SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O senador Renan Calheiros (MDB-AL)
verbaliza preocupação de diversas lideranças políticas que até agora estava
restrita a conversas de bastidores: a de que o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) pode ter se equivocado ao convidar as Forças Armadas para integrarem uma
comissão de transparência das eleições.
A iniciativa foi do então presidente
do TSE, Luís Roberto Barroso. "O presidente Jair Bolsonaro e setores
militares do Ministério da Defesa acabaram assaltando e aparelhando a sua
participação nessa comissão", diz Renan Calheiros. "Se aproveitaram
da boa vontade do ministro Barroso", segue ele.
Renan diz que os militares já fizeram
mais de "setenta questionamentos", e até exigiram a publicação de
todos eles.
"De boa-fé, o tribunal acabou
sendo ingênuo e abriu um precedente para legitimar essas ações que vêm de fora.
Bolsonaro e setores da Defesa se aproveitam disso", diz ainda o senador.
Diante do comportamento dos militares
indicados pelo Ministério da Defesa para a comissão, o senador diz ser forçoso
reconhecer "a veracidade" da frase de Barroso sobre a participação
deles no processo.
Na semana passada, o ministro afirmou
que, "gentilmente convidadas para participar do processo, [as Forças
Armadas] estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar
desacreditá-lo".
O magistrado afirmou
que, apesar disso, "o profissionalismo e o respeito à Constituição têm
prevalecido" nas Forças.
CONSIDERAÇÕES:
O senador Renan
Calheiros, independentemente de sua trajetória política, está coberto de
razão. O TSE não tem de se submeter aos caprichos de Jair Bolsonaro para que o
Exército fiscalize as eleições. A psicopatia do presidente da República não tem
limite, beira a sandice e o ridículo.
A normalidade
do Estado Democrático de Direito não pode ser interrompida para atender às
desconfianças mórbidas do presidente da República.
Lamenta-se que
o Parlamento não interceda para barrar as atitudes descabidas do presidente da
República em relação à lisura das urnas eletrônicas.
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