilidade
diante de números ainda muito altos de casos e mortes, o SARS-CoV-2 voltou a
circular com intensidade. Assim, tornou-se praticamente inevitável o
recrudescimento da pandemia. Há mais de 75% de chances de que essa piora ocorra
em onze unidades da federação (inclusive São Paulo) e de 95% em outras três,
segundo o levantamento.
O novo Boletim InfoGripe alerta para
tendência de crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG). Atualmente, 96% dos casos de SRAG são provocados
pelo novo coronavírus. A expansão atinge a maioria dos Estados, capitais
brasileiras e Distrito Federal. A análise se refere à semana epidemiológica 20
(de 16 a 22 de maio).
"O estudo sinaliza que o cenário atual está associado à retomada das atividades de maneira precoce", afirmou o pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe. "Tal situação manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, como tendência de agravamento nas próximas semanas."
O boletim mostra também que, mesmo
nos Estados nos quais houve estabilização, ela se deu em patamares muito
elevados. São similares aos dos picos da epidemia em 2020.
Segundo Gomes, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul apresentam sinal
forte (probabilidade superior a 95%) de crescimento na tendência de longo
prazo. Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São
Paulo e Tocantins apresentam sinal moderado
(probabilidade maior que 75%) sob o mesmo ponto de vista.
Nos demais Estados, de acordo com o
levantamento, foi observada interrupção da tendência de queda. É o caso
de Acre, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rondônia.
O Ceará apresenta
indícios de estabilização.
O novo boletim alerta que desde a
semana epidemiológica número 14, diversos Estados apresentam valores similares
ou superiores aos observados ao longo de 2020.
Gomes destaca ainda que as
estimativas reforçam a importância da cautela na flexibilização das medidas de
distanciamento social. Para ele, as precauções devem ser mantidas. Esse deve
ser o procedimento até a tendência de queda dos números se estabilizar e o
número de novos casos ser muito baixo.
"A interrupção da queda em
patamares elevados e a retomada do crescimento do número de casos podem ser
atribuídos em parte à retomada de circulação da população e, consequentemente,
à maior exposição ao vírus", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário